ALGARVE SUMMER DARK

No Algarve, depois de outras medidas que tendencialmente vão esvaziando a região, temos agora a fusão da delegação regional das pescas com a da agricultura e temos, no plano vitivinícola, a junção do Algarve ao Alentejo, indo às urtigas as especificidades da região.
Como dizemos, não foi a existência autónoma da delegação regional das pescas que evitou a paulatina destruição das mesmas, bem como a situação difícil que vivem os pescadores. Tal “destino” deve-se às políticas de submissão aos interesses dos poderosos da União Europeia; às concepções prevalecentes nos sucessivos governos, de que Portugal não tem interesses próprios a defender. Mas seria fazer como a avestruz, minimizar o sinal político que constitui esta simplex decisão deste governo PS.
A criação da grande região de vinho Alentejo/Algarve em nada defende a afirmação e a potenciação vitivinícola regional. A região é/será pura e simplesmente embrulhada.
Quanto ao PROT, vamos assistindo ao que desde o princípio afirmámos: respinganços para povo ouvir e améns nos momentos decisivos. Até há quem diga que o PROT não vale nada, mas despache-se lá isto que é para podermos começar a andar. Isto é, pouco interessa se é um bom ou mau instrumento; pouco interessa se vai ou não promover o desenvolvimento regional; pouco importa se vai ou não ser mais um instrumento de aumento das assimetrias. O que importa é acabar este processo a qualquer custo, porque alguns, os do costume, continuarão a fazer aquilo que muito bem querem, tal como o têm feito ao longo dos anos com completa impunidade. A impunidade que tem conduzido ao agravamento da situação na ria formosa com todas as consequências para os viveiristas e mariscadores, com as espécies a morrer cada vez mais cedo.
Noutro plano, encerrou portas a empresa Carmo e Braz num processo em que se exige o apuramento de tudo o que conduziu a este desfecho que coloca no desemprego 60 trabalhadores, a quem reafirmamos a nossa solidariedade. É isto mesmo que exigimos num requerimento entregue na Assembleia da República. Foi isto mesmo que exigimos em posição tomada à porta da empresa e na Assembleia Municipal de Faro.
O Secretário-Geral do PCP participou no passado dia 16/7 numa jornada pela serra algarvia, com início em Aljezur e fim em Alcoutim, com passagem por Monchique e Alte no concelho de Loulé. Foi uma jornada que permitiu cumprir variadissimos objectivos ligados com os interesses da região, com os problemas concretos. Ouvir os bombeiros de Aljezur ou as queixas dos pescadores em Odeceixe; ouvir uma comissão de agricultores sobre apoios ainda não dados; ouvir reformados preocupados com a sua situação ou pequenos produtores agrícolas em Monchique; ouvir as preocupações do Presidente e demais vereação da Câmara Municipal de Alcoutim, etc. Não mereceu contudo esta iniciativa, qualquer tratamento por parte de alguma comunicação social regional. Talvez por falta de espaço dado que são muitas as partys, as raves, os summer festivals, etc., incluindo num estádio que era para ser de futebol. Podem ignorar e encobrir. Mas não conseguem eliminar as acções, lá onde tiveram lugar, onde os problemas também existem.
Pela nossa parte, se alguém tem dúvidas, continuaremos. A vida, infelizmente para os trabalhadores e povo do Algarve vem, mês após mês, confirmando as nossas preocupações, os nossos alertas. E porque estamos em tempo de Verão, de férias, temos a ideia de que este Verão é, relativamente a outros, o Algarve Summer Dark.


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