O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, anunciou, na segunda-feira, 28, um pacote de medidas sociais, onde se inclui a criação de um «cheque-transporte» e o aumento do subsídio para o emprego.
Num momento em que todas as forças políticas já estão a preparar a próxima eleição presidencial, que terá lugar no próximo ano, Villepin explicou, numa alocução televisiva, que o cheque-transporte, num valor de 100 ou 200 euros por ano, se destina atenuar os sucessivos aumentos dos preços do combustível. No entanto, a sua atribuição ficará ao critério das empresas, assumindo o Estado apenas metade do seu custo sob a forma de deduções fiscais e sociais.
O subsídio pelo emprego que passará para 940 euros, a partir do próximo mês de Janeiro, um aumento de 152 euros, visa incorporar no mercado de trabalho jovens sem escolaridade obrigatória e os desempregados de longa duração. Cerca de nove milhões de franceses beneficiam actualmente deste complemento salarial.
Villepin, que há um ano era apresentado como candidato do presidente Jacques Chirac para as presidenciais de 2007, anunciou também a realização até finais do ano de uma conferência sobre rendimentos e o emprego.
Os sindicatos já reagiram, acusando o primeiro-ministro de pretender fazer de pai natal em pleno mês de Agosto, e criticaram o carácter facultativo do cheque-transporte, que se traduzirá em maior desigualdade entre trabalhadores.
Por seu turno, a oposição socialista já prometeu aumentar o salário mínimo para 1 500 euros até ao final da próxima legislatura em 2012, caso venha a vencer as eleições.