A receita
Na semana passada, com direito a chamada de capa em vários jornais e com intermináveis minutos de reportagem nos principais noticiários televisivos, foi tornado público o recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre Portugal. O alarido com que se propagandearam as conclusões deste documento está, como é bom de ver, relacionado com o conteúdo das mesmas. Por outras palavras, este relatório procura afirmar que, não só deve continuar a política de direita, como há que ir mais depressa.
Uma receita do neo-liberalismo mais puro e duro, cujo os ingredientes, que requerem uma “implementação rápida e determinada” deixamos aqui: “Contenção salarial”, “simplificação fiscal”, “flexibilização das relações laborais”, “flexibilização da lei dos despedimentos”, “racionalização das universidades”, “aumento das propinas”, “aumento da idade da reforma”- sobre esta última dá-se ao luxo de sugerir "campanhas nos media" para "explicar à opinião pública a necessidade de reformar o sistema de pensões e a importância de poupanças privadas individuais para suplementar a pensão".
Este relatório e a sua ampla divulgação levanta duas questões. Por um lado, a certeza de que a OCDE - uma das muitas estruturas que a comunicação social procura apresentar como sendo uma instituição impoluta e absolutamente neutral, devota do rigor científico e do interesse do desenvolvimento dos povos - mais não é, do que um instrumento do grande capital para de forma indirecta determinar e legitimar as opções do poder político. A segunda questão prende-se com o conteúdo destas “recomendações”. Que confirmam não só o carácter de direita das políticas do PS, como por serem há muito aplicadas no nosso país e nada de novo acrescentarem, são como se costuma dizer, “mais do mesmo”.
Os trabalhadores conhecem como ninguém os resultados desta política, sentem-no no desemprego crescente, nos despedimentos, nos magros salários, no endividamento galopante, no abandono escolar, nas pensões de miséria, no encerramento de serviços públicos. Conhecem também o truque destes senhores - a OCDE acha que ter comida no frigorifico é um privilégio - de exigir sacrifícios hoje, para continuar com sacrifícios amanhã.
A prolongada campanha a que o Povo português tem estado sujeito para aceitar de forma resignada a violenta política que contra si é feita tem destas confidências. Graça Franco - cronista do Público - entusiasmada e motivada com tamanhas revelações, afirmava na 2ª feira - “ Quantos ministros das finanças não gostariam de ter, numa única semana, uma série de textos para mobilizar a população para a necessidade de mais sacrifícios e legitimar a necessidade imperiosa de mudar de vida e adoptar medidas ainda mais impopulares?”. Está tudo dito!
Uma receita do neo-liberalismo mais puro e duro, cujo os ingredientes, que requerem uma “implementação rápida e determinada” deixamos aqui: “Contenção salarial”, “simplificação fiscal”, “flexibilização das relações laborais”, “flexibilização da lei dos despedimentos”, “racionalização das universidades”, “aumento das propinas”, “aumento da idade da reforma”- sobre esta última dá-se ao luxo de sugerir "campanhas nos media" para "explicar à opinião pública a necessidade de reformar o sistema de pensões e a importância de poupanças privadas individuais para suplementar a pensão".
Este relatório e a sua ampla divulgação levanta duas questões. Por um lado, a certeza de que a OCDE - uma das muitas estruturas que a comunicação social procura apresentar como sendo uma instituição impoluta e absolutamente neutral, devota do rigor científico e do interesse do desenvolvimento dos povos - mais não é, do que um instrumento do grande capital para de forma indirecta determinar e legitimar as opções do poder político. A segunda questão prende-se com o conteúdo destas “recomendações”. Que confirmam não só o carácter de direita das políticas do PS, como por serem há muito aplicadas no nosso país e nada de novo acrescentarem, são como se costuma dizer, “mais do mesmo”.
Os trabalhadores conhecem como ninguém os resultados desta política, sentem-no no desemprego crescente, nos despedimentos, nos magros salários, no endividamento galopante, no abandono escolar, nas pensões de miséria, no encerramento de serviços públicos. Conhecem também o truque destes senhores - a OCDE acha que ter comida no frigorifico é um privilégio - de exigir sacrifícios hoje, para continuar com sacrifícios amanhã.
A prolongada campanha a que o Povo português tem estado sujeito para aceitar de forma resignada a violenta política que contra si é feita tem destas confidências. Graça Franco - cronista do Público - entusiasmada e motivada com tamanhas revelações, afirmava na 2ª feira - “ Quantos ministros das finanças não gostariam de ter, numa única semana, uma série de textos para mobilizar a população para a necessidade de mais sacrifícios e legitimar a necessidade imperiosa de mudar de vida e adoptar medidas ainda mais impopulares?”. Está tudo dito!