O «Teatro Fórum de Moura – Associação» não concorda com o processo de atribuição de apoios pontuais à actividade teatral de carácter profissional. Em carta aberta à ministra da Cultura e ao director do Instituto das Artes, o grupo começa por rejeitar os cortes para metade efectuados no programa de apoio a projectos pontuais.
O Teatro Fórum de Moura não compreende a decisão de ter ficado preterido dos apoios, pois o júri destacou a importância do projecto para o «lançamento da actividade teatral na região», bem como o realismo do seu orçamento.
Em relação à qualidade do projecto, o júri considerou que este vale pelo seu carácter formativo. As opções da companhia, destaca, poderão ter «algum impacto social e crítico», mas os resultados são «menos visíveis ao nível artístico e do espectáculo teatral». A companhia considera irónica esta opinião. Na introdução ao seu projecto, escreveu: «partilhamos o objectivo de devolver o Teatro às camadas mais pobres e desfavorecidas da nossa sociedade, contrariando a ideia de que este só é válido, ou artístico, se for feito pelas elites bem pensantes, possuidoras do capital económico e dos meios de produção cultural.»
O Teatro Fórum de Moura reivindica a abertura, no próximo concurso do programa de apoios sustentados ao Teatro, um item especial que favoreça a implementação de estruturas profissionais em zonas desfavorecidas do País, respondendo assim a uma preocupação manifestada pelo próprio júri. A sul do Tejo, lembra, apenas quatro projectos foram apoiados, em 26 apresentados.