Uma delegação cubana encabeçada pelo vice-ministro da Indústria Básica, Raúl Pérez del Prado, foi expulsa, sexta-feira da semana passada, de uma unidade hoteleira do grupo Sheraton no México.
O episódio assumiu contornos escandalosos porque, de acordo com a confirmação dada por uma das responsáveis do hotel, terá sido o próprio Departamento do Tesouro norte-americano a ordenar o encerramento das portas aos representantes de Cuba.
Apesar de tudo, a delegação garantiu que o objectivo dos EUA não foi alcançado, uma vez que os trabalhos que os levaram ao México se desenrolaram noutro local.
Os cubanos encontravam-se reunidos com representantes da Associação de Comércio EUA-Cuba e altos quadros de várias empresas norte-americanas interessadas em investir em Cuba e estreitar os laços comerciais com a ilha.
Acresce que, ao abrigo das leis Torricelli e Helms-Burton, os agentes turísticos cativaram o depósito monetário feito pela delegação cubana reenviando-o para os cofres de Washington, facto que confirma a aplicação das normas restritivas e do bloqueio contra cuba fora do território dos EUA.
Da parte do governo mexicano, ainda não são conhecidas reacções de repúdio a mais uma ingerência na soberania do país, no caso através da aplicação extraterritorial de legislação em vigor nos EUA.
Entretanto, anteontem, na Cidade do México, frente ao hotel, diversas personalidades e dirigentes de partidos e movimentos de esquerda mexicanos reuniram-se para protestar contra a política criminosa da administração norte-americana contra o povo cubano, e exigiram do presidente mexicano, Vicente Fox, aliado de longa data dos EUA, uma manifestação de repúdio pelo sucedido.