Agressão imperialista no Afeganistão
Os Talibãs e a Organização de Bin Laden são uma criação dos americanos e dos seus aliados paquistaneses
O Avante! noticiou há algumas semanas que o dia-a-dia das tropas invasoras no Iraque e no Afeganistão é cada vez mais um atoleiro de guerra. De Bagdad a Cabul, a resposta dos invasores face à intensificação da contestação popular e das acções da resistência armada tem-se vindo a traduzir em numerosos massacres de civis, inclusive de mulheres e crianças. Segundo o Washington Post os ataques mensais da aviação norte-americana contra o Afeganistão superam já, em mais de metade, os desencadeados contra o Iraque. Em Cabul, Karsai decretou o recolher obrigatório e juntamente com as forças norte-americanas reprimiu e assassinou brutalmente a tiro dezenas de manifestantes desarmados. A investida com armas de fogo contra manifestações e acções de protesto faz parte do programa de treino das forças militares de ocupação da NATO. Ao dispararem a matar contra o povo os exércitos das potências imperialistas e dos seus aliados afirmam estar a «restabelecer a democracia» e a conduzir «a guerra contra o terrorismo».
O ex-presidente iraniano, Bani Sadr, afastado em 1981 por um golpe de Estado fundamentalista com o apoio implícito dos EUA (numa altura em que Reagan e Khomeini colaboravam no fornecimento de armas aos «contras» na Nicarágua), explica que o imperialismo «para justificar a exploração vergonhosa das riquezas dos países dominados, tem vindo a dividir os seres humanos em duas categorias: os civilizados, capazes de respeitar “os direitos do homem”, únicos aptos ao desenvolvimento, e os outros. No mundo árabe, cada vez que foi necessário decidir entre o respeito pelos direitos dos povos e o despostismo, as potências ocidentais decidiram-se sempre por regimes autoritários» (Le Monde, 30.10.01). Bani Sadr relembra ainda que «no Afeganistão, os Talibãs e a Organização de Bin Laden são uma criação dos americanos e dos seus aliados paquistaneses» e demonstra como o Pentágono «teve necessidade de inventar um super-homem e de formar uma nova aliança mundial contra ele» (Le Monde, 30.10.01). Finalmente pergunta porque é que «os Estados Unidos nunca denunciaram a violência dos Talibãs quando esta era exercida contra o povo afegão ou o assassínio do comandante Massoud», mas, antes pelo contrário, procuraram assinar contratos económicos com o regime de Cabul.
No momento em que a Bundeswehr assume o comando das tropas da NATO no norte do Afeganistão e em que só o número de soldados alemães que protegem a ditadura de Karsai se eleva a 2 800, o Ministro da Guerra do Governo Merkel/SPD afirma que «hoje já não é possível estabelecer uma linha clara de demarcação entre a Segurança interna e externa» (Spiegel, 05.04.06). O Frankfurter Algemeiner Zeitung (11.04.06), o órgão dos banqueiros de Frankfurt, justifica, por exemplo, a intervenção da Bundeswehr no Congo – cujo pretexto oficial é o de assegurar a «realização de eleições» - salientando que «o país possui matérias primas como minério de berilo que é utilizado na produção de armas atómicas que não devem cair em falsas mãos». O imperialismo não admite que as riquezas do Congo possam pertencer ou manter-se nas mãos do povo congolês. O comandante das tropas de ocupação alemãs no Afeganistão, o general Kneip, também sabe do que fala quando afirma que «se quisermos fazer o nosso trabalho até ao fim, isso vai durar seguramente uma a duas gerações» (FAZ, 29.05.06).
Desde que os regimes amigos da América entraram numa fase de decomposição, os Estados Unidos procuram «renovar» a fachada para poderem continuar a negar os direitos nacionais, sociais e democráticos dos respectivos povos. A manipulação da ideia da «liberdade» e dos «direitos humanos» é o combustível com que o imperialismo alimenta a sua máquina de guerra. Mas o verdadeiro problema dos povos do Médio Oriente é não terem ainda conseguido libertar-se definitivamente da opressão imperialista e em particular do domínio norte-americano.
O ex-presidente iraniano, Bani Sadr, afastado em 1981 por um golpe de Estado fundamentalista com o apoio implícito dos EUA (numa altura em que Reagan e Khomeini colaboravam no fornecimento de armas aos «contras» na Nicarágua), explica que o imperialismo «para justificar a exploração vergonhosa das riquezas dos países dominados, tem vindo a dividir os seres humanos em duas categorias: os civilizados, capazes de respeitar “os direitos do homem”, únicos aptos ao desenvolvimento, e os outros. No mundo árabe, cada vez que foi necessário decidir entre o respeito pelos direitos dos povos e o despostismo, as potências ocidentais decidiram-se sempre por regimes autoritários» (Le Monde, 30.10.01). Bani Sadr relembra ainda que «no Afeganistão, os Talibãs e a Organização de Bin Laden são uma criação dos americanos e dos seus aliados paquistaneses» e demonstra como o Pentágono «teve necessidade de inventar um super-homem e de formar uma nova aliança mundial contra ele» (Le Monde, 30.10.01). Finalmente pergunta porque é que «os Estados Unidos nunca denunciaram a violência dos Talibãs quando esta era exercida contra o povo afegão ou o assassínio do comandante Massoud», mas, antes pelo contrário, procuraram assinar contratos económicos com o regime de Cabul.
No momento em que a Bundeswehr assume o comando das tropas da NATO no norte do Afeganistão e em que só o número de soldados alemães que protegem a ditadura de Karsai se eleva a 2 800, o Ministro da Guerra do Governo Merkel/SPD afirma que «hoje já não é possível estabelecer uma linha clara de demarcação entre a Segurança interna e externa» (Spiegel, 05.04.06). O Frankfurter Algemeiner Zeitung (11.04.06), o órgão dos banqueiros de Frankfurt, justifica, por exemplo, a intervenção da Bundeswehr no Congo – cujo pretexto oficial é o de assegurar a «realização de eleições» - salientando que «o país possui matérias primas como minério de berilo que é utilizado na produção de armas atómicas que não devem cair em falsas mãos». O imperialismo não admite que as riquezas do Congo possam pertencer ou manter-se nas mãos do povo congolês. O comandante das tropas de ocupação alemãs no Afeganistão, o general Kneip, também sabe do que fala quando afirma que «se quisermos fazer o nosso trabalho até ao fim, isso vai durar seguramente uma a duas gerações» (FAZ, 29.05.06).
Desde que os regimes amigos da América entraram numa fase de decomposição, os Estados Unidos procuram «renovar» a fachada para poderem continuar a negar os direitos nacionais, sociais e democráticos dos respectivos povos. A manipulação da ideia da «liberdade» e dos «direitos humanos» é o combustível com que o imperialismo alimenta a sua máquina de guerra. Mas o verdadeiro problema dos povos do Médio Oriente é não terem ainda conseguido libertar-se definitivamente da opressão imperialista e em particular do domínio norte-americano.