As Algemas
As agressões contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão ou a Somália constituem um sério aviso
Ainda não estavam contados 70 por cento dos votos nas últimas eleições na Sérvia, e já os ministros do Negócios Estrangeiros da União Europeia reunidos em Bruxelas entravam em festa. Steinmeier, o ministro alemão, que segundo tudo indica, se opôs à libertação de um pacífico cidadão encarcerado durante cinco anos em Guantánamo, rejubilava que «dois terços dos lugares de deputados foram ganhos pela forças democráticas» e afirmava ver boas condições para um Governo que «conduza a Sérvia no caminho da União Europeia». E o social-democrata Jean Asselborn (Luxemburgo) ainda ia mais longe: «a Europa deve apoiar a Sérvia na medida em que o Governo seja verdadeiramente democrático e esteja na disposição de colaborar com o tribunal de Haia». Quem decide se os governos são democráticos ou não, não é o povo, nem os sufrágios, mas a União Europeia. Uma concepção aberrante de democracia que leva a colocar as algemas aos governos e estados que não se submetam às ordens das grandes potências e dos seus satélites.
Simultaneamente, Martti Ahtisaari, o finlandês encarregado de encontrar uma «solução» para o Kosovo, acaba de concluir um plano, que embora não tendo ainda sido tornado público, já conta com o apoio ilimitado da NATO e da «comunidade» dos 19 países agressores contra a Jugoslávia. Tal como no Iraque, o imperialismo defende a continuação da ocupação militar do Kosovo pelas tropas da NATO-UE-EUA. Entre 17 000 e 20 000 soldados da NATO encontram-se permanentemente naquela província Sérvia. O maior centro militar é a base norte-americana Camp Bondsteel perto de Urosevac/Ferizaj.
O imperialismo continua a alimentar o mito de que a Sérvia e Milosevic tinham um plano para expulsar os Kosovares de origem albanesa. Todos estamos recordados do chamado «plano ferradura», inventado no Ministério da Defesa da Alemanha pelo antigo presidente do Partido Socialista Europeu, Rudolfo Scharping. Foi à sombra de todas essas mentiras que a NATO, tal como Bush mais tarde no Iraque, esmagou a oposição do Conselho de Segurança da ONU e desencadeou a agressão, invocando a necessidade de «evitar uma catástrofe humanitária» que na altura não existia. O verdadeiro êxodo da população do Kosovo começou com os bombardeamentos da NATO. É importante manter viva a verdade. As invenções de Scharping foram todas desmascaradas pelo General Heinz Loquai, membro da delegação da OCDE naquela província sérvia em «O conflito no Kosovo - uma guerra que se poderia ter evitado». Pelo contrário, desde a ocupação militar da NATO tiveram de abandonar aquela província sérvia cerca de 250 000 sérvios, ciganos, judeus, turcos, egípcios e outros. Os próprios agressores nos seus documentos oficiais, definem e classificam tudo segundo critérios étnicos. Dezenas de igrejas e mosteiros ortodoxos foram incendiados e destruídos sob o olhar complacente das tropas da NATO.
Os agressores da Jugoslávia querem até ao fim manter a sua versão. Querem justificar o injustificável. Querem cobrir o desencadear de uma guerra e a invasão de um território com o manto do «humanitarismo». Segundo os relatos da imprensa não submetida, a população no Kosovo aspira cada vez mais à «liberdade«, «dignidade», «trabalho», «escola», «saúde» e «segurança social». Tudo garantias contidas na Constituição da Jugoslávia de 1974, a qual concedia uma ampla autonomia política e cultural ao Kosovo.
As agressões contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão ou a Somália constituem um sério aviso a todos os democratas. Onde o imperialismo se mete os povos ficam algemados, as diferenças étnicas e religiosas são exacerbadas, reina o caos e o sangue corre a jorros.
Simultaneamente, Martti Ahtisaari, o finlandês encarregado de encontrar uma «solução» para o Kosovo, acaba de concluir um plano, que embora não tendo ainda sido tornado público, já conta com o apoio ilimitado da NATO e da «comunidade» dos 19 países agressores contra a Jugoslávia. Tal como no Iraque, o imperialismo defende a continuação da ocupação militar do Kosovo pelas tropas da NATO-UE-EUA. Entre 17 000 e 20 000 soldados da NATO encontram-se permanentemente naquela província Sérvia. O maior centro militar é a base norte-americana Camp Bondsteel perto de Urosevac/Ferizaj.
O imperialismo continua a alimentar o mito de que a Sérvia e Milosevic tinham um plano para expulsar os Kosovares de origem albanesa. Todos estamos recordados do chamado «plano ferradura», inventado no Ministério da Defesa da Alemanha pelo antigo presidente do Partido Socialista Europeu, Rudolfo Scharping. Foi à sombra de todas essas mentiras que a NATO, tal como Bush mais tarde no Iraque, esmagou a oposição do Conselho de Segurança da ONU e desencadeou a agressão, invocando a necessidade de «evitar uma catástrofe humanitária» que na altura não existia. O verdadeiro êxodo da população do Kosovo começou com os bombardeamentos da NATO. É importante manter viva a verdade. As invenções de Scharping foram todas desmascaradas pelo General Heinz Loquai, membro da delegação da OCDE naquela província sérvia em «O conflito no Kosovo - uma guerra que se poderia ter evitado». Pelo contrário, desde a ocupação militar da NATO tiveram de abandonar aquela província sérvia cerca de 250 000 sérvios, ciganos, judeus, turcos, egípcios e outros. Os próprios agressores nos seus documentos oficiais, definem e classificam tudo segundo critérios étnicos. Dezenas de igrejas e mosteiros ortodoxos foram incendiados e destruídos sob o olhar complacente das tropas da NATO.
Os agressores da Jugoslávia querem até ao fim manter a sua versão. Querem justificar o injustificável. Querem cobrir o desencadear de uma guerra e a invasão de um território com o manto do «humanitarismo». Segundo os relatos da imprensa não submetida, a população no Kosovo aspira cada vez mais à «liberdade«, «dignidade», «trabalho», «escola», «saúde» e «segurança social». Tudo garantias contidas na Constituição da Jugoslávia de 1974, a qual concedia uma ampla autonomia política e cultural ao Kosovo.
As agressões contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão ou a Somália constituem um sério aviso a todos os democratas. Onde o imperialismo se mete os povos ficam algemados, as diferenças étnicas e religiosas são exacerbadas, reina o caos e o sangue corre a jorros.