Trabalhadores em luta
O Grupo parlamentar do PCP no Parlamento Europeu integrou uma delegação do Grupo Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica que se deslocou às instalações da Volkswagen, em Forest, na Bélgica, solidarizando-se com os trabalhadores em luta.
O encontro realizado com as estruturas representativas dos trabalhadores foi particularmente clarificador quanto à denúncia da estratégia da administração da Volkswagen e do suporte e cumplicidade das políticas neoliberais promovidas e decididas ao nível da União Europeia relativamente a esta.
Os trabalhadores denunciaram a permanente chantagem e pressões a que estão sujeitos pela Administração da Volkswagen que, colocando em concorrência os trabalhadores das diferentes unidades de montagem do grupo, procura impor a diminuição do custo de trabalho, o aumento do horário de trabalho e a redução dos direitos dos trabalhadores, ou seja, o aumento da sua exploração.
Os trabalhadores apontaram igualmente que a Volkswagen, em Forest, recebeu avultados apoios financeiros do Estado belga, tendo igualmente sido aplicadas derrogações à legislação fiscal belga, de forma, a serem reduzidas as contribuições fiscais a que a Volkswagen estaria legalmente obrigada. Segundo os representantes dos trabalhadores, através do financiamento à formação o Estado belga entregou à Volkswagen milhões e milhões de euros, assim como muitos milhões de euros foram acumulados pela empresa em reduções fiscais.
Escusado seria de sublinhar, que com tal política, e sem surpresa, o grupo Volkswagen tenha aumentado significativamente os seus lucros. Tendo sido referido que, entre 2004 e 2005, a Volkswagen aumentou os lucros operacionais em cerca de 70% e o resultado liquido em 58%.
E no entanto, apesar dos elevados índices de produtividade da unidade de montagem em Forest, dos seus trabalhadores terem aumentado o horário de trabalho sem que tenham recuperado perdas salariais anteriormente impostas, do avultado financiamento do Estado belga, e do significativo aumento dos lucros, a Administração da Volkswagen tem a intenção de despedir cerca de 4000 trabalhadores e colocar em causa cerca de 12000 postos de trabalho em empresas subcontratadas pela VW/Forest.
A essência da EU
Os trabalhadores da Volkswagen Forest estão conscientes da exploração a que estão sujeitos e da estratégia de rapina e de instrumentalização dos Estados - com o beneplácito dos diferentes governos - praticada pela VW, assim como do quanto as políticas neoliberais da União Europeia são cúmplices e suporte destas.
A opção de classe das políticas da UE é particularmente evidenciada quando as suas instituições são confrontadas com esta inaceitável situação.
A Comissão Europeia, zelosa da aplicação dos Tratados, "foge como o diabo da cruz" da questão central, ou seja, de que esta inaceitável situação é tão só o resultado da concorrência e acumulação capitalista que, segundo os interesses dos grandes grupos económico-financeiros, caracteriza e é a essência da UE e das suas políticas.
E em «coerência», a Comissão Europeia, para além de procurar justificar a decisão da Administração da Volkswagen, não colocando em causa os interesses das grandes transnacionais, aponta a possibilidade da utilização dos Fundos Estruturais, nomeadamente do Fundo Social Europeu, pelo Estado belga para fazer face às consequências económicas e sociais da decisão da Volkswagen. Ou seja, a utilização dos Fundos estruturais como (pseudo)"almofada" e instrumento de "suporte" às decisões de reestruturação ou deslocalização das grandes transnacionais.
E, em vez de propor medidas que defendam os direitos dos trabalhadores, pelo contrário, a Comissão Europeia avança neste momento com um "novo" pacote de orientações para a liberalização do mercado de trabalho, procurando aumentar a precariedade do emprego, flexibilizar o horário de trabalho, colocar em causa os direitos dos trabalhadores, salvaguardando os interesses do grande capital, que terá novas oportunidades para aumentar a exploração, despedir e libertar-se de obrigações contratuais. Tudo cinicamente apresentado com o rótulo da «flexisegurança» e a promessa, mais que gasta, da criação de emprego (ou melhor, da liquidação e transformação do emprego com direitos, em emprego sem direitos) e na linha das políticas anteriormente propostas por um tal ex-administrador da Volkswagen, Peter Hartz, que liderou com Gerhard Schroder, o ataque aos direitos dos trabalhadores na Alemanha.
A situação dos trabalhadores da VW Forest, como sabemos, está longe de ser única. Ela é a dita «globalização», a globalização capitalista. Ela é resultado das políticas neoliberais realizadas pelos governos e maiorias parlamentares nos diferentes países que integram a UE, sendo concertadas a este nível, sempre segundo os interesses dos grandes grupos económico-financeiros. Uma política que só será derrotada pela luta dos trabalhadores!
O encontro realizado com as estruturas representativas dos trabalhadores foi particularmente clarificador quanto à denúncia da estratégia da administração da Volkswagen e do suporte e cumplicidade das políticas neoliberais promovidas e decididas ao nível da União Europeia relativamente a esta.
Os trabalhadores denunciaram a permanente chantagem e pressões a que estão sujeitos pela Administração da Volkswagen que, colocando em concorrência os trabalhadores das diferentes unidades de montagem do grupo, procura impor a diminuição do custo de trabalho, o aumento do horário de trabalho e a redução dos direitos dos trabalhadores, ou seja, o aumento da sua exploração.
Os trabalhadores apontaram igualmente que a Volkswagen, em Forest, recebeu avultados apoios financeiros do Estado belga, tendo igualmente sido aplicadas derrogações à legislação fiscal belga, de forma, a serem reduzidas as contribuições fiscais a que a Volkswagen estaria legalmente obrigada. Segundo os representantes dos trabalhadores, através do financiamento à formação o Estado belga entregou à Volkswagen milhões e milhões de euros, assim como muitos milhões de euros foram acumulados pela empresa em reduções fiscais.
Escusado seria de sublinhar, que com tal política, e sem surpresa, o grupo Volkswagen tenha aumentado significativamente os seus lucros. Tendo sido referido que, entre 2004 e 2005, a Volkswagen aumentou os lucros operacionais em cerca de 70% e o resultado liquido em 58%.
E no entanto, apesar dos elevados índices de produtividade da unidade de montagem em Forest, dos seus trabalhadores terem aumentado o horário de trabalho sem que tenham recuperado perdas salariais anteriormente impostas, do avultado financiamento do Estado belga, e do significativo aumento dos lucros, a Administração da Volkswagen tem a intenção de despedir cerca de 4000 trabalhadores e colocar em causa cerca de 12000 postos de trabalho em empresas subcontratadas pela VW/Forest.
A essência da EU
Os trabalhadores da Volkswagen Forest estão conscientes da exploração a que estão sujeitos e da estratégia de rapina e de instrumentalização dos Estados - com o beneplácito dos diferentes governos - praticada pela VW, assim como do quanto as políticas neoliberais da União Europeia são cúmplices e suporte destas.
A opção de classe das políticas da UE é particularmente evidenciada quando as suas instituições são confrontadas com esta inaceitável situação.
A Comissão Europeia, zelosa da aplicação dos Tratados, "foge como o diabo da cruz" da questão central, ou seja, de que esta inaceitável situação é tão só o resultado da concorrência e acumulação capitalista que, segundo os interesses dos grandes grupos económico-financeiros, caracteriza e é a essência da UE e das suas políticas.
E em «coerência», a Comissão Europeia, para além de procurar justificar a decisão da Administração da Volkswagen, não colocando em causa os interesses das grandes transnacionais, aponta a possibilidade da utilização dos Fundos Estruturais, nomeadamente do Fundo Social Europeu, pelo Estado belga para fazer face às consequências económicas e sociais da decisão da Volkswagen. Ou seja, a utilização dos Fundos estruturais como (pseudo)"almofada" e instrumento de "suporte" às decisões de reestruturação ou deslocalização das grandes transnacionais.
E, em vez de propor medidas que defendam os direitos dos trabalhadores, pelo contrário, a Comissão Europeia avança neste momento com um "novo" pacote de orientações para a liberalização do mercado de trabalho, procurando aumentar a precariedade do emprego, flexibilizar o horário de trabalho, colocar em causa os direitos dos trabalhadores, salvaguardando os interesses do grande capital, que terá novas oportunidades para aumentar a exploração, despedir e libertar-se de obrigações contratuais. Tudo cinicamente apresentado com o rótulo da «flexisegurança» e a promessa, mais que gasta, da criação de emprego (ou melhor, da liquidação e transformação do emprego com direitos, em emprego sem direitos) e na linha das políticas anteriormente propostas por um tal ex-administrador da Volkswagen, Peter Hartz, que liderou com Gerhard Schroder, o ataque aos direitos dos trabalhadores na Alemanha.
A situação dos trabalhadores da VW Forest, como sabemos, está longe de ser única. Ela é a dita «globalização», a globalização capitalista. Ela é resultado das políticas neoliberais realizadas pelos governos e maiorias parlamentares nos diferentes países que integram a UE, sendo concertadas a este nível, sempre segundo os interesses dos grandes grupos económico-financeiros. Uma política que só será derrotada pela luta dos trabalhadores!