Uma decisão há muito reclamada
A extracção mineira vai ser retomada em Aljustrel, depois de mais de uma década de paragem. Sindicato e autarquia consideram a decisão uma vitória dos trabalhadores e do concelho.
O sindicato exige a admissão imediata de novos trabalhadores
Em conformidade com o que havia já anunciado no início deste mês a empresa detentora das Pirites Alentejanas, a canadiana Eurozinc, foi oficialmente comunicada, na passada segunda-feira, a retoma da exploração mineira em Aljustrel. A cerimónia oficial decorreu com pompa e circunstância e contou com a presença do Primeiro-Ministro José Sócrates. A aprovação do projecto da Eurozinc pelo Governo aconteceu dias antes, no dia 11, na reunião do Conselho de Ministros.
As reacções não se fizeram esperar. Em declarações à Agência Lusa, Carlos Formoso, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), recordou que esta é a «decisão que a comunidade mineira e a população de Aljustrel esperam há muito». O sindicalista recordou ainda a «longa luta de 14 anos dos mineiros pela reabertura das minas».
No site da Câmara Municipal de Aljustrel, o presidente da autarquia, Manuel Godinho, considera esta uma «boa notícia que há muito aguardávamos». Trata-se, entende o autarca comunista, de uma decisão que «se saúda e que vai de encontro às justas reivindicações dos trabalhadores e às aspirações legítimas do povo do concelho, bem como aos interesses do desenvolvimento regional».
Prosseguindo, a câmara manifesta ainda a sua «imensa satisfação» pela retoma da actividade mineira no concelho, considerando esta «uma vitória de todos aqueles (mineiros e respectivo sindicato, autarquias, forças políticas, população em geral) que acreditaram sempre no potencial dos nossos recursos minerais e que lutaram, ao longo de quase década e meia, com tenacidade e coragem, pela viabilização económica da mina».
Também o PCP reagiu à notícia. Em nota da Comissão Concelhia de Aljustrel do PCP (que o Avante! retoma esta edição depois de ter noticiado no número passado), destaca-se a reabertura das minas como uma vitória dos trabalhadores e do sindicato. Os comunistas de Aljustrel – que lembram ter sido o PCP o único partido a bater-se pela reabertura das minas ao longo dos anos – exigem agora a admissão imediata de novos trabalhadores e uma «exploração racional dos recursos minerais existentes».
Trabalho sim, mas com dignidade
A extracção mineira foi interrompida em Aljustrel em 1993. A falta de viabilidade económica, provocada pela descida acentuada do preço do zinco, foi a razão apresentada. Razões à parte, certo é que o encerramento provocou, segundo o sindicato, o despedimento de 440 trabalhadores.
Em 2001, a compra da Pirites Alentejanas pela canadiana Eurozinc trouxe consigo a esperança da reabertura das minas. Esperanças que seriam rapidamente defraudadas quando, apenas um ano depois, a empresa entrou em lay-off. Ficaram apenas 47 trabalhadores no activo que asseguraram a manutenção do complexo e os chamados serviços mínimos ambientais.
Com a retoma da laboração prevista para o início de 2008, o ministro da Economia anunciou já que o relançamento da exploração criará 100 novos postos de trabalho e manterá no activo os actuais 47 trabalhadores. Segundo o ministro, os restantes duzentos trabalhadores necessários para este projecto serão subcontratados.
O STIM quer agora que os novos trabalhadores tenham condições salariais equiparadas aos das minas de Neves Corvo, propriedade da mesma empresa, a Eurozinc. Em plenário realizado no passado dia 10, o sindicato e a Comissão de Trabalhadores exigiram que as admissões de novos trabalhadores comecem desde já. Carlos Formoso, do STIM, afirmou que recebeu garantias do Governo de que os novos trabalhadores serão de Aljustrel.
Manter a vigilância
Em comunicado de dia 9, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) manifesta a sua satisfação pela retoma da laboração nas minas de Aljustrel. Para o sindicato, esta decisão da multinacional canadiana torna ainda mais actual a exigência de admissão de mais trabalhadores. Mesmo antes do anúncio já o STIM considerava que o quadro de pessoal era «bastante insuficiente» para as exigências que a manutenção do complexo exigia. Estas exigências obrigavam a um «esforço redobrado dos trabalhadores», o que torna «ainda mais injusta a diferença salarial relativamente à Somincorz», afirma o sindicato.
O STIM lembra ainda as sucessivas reuniões que realizou no Governo Civil e na Presidência da República, nas quais insistiu na necessidade de saber os termos e as condições em que a Eurozinc entrou na Pirites Alentejanas e também as garantias que a multinacional canadiana dá quanto à forma de exploração racional dos recursos, não só em Aljustrel mas também em Neves Corvo.
«Muitas outras perguntas continuarão a ser feitas», promete o sindicato. O STIM considera que ainda tem que se avaliar os impactos negativos para a exploração mineira em Aljustrel e para os interesses nacionais, a mudança de proprietários e de projectos. Mas para já, afirma, o que é necessário é que a «informação sobre as medidas concretas relativas às fases da retoma, às admissões, à reposição da justiça social, confirmem e ampliem a grande expectativa e satisfação actuais».
As reacções não se fizeram esperar. Em declarações à Agência Lusa, Carlos Formoso, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), recordou que esta é a «decisão que a comunidade mineira e a população de Aljustrel esperam há muito». O sindicalista recordou ainda a «longa luta de 14 anos dos mineiros pela reabertura das minas».
No site da Câmara Municipal de Aljustrel, o presidente da autarquia, Manuel Godinho, considera esta uma «boa notícia que há muito aguardávamos». Trata-se, entende o autarca comunista, de uma decisão que «se saúda e que vai de encontro às justas reivindicações dos trabalhadores e às aspirações legítimas do povo do concelho, bem como aos interesses do desenvolvimento regional».
Prosseguindo, a câmara manifesta ainda a sua «imensa satisfação» pela retoma da actividade mineira no concelho, considerando esta «uma vitória de todos aqueles (mineiros e respectivo sindicato, autarquias, forças políticas, população em geral) que acreditaram sempre no potencial dos nossos recursos minerais e que lutaram, ao longo de quase década e meia, com tenacidade e coragem, pela viabilização económica da mina».
Também o PCP reagiu à notícia. Em nota da Comissão Concelhia de Aljustrel do PCP (que o Avante! retoma esta edição depois de ter noticiado no número passado), destaca-se a reabertura das minas como uma vitória dos trabalhadores e do sindicato. Os comunistas de Aljustrel – que lembram ter sido o PCP o único partido a bater-se pela reabertura das minas ao longo dos anos – exigem agora a admissão imediata de novos trabalhadores e uma «exploração racional dos recursos minerais existentes».
Trabalho sim, mas com dignidade
A extracção mineira foi interrompida em Aljustrel em 1993. A falta de viabilidade económica, provocada pela descida acentuada do preço do zinco, foi a razão apresentada. Razões à parte, certo é que o encerramento provocou, segundo o sindicato, o despedimento de 440 trabalhadores.
Em 2001, a compra da Pirites Alentejanas pela canadiana Eurozinc trouxe consigo a esperança da reabertura das minas. Esperanças que seriam rapidamente defraudadas quando, apenas um ano depois, a empresa entrou em lay-off. Ficaram apenas 47 trabalhadores no activo que asseguraram a manutenção do complexo e os chamados serviços mínimos ambientais.
Com a retoma da laboração prevista para o início de 2008, o ministro da Economia anunciou já que o relançamento da exploração criará 100 novos postos de trabalho e manterá no activo os actuais 47 trabalhadores. Segundo o ministro, os restantes duzentos trabalhadores necessários para este projecto serão subcontratados.
O STIM quer agora que os novos trabalhadores tenham condições salariais equiparadas aos das minas de Neves Corvo, propriedade da mesma empresa, a Eurozinc. Em plenário realizado no passado dia 10, o sindicato e a Comissão de Trabalhadores exigiram que as admissões de novos trabalhadores comecem desde já. Carlos Formoso, do STIM, afirmou que recebeu garantias do Governo de que os novos trabalhadores serão de Aljustrel.
Manter a vigilância
Em comunicado de dia 9, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) manifesta a sua satisfação pela retoma da laboração nas minas de Aljustrel. Para o sindicato, esta decisão da multinacional canadiana torna ainda mais actual a exigência de admissão de mais trabalhadores. Mesmo antes do anúncio já o STIM considerava que o quadro de pessoal era «bastante insuficiente» para as exigências que a manutenção do complexo exigia. Estas exigências obrigavam a um «esforço redobrado dos trabalhadores», o que torna «ainda mais injusta a diferença salarial relativamente à Somincorz», afirma o sindicato.
O STIM lembra ainda as sucessivas reuniões que realizou no Governo Civil e na Presidência da República, nas quais insistiu na necessidade de saber os termos e as condições em que a Eurozinc entrou na Pirites Alentejanas e também as garantias que a multinacional canadiana dá quanto à forma de exploração racional dos recursos, não só em Aljustrel mas também em Neves Corvo.
«Muitas outras perguntas continuarão a ser feitas», promete o sindicato. O STIM considera que ainda tem que se avaliar os impactos negativos para a exploração mineira em Aljustrel e para os interesses nacionais, a mudança de proprietários e de projectos. Mas para já, afirma, o que é necessário é que a «informação sobre as medidas concretas relativas às fases da retoma, às admissões, à reposição da justiça social, confirmem e ampliem a grande expectativa e satisfação actuais».