Greve corta tráfego
Cerca de 600 trabalhadores da Ibéria, do serviço de terra, ocuparam, na sexta-feira, 28, as pistas do aeroporto de Barcelona, paralisando durante todo o dia o tráfego aéreo.
Cerca de 600 voos cancelados deixam 100 mil passageiros em terra
O protesto foi decidido em plenário, realizado na manhã daquele dia, após se tornar claro que o futuro dos seus postos de trabalho estava seriamente ameaçado, em consequência da liberalização do serviço de handling (carga e descarga de aviões) nos aeroportos de Espanha, negócio que gera 700 milhões de euros por ano.
Três dias antes, em 25 de Julho, fora anunciado que a Ibéria, uma das duas únicas empresas que até agora efectuava este serviço no aeroporto do Prat (Barcelona), tinha perdido a licença para outros concorrentes. Para além do Prat, a companhia perdeu igualmente as licenças em mais sete aeroportos espanhóis de menor dimensão, embora tenha mantido o negócio em outros 21.
A decisão tomada pela AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), o organismo que gere as infraestruturas aeroportuárias no país, implicava que, a partir de Outubro próximo, a Ibéria deixaria de poder efectuar as cargas e descargas nos seus próprios aviões.
Em toda a Espanha, a nova distribuição das licenças lançou um espectro de desemprego sobre mais de quatro mil trabalhadores do sector, que correm o risco de desemprego ou de ter de mudar de empresa em condições de subcontratação.
Caos no aeroporto
A paralisação com ocupação das pistas e bloqueamento dos seus acessos durante todo o dia provocou um caos sem precedentes no aeroporto de Barcelona. Cerca de 600 voos foram cancelados e 100 mil passageiros ficaram em terra. Milhares de pessoas desejosas de partir para férias viram-se obrigados a passar a noite nos corredores, dormindo no chão, onde se amontoaram embalagens e todo o tipo de lixos que transbordavam dos receptáculos.
Durante a madrugada de sábado, 29, o desespero levou um grupo de viajantes com destino a Buenos Aires a manifestar a sua revolta, cortando a via de acesso ao aeroporto.
Na manhã seguinte, representantes dos trabalhadores reunidos com responsáveis da Ibéria e da AENA alcançaram um acordo de princípio que oferece garantias de manutenção dos postos de trabalho por mais sete anos (o prazo das licenças), bem como das condições salariais e laborais.
O acordo prevê que a Ibéria continue a efectuar o handling dos seus aparelhos, direito que poderá estender-se aos voos das suas filiais Air Nostrum e da recém-criada companhia de baixo custo Clickair, possibilidade que a AENA se comprometeu a estudar.
Os trabalhadores, por sua parte, comprometeram-se a manter o funcionamento normal do serviço até à próxima reunião negocial, marcada para hoje, quinta-feira, 3, onde os termos do acordo deveriam ser concluídos.
Apesar deste desfecho favorável aos trabalhadores, a ministra do Fomento, Magdalena Alvarez, que se deslocou no sábado ao aeroporto de Prat, considerou como «inadmissíveis» os incidentes da véspera, sublinhando que o governo «não irá tolerar» este tipo de comportamentos e pedirá responsabilidades tanto à companhia como aos trabalhadores.
Três dias antes, em 25 de Julho, fora anunciado que a Ibéria, uma das duas únicas empresas que até agora efectuava este serviço no aeroporto do Prat (Barcelona), tinha perdido a licença para outros concorrentes. Para além do Prat, a companhia perdeu igualmente as licenças em mais sete aeroportos espanhóis de menor dimensão, embora tenha mantido o negócio em outros 21.
A decisão tomada pela AENA (Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea), o organismo que gere as infraestruturas aeroportuárias no país, implicava que, a partir de Outubro próximo, a Ibéria deixaria de poder efectuar as cargas e descargas nos seus próprios aviões.
Em toda a Espanha, a nova distribuição das licenças lançou um espectro de desemprego sobre mais de quatro mil trabalhadores do sector, que correm o risco de desemprego ou de ter de mudar de empresa em condições de subcontratação.
Caos no aeroporto
A paralisação com ocupação das pistas e bloqueamento dos seus acessos durante todo o dia provocou um caos sem precedentes no aeroporto de Barcelona. Cerca de 600 voos foram cancelados e 100 mil passageiros ficaram em terra. Milhares de pessoas desejosas de partir para férias viram-se obrigados a passar a noite nos corredores, dormindo no chão, onde se amontoaram embalagens e todo o tipo de lixos que transbordavam dos receptáculos.
Durante a madrugada de sábado, 29, o desespero levou um grupo de viajantes com destino a Buenos Aires a manifestar a sua revolta, cortando a via de acesso ao aeroporto.
Na manhã seguinte, representantes dos trabalhadores reunidos com responsáveis da Ibéria e da AENA alcançaram um acordo de princípio que oferece garantias de manutenção dos postos de trabalho por mais sete anos (o prazo das licenças), bem como das condições salariais e laborais.
O acordo prevê que a Ibéria continue a efectuar o handling dos seus aparelhos, direito que poderá estender-se aos voos das suas filiais Air Nostrum e da recém-criada companhia de baixo custo Clickair, possibilidade que a AENA se comprometeu a estudar.
Os trabalhadores, por sua parte, comprometeram-se a manter o funcionamento normal do serviço até à próxima reunião negocial, marcada para hoje, quinta-feira, 3, onde os termos do acordo deveriam ser concluídos.
Apesar deste desfecho favorável aos trabalhadores, a ministra do Fomento, Magdalena Alvarez, que se deslocou no sábado ao aeroporto de Prat, considerou como «inadmissíveis» os incidentes da véspera, sublinhando que o governo «não irá tolerar» este tipo de comportamentos e pedirá responsabilidades tanto à companhia como aos trabalhadores.