Ao arrepio da vontade dos povos
Apesar de derrotada em referendo pelos povos francês e holandês, o projecto constitucional continua na agenda das grandes potências europeias, que assim tentam impor o seu domínio na União Europeia.
A luta contra a Bolkestein continuará em cada país para salvar os serviços públicos Encontro «Portugal e a União Europeia
No programa apresentado para as próximas três presidências, o objectivo de «salvar o tratado constitucional» surge como a primeira prioridade, alertou a deputada Ilda Figueiredo, sublinhando que os grandes países «querem criar os mecanismos que impeçam qualquer atrevimento dos pequenos ou médios países de dizer Não aos interesses dos seus grupos económicos e financeiros, seja no campo da política interna, seja da política externa».
«O aprofundamento do liberalismo, de braço dado com o federalismo e o militarismo, é o objectivo central desta elite do poder que aprova as mesmas políticas, sejam governos da social-democracia, sejam os partidos à sua direita», sublinhou a deputada que lembrou a acção reverente do governo português e dos deputados do PS, PSD e CDS que no Parlamento Europeu convergem nas votações essenciais.
Serviços públicos ameçados
Foi o caso recente da directiva Bolkestein, sobre a liberalização dos serviços, que lança um ataque «sem precedentes contra os serviços públicos». Esta ofensiva, explicou Ilda Figueiredo, começa com «a divisão dos chamados SIG - serviços de interesse geral, em serviços de interesse económico geral e serviços sociais. Como se fosse possível ignorar que existe uma economia social e que para os grupos económicos e financeiros tudo pode ser transformado em económico, desde que possa dar lucro. Veja-se o seu crescente interesse por áreas sociais como a saúde, educação, segurança social, água e saneamento. Nada escapa. Só a caridadezinha fica de fora. Ou talvez nem essa.»
Recordando o voto favorável dos socialistas europeus (onde se incluíram os portugueses) a deputada afirmou que «é a má consciência do PSE, que, sem trabalhadores à porta do Parlamento Europeu, aceitou em Novembro o que tinha recusado em Fevereiro, o leva a apoiar a reivindicação de uma directiva sobre os serviços públicos, sabendo que a composição do Parlamento Europeu é cada vez mais à direita, e que não vai agora remendar o que rasgou em Novembro passado».
A deputada apelou à «luta que se pode e deve continuar a fazer em cada País para salvar os serviços públicos, não aceitando uma transposição e aplicação restritiva da directiva Bolkestein, rejeitando que o neoliberalismo se imponha nos serviços públicos. Por isso, continuamos a lutar contra mais directivas nesta área, na defesa do direito soberano de cada País a definir o âmbito dos seus serviços públicos, a sua forma de organização, funcionamento e financiamento.»
«O aprofundamento do liberalismo, de braço dado com o federalismo e o militarismo, é o objectivo central desta elite do poder que aprova as mesmas políticas, sejam governos da social-democracia, sejam os partidos à sua direita», sublinhou a deputada que lembrou a acção reverente do governo português e dos deputados do PS, PSD e CDS que no Parlamento Europeu convergem nas votações essenciais.
Serviços públicos ameçados
Foi o caso recente da directiva Bolkestein, sobre a liberalização dos serviços, que lança um ataque «sem precedentes contra os serviços públicos». Esta ofensiva, explicou Ilda Figueiredo, começa com «a divisão dos chamados SIG - serviços de interesse geral, em serviços de interesse económico geral e serviços sociais. Como se fosse possível ignorar que existe uma economia social e que para os grupos económicos e financeiros tudo pode ser transformado em económico, desde que possa dar lucro. Veja-se o seu crescente interesse por áreas sociais como a saúde, educação, segurança social, água e saneamento. Nada escapa. Só a caridadezinha fica de fora. Ou talvez nem essa.»
Recordando o voto favorável dos socialistas europeus (onde se incluíram os portugueses) a deputada afirmou que «é a má consciência do PSE, que, sem trabalhadores à porta do Parlamento Europeu, aceitou em Novembro o que tinha recusado em Fevereiro, o leva a apoiar a reivindicação de uma directiva sobre os serviços públicos, sabendo que a composição do Parlamento Europeu é cada vez mais à direita, e que não vai agora remendar o que rasgou em Novembro passado».
A deputada apelou à «luta que se pode e deve continuar a fazer em cada País para salvar os serviços públicos, não aceitando uma transposição e aplicação restritiva da directiva Bolkestein, rejeitando que o neoliberalismo se imponha nos serviços públicos. Por isso, continuamos a lutar contra mais directivas nesta área, na defesa do direito soberano de cada País a definir o âmbito dos seus serviços públicos, a sua forma de organização, funcionamento e financiamento.»