Invasão do Iraque fomentou terrorismo

A guerra no Iraque contribuiu para aumentar a ameaça terrorista a nível global e para o desenvolvimento de uma nova geração de radicais islamistas, conclui um relatório confidencial dos serviços secretos norte-americanos divulgado este domingo pelo jornal The New York Times.
O documento contraria a tese oficial da administração Bush, que apesar de ter sido forçada a reconhecer a inexistência de armas de destruição maciça no Iraque e a ausência de qualquer ligação do antigo regime iraquiano à Al’Qaeda, continua a defender que o derrube de Saddam Hussein contribuiu para a segurança mundial e permitiu a democratização do país.
Segundo o jornal, «o documento afirma que o movimento radical islâmico se expandiu de um núcleo de activistas da Al’Qaeda e grupos filiados para uma nova classe de células de geração espontânea inspirada na liderança da organização, mas sem ligação directa com Osama Bin Laden ou com os seus colaboradores imediatos».
Esta é a mais vasta avaliação do chamado terrorismo global levada a cabo por agências americanas desde que a guerra começou em Março de 2003, com base em informações recolhidas pelas 16 agências do país. Algumas conclusões confirmam a previsão feita em Janeiro de 2003 pelo Conselho Nacional de Inteligência sobre a probabilidade de a guerra aumentar o apoio internacional ao islão, segundo o jornal.
O periódico norte-americano refere ainda que o «documento inclui uma análise do uso da Internet para disseminar a ideologia da jihad, a guerra santa contra os inimigos da fé islâmica, e como o ciberespaço se tornou um refúgio para terroristas que já não encontram abrigo em países como o Afeganistão».
As informações sobre o relatório, sujeito ainda aprovação de John Negroponte, director nacional de informações, foram de imediato desvalorizadas pela Casa Branca através do seu porta-voz, Peter Watkins, que sem comentar o conteúdo do estudo secreto afirmou que «a caracterização feita pelo New York Times não é representativa do documento como um todo».

Musharraf ‘na linha de fogo’

A controversa «guerra contra o terrorismo» desencadeada pelos EUA está também em foco no Paquistão, onde esta semana foi lançado o livro «Na linha de fogo», do presidente paquistanês, Pervez Musharraf.
Segundo Musharraf, após os atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, o então secretário de Estado americano, Colin Powell, disse-lhe que «ou vocês estão connosco, ou contra nós».


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