Península de Setúbal

Futuro apresenta-se negro

A Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP analisou, no passado dia 3, a situação social na Península de Setúbal e fez um primeiro balanço à campanha eleitoral em curso para a Presidência da República.

Pairam graves ameaças sobre as empresas e trabalhadores do distrito de Setúbal

Armindo Miranda, membro da Comissão Política e responsável por aquela Direcção Regional, e Telma Capucho, membro do Executivo da DORS, em conferência de imprensa, deram conhecimento das conclusões tiradas da reunião, que teve início com o exame à política de preços do Governo, traduzida pelos recentes aumentos de preços de bens e produtos de primeira necessidade, muito superiores à inflação prevista. Esta política de preços, diz a DORS, vai ter reflexos muito negativos na vida dos trabalhadores da Península de Setúbal, nomeadamente no aumento da pobreza, da exclusão e do desemprego, que, em Outubro, elevava-se já a mais de 41 mil (11,3%).
Ao mesmo tempo, o aumento das desigualdades sociais – só a fortuna de 11 capitalistas corresponde ao rendimento anual de cerca de 2 milhões de pensionistas e reformados do sistema público de segurança social –, é igualmente revelador da natureza do sistema, «que faz drenar para meia dúzia de pessoas o esforço quotidiano de milhões de trabalhadores».
A grande atenção da DORS foi, contudo, para a situação de algumas empresas e respectivos trabalhadores, sobre os quais pairam os mais diversos perigos. É o caso da Autoeuropa, onde a Administração e o Governo ameaçam reduzir os postos de trabalho ou procuram responsabilizar os trabalhadores pelo encerramento da empresa, com o objectivo de condicionar a decisão dos mesmos. Omitem, entretanto, os lucros e os apoios dados pelo Estado à empresa ao longo dos 10 anos da sua existência – reforçados com o não aumento salarial dos trabalhadores – e o aumento de produtividade com menos de 25% dos trabalhadores.
Também a EMEF, no Barreiro, se encontra sob ameaça de despedimentos ou de encerramento, pondo em causa cerca de 300 postos de trabalho; a TST, para cumprir os horários das carreiras, obriga os trabalhadores a horas extraordinárias que não são pagas como tal; a SOFLUSA procura dividir e isolar trabalhadores, através da discriminação salarial; a ALCOA, só neste último ano, reduziu o número de trabalhadores para cerca de metade, sendo que se perfila ainda no horizonte um possível risco de deslocalização.

Governo sem respostas

Por seu lado, os pescadores de Sesimbra prosseguem a luta em defesa do seu ganha-pão – a pesca artesanal –, entretanto ameaçado pelo Governo, que continua a não dar resposta às exigências dos utentes da Linha do Sado, de electrificação e alargamento do seu percurso até às Praias do Sado, e mantém-se calado relativamente à reivindicação de um abaixo-assinado subscrito por 60.000 pessoas para a construção de um novo Hospital no Seixal. Reivindicação que se alarga à população de Almada, «que vê o Hospital Garcia de Orta cada vez mais sufocado».
«É contra esta política e por justíssimas causas» que os trabalhadores e as populações desenvolvem as mais variadas formas de luta, diz a DORS, destacando a manifestação que, no dia 14 de Dezembro, juntou em Setúbal, frente ao Governo Civil, cerca de mil pessoas.
Por fim, o Executivo da DORS valoriza o trabalho desenvolvido neste período de pré-campanha eleitoral e o apoio de muitos milhares de democratas, homens, mulheres e jovens à candidatura de Jerónimo de Sousa, o que, em sua opinião, «perspectiva um bom resultado eleitoral e uma contribuição decisiva para a derrota da direita».


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