Malhas Pastor, em Guimarães

Indemnizações são para pagar!

Na empresa Malhas Pastor, em Fermentões, Guimarães, o fim do período de férias em Agosto representou não o regresso ao trabalho mas o início de uma etapa negra na vida dos seus 120 trabalhadores. É o que resulta do encerramento daquela empresa têxtil decidido pela respectiva administração e transmitido aos trabalhadores por intermédio de um advogado que lhes entregou documentação destinada a requerer o subsídio de desemprego.
Para além da gravidade da decisão, que apanhou de surpresa os trabalhadores, inadmissível é ainda o facto de a mesma ser tomada à margem das leis, uma vez que, como denuncia o deputado comunista Agostinho Lopes, os papéis submetidos à assinatura dos trabalhadores pretendiam que estes assumissem o acordo de «uma rescisão amigável», sem qualquer referência às obrigatórias indemnizações a eles devidas pelo seu trabalho na empresa, em alguns casos durante mais de 20 anos.
«Que avaliação fazem as delegações regionais dos Ministérios da Economia e do Trabalho da situação referida?», pergunta o parlamentar do PCP, em requerimento sobre o assunto dirigido ao Governo, recordando a este propósito o facto de aquela empresa integrar a lista dos devedores à Segurança Social entre os 250 e os 500 mil euros.
O que levou Agostinho Lopes a indagar, ainda, sobre as razões que levaram os responsáveis daqueles serviços públicos, sendo do seu conhecimento os estrangulamentos financeiros da empresa, a não intervirem no quadro do AGIIRE / NIRP no sentido de travar o desfecho agora ocorrido ou, pelo menos, as implicações mais negativas da actual situação.

Confecções WB

Por uma situação igualmente dramática passam os vinte e sete trabalhadores da fábrica de confecções WB, localizada em Riba de Ave, concelho de Vila Nova de Famalicão, também eles confrontados com o encerramento da empresa, após o seu regresso do período de férias.
Com os salários de Agosto por receber, criticada pelos trabalhadores é, em particular, a falta de qualquer informação atempada por parte da entidade patronal. A causar estranheza está ainda o facto de esta decisão de encerrar ter sido tomada numa altura em que, tudo o indica, a empresa dispunha de encomendas para poder continuar a laborar.
Por isso a diligência de Agostinho Lopes, também em requerimento ao Governo, no sentido de saber qual a avaliação que este faz de mais um encerramento como é o das confecções WB, em que é violada a legislação laboral num processo em que são simultaneamente golpeados os direitos dos trabalhadores.


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