Questão nuclear

Irão discutido à mesa

O porta-voz iraniano para os assuntos nucleares, Ali Larijani, saudou a China e a Rússia por manterem em aberto as possibilidades de diálogo sobre o programa de produção de energia atómica em curso no país árabe.
Larijani considerou a posição defendida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de Moscovo e Pequim como «realista» e exortou a União Europeia a seguir o mesmo caminho, na medida em que acredita que os responsáveis europeus podem «desempenhar um papel construtivo» neste contexto.
As declarações do membro do governo de Teerão surgem na sequência da reunião, segunda-feira, entre os responsáveis diplomáticos dos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, Li Zhaoxing, da China, Serguei Lavrov, da Rússia, Condoleezza Rice, dos EUA, Philippe Douste-Blazy, da França e Margaret Beckett, da Grã-Bretanha, aos quais se juntaram o homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, e o responsável da política externa da UE, Javier Solana.
A convite da secretária de Estado norte-americana, os sete juntaram-se para jantar num hotel de luxo em Nova Iorque, prolongando a refeição por mais de duas horas. O «prato principal» foi o conflito nuclear que envolve as principais potências mundiais e o Irão, mas de acordo com declarações posteriores atribuídas ao ministro germânico, subsistem ainda divergências por ultrapassar até que se alcance a uma posição conjunta sobre a matéria. Na melhor das hipóteses, tal só acontecerá dentro de duas ou três semanas, deixou ainda escapar Steinmeier.
Em causa está não só a integração na moção conjunta do chamado capítulo VII, disposição invocada por norte-americanos e britânicos para invadirem o Iraque em 2003, mas também a imposição de sanções económicas e diplomáticas contra o Irão.
Acresce que nem chineses nem russos vêm com bons olhos a abertura de mais um conflito no Médio Oriente, argumentando não existirem provas que sustentem que o Irão se prepara para produzir armas nucleares.
Quanto aos iranianos, continuam a defender-se classificando os projectos em curso como tendo fins absolutamente pacíficos. Numa iniciativa inédita nos últimos 27 anos, o presidente do Irão, Mahmud Ahmadinejad, enviou uma carta de quase 20 páginas ao chefe de Estado dos EUA, atitude vista como uma tentativa de aproximação ao diálogo.
Em resposta, Condoleezza Rice, classificou a iniciativa como «pouco séria» e defendeu que tal não só «não é uma abordagem diplomática», como, de acordo com a sua leitura, «não se refere às questões que estamos a negociar de forma concreta».
O conteúdo do texto não foi divulgado, mas Rice esclareceu que a posição dos EUA mantém-se, isto é, as orientações políticas dos EUA continuam a privilegiar a «pressão sobre os iranianos para que compreendam que haverá um custo se continuarem a desafiar o sistema internacional».


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