Numa declaração proferida no passado mês de Junho, José Cruz, eleito da CDU na Assembleia Municipal, valorizou o papel dos eleitos do PCP, dentro das competências que a lei confere, nomeadamente «o de fiscalizar a forma como a Câmara Municipal, gerida pelo PSD, cumpre as promessas eleitorais e o de apresentar as propostas que julgue necessárias para a melhoria das condições de vida dos cidadãos do município».
Acompanhar o exercício da actividade do pelouro que foi atribuído aos eleitos do PCP, «para que seja exemplar na sua execução e corresponda aos princípios de qualidade e transparência que caracterizam as soluções CDU», é outra das tarefas.
«A CDU contribuirá com uma atitude crítica para que a Câmara Municipal resolva os problemas da população, mesmo em momentos em que não seja essa a vocação que os eleitos manifestem, por distracção com problemas secundários, desviando-se das prioridades», afirmou José Cruz, lembrando que os comunistas irão continuar a fiscalizar «para que se cumpra a vocação democrática do concelho, a dos grandes avanços na área social, na assistência aos mais desfavorecidos, nas políticas de habitação social. O concelho de Vila Real de Santo António regista elevados níveis de apoio à cultura, ao ensino e ao desporto, traduzidos não apenas das verbas que são dedicadas a estas áreas e nos apoios às mais diversas associações e colectividades, mas também nas infra-estruturas. Trata-se de uma acção que tem um claro cunho de esquerda e para a qual a nossa força, acção e presença tem contribuído de forma decisiva».
«Exerceremos a nossa acção de oposição conscientes de que fomos e seremos em Vila Real de Santo António uma alternativa política que acumula dez anos de presidência e grandes realizações em prol do progresso social do concelho», continuou, sublinhando que a coligação PCP/PEV e a sua política «é a única que orienta a acção dos eleitos da CDU nos órgãos autárquicos, acção que é exercida com a maior independência e tendo como único horizonte aquilo que nos parece que melhor contribui para o progresso do município».

Actuar com firmeza

Entretanto, neste mandato, a CDU aprovou a viabilização do Orçamento e Plano Plurianual, a regularização das contas de gerência que vinham da anterior gestão, a retoma da revisão do Plano Director Municipal, no mês de Março, e a elaboração de vários planos de pormenor, que, para os comunistas, «devem esclarecer a utilização do uso do solo em vários locais do concelho, permitir a melhoria das políticas de licenciamento, a favor dos pequenos proprietários, criar novos núcleos turísticos, ordenar o espaço urbano com novas vias e loteamentos de qualidade, permitir acelerar a tomada de decisões e nunca vistos como abertura de espaços para o incremento da actividade imobiliária, a favor de apenas alguns interesses particulares».
«Daqui pode surgir o florescimento de novos negócios, melhorar a atractividade do concelho e aumentar os postos de trabalho. Mas também aqui é necessário um esforço de articulação com a equipa que está a rever o PDM, para que, depois de tudo feito não se perca tempo e dinheiro a voltar para trás em opções não exequíveis, por desconformidades com planos de nível superior», alertou José Cruz, afirmando: «É necessário actuar com muita firmeza em defesa das posições que os vilarealenses entendem que servem o concelho e procurar que não nos imponham estratégias que obedeçam a interesses que nos são estranhos».
Na sua intervenção, o eleito preveniu ainda a Assembleia Municipal para a nova filosofia autárquica que «transporta o objectivo da privatização ou concessão dos serviços que o município deve desempenhar e cumprir, para entidades privadas, a maior parte delas com sede fora do concelho».
«Esta política vai numa direcção perigosa, cujos os reflexos a curto prazo se podem traduzir quer no aumento do preço dos serviços prestados quer na diminuição da sua qualidade, como acontece noutros concelhos do país», avisou José Cruz.