Ricos e abjectos
Claro que nos tínhamos apercebido da abjecta prosa vertida sobre as páginas de uma revista semanal editada por um diário da nossa praça. E o comentário que segue vem a propósito da indignação de um nosso leitor – indignação justíssima que o fez escrever-nos a chamar-nos a atenção para um artigo, vistosamente embrulhado na revista Pública de final do mês passado, respigada em exclusivo(!) de uma agência norte-americana, e que nos conta os casos dos «ricos que comem do que está no lixo».
A bem dizer, não comentaremos o facto tão preciosamente descrito, de gente tão boazinha e tão rica que passa os seus tempos livres a catar nos contentores em demanda de comida estragada. É que nos basta a nossa gente, por cá, entre portugueses e imigrantes desesperados com falta de trabalho e com fome. Se quisermos ser frios como os números, basta lembrarmo-nos dos 200 mil com fome, do meio milhão de desempregados e dos dois milhões de pobres num país tão pequeno e de tão grande e «socráticas» ambições.
Com efeito, na dieta lusitana, a promessa é o que mais se come. E quem assim promete – 150 mil postos de trabalho, retoma da economia, progresso tecnológico, etc. – não deixa de comer à farta, basta vê-los gordos e felizes a perorar sobre o nosso presente e o nosso futuro, como se para eles os portugueses contassem.
De facto, contam. Para lhes encher os bolsos. Na lista de salários e de benesses e outras riquezas publicada pelo Correio da Manhã de anteontem, vê-se que quem governa o País aufere também, como a personagem da Pública, salários que rondam os seis dígitos, não falando do número de apartamentos, casas, carros, contas em Portugal e na Suíça, pacotões de acções e outras propriedades.
Como é que eles, assim engordados, assim preocupados em gerir os complexos dinheiros que são os seus, iriam preocupar-se com os mínimos tostões de quem trabalha ou já trabalhou? Quem se preocupa com a saúde, a habitação ou o ensino dos outros que os elegeram? Que tontos seriam para preocupar-se com o desemprego – que lhes não calha nunca, nem que venham a ser despejados do Governo?
Se a coisa se tornar feia de mais, há-de arranjar-se mais uma novidade na política «de esquerda» para obviar às necessidades dos pobrezinhos. Que tal uma daquelas à Lula, que inventou um pequeno-almoço para todos os brasileiros?
Entretanto não desesperamos de vê-los, a eles, renderem-se a esta modernidade: acabar no lixo.
A bem dizer, não comentaremos o facto tão preciosamente descrito, de gente tão boazinha e tão rica que passa os seus tempos livres a catar nos contentores em demanda de comida estragada. É que nos basta a nossa gente, por cá, entre portugueses e imigrantes desesperados com falta de trabalho e com fome. Se quisermos ser frios como os números, basta lembrarmo-nos dos 200 mil com fome, do meio milhão de desempregados e dos dois milhões de pobres num país tão pequeno e de tão grande e «socráticas» ambições.
Com efeito, na dieta lusitana, a promessa é o que mais se come. E quem assim promete – 150 mil postos de trabalho, retoma da economia, progresso tecnológico, etc. – não deixa de comer à farta, basta vê-los gordos e felizes a perorar sobre o nosso presente e o nosso futuro, como se para eles os portugueses contassem.
De facto, contam. Para lhes encher os bolsos. Na lista de salários e de benesses e outras riquezas publicada pelo Correio da Manhã de anteontem, vê-se que quem governa o País aufere também, como a personagem da Pública, salários que rondam os seis dígitos, não falando do número de apartamentos, casas, carros, contas em Portugal e na Suíça, pacotões de acções e outras propriedades.
Como é que eles, assim engordados, assim preocupados em gerir os complexos dinheiros que são os seus, iriam preocupar-se com os mínimos tostões de quem trabalha ou já trabalhou? Quem se preocupa com a saúde, a habitação ou o ensino dos outros que os elegeram? Que tontos seriam para preocupar-se com o desemprego – que lhes não calha nunca, nem que venham a ser despejados do Governo?
Se a coisa se tornar feia de mais, há-de arranjar-se mais uma novidade na política «de esquerda» para obviar às necessidades dos pobrezinhos. Que tal uma daquelas à Lula, que inventou um pequeno-almoço para todos os brasileiros?
Entretanto não desesperamos de vê-los, a eles, renderem-se a esta modernidade: acabar no lixo.