Trabalhadores das autarquias agendam greve

Milhares exigem negociação

Mais de dois mil trabalhadores das autarquias manifestaram-se do Chiado até São Bento, em Lisboa e agendaram greve para Dezembro.

Combater a privatização do sector da água

Numa acção convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, os trabalhadores concentraram-se no Largo de Camões, onde aprovaram a marcação de uma greve nacional para os dias 13 e 14 de Dezembro. Depois, rumaram até à porta da residência oficial de Sócrates, onde reiteraram a exigência de dialogar com a Secretaria de Estado que recusa abrir negociações sobre o Caderno Reivindicativo entregue a 8 de Junho e sobre o qual ainda não obtiveram resposta.
No plenário, foram aprovadas três resoluções que abordam as principais reivindicações dos trabalhadores da Administração Local, as questões relacionadas com os bombeiros profissionais e as relativas aos assalariados de associações humanitárias de bombeiros.
De uma resolução assinada por mais de dois mil trabalhadores consta a manutenção do prémio nocturno, reivindicada esta semana no Porto, numa greve de três dias.
Ao lembrar que os trabalhadores das autarquias perderam 5,5 por cento do seu poder de compra nos últimos cinco anos, os sindicatos exigem o mesmo valor de actualização salarial para este ano, reflectido num mínimo de 50 euros de aumento por funcionário.
O plenário condenou a tentativa de generalização do contrato individual de trabalho na Administração Pública, a reactivação do quadro de «excedentários» e a aplicação do sistema de quotas na classificação de serviço do funcionários das autarquias.

Dignificar os trabalhadores

Igualmente, a melhoria das condições de trabalho, a manutenção das regras para a aposentação e a ADSE, a defesa de vínculos públicos e dos direitos à promoção, e o repudio pelo congelamento de carreiras são reivindicações centrais nos documentos aprovados.
Os trabalhadores assumem o combate ao desmantelamento da Administração Pública e á privatização de serviços públicos essenciais, nomeadamente do sector da água.
Outra reivindicação nunca satisfeita pelos sucessivos governos e reiterada nesta acção é a exigência do subsídio de insalubridade, penosidade e risco para os trabalhadores da recolha de lixo, até hoje sem esse direito.
Os funcionários pretendem ver uniformizados os diferentes estatutos de bombeiros profissionais com a criação de uma carreira única para sapadores e municipais, além da regularização dos assalariados na associações de voluntários.
Perante a recusa em negociar o Caderno Reivindicativo sindical, a Secretaria de Estado da Administração Local foi a principal visada nesta jornada de luta, cuja continuação ficou marcada para o próximo mês.

Porto três dias sem recolha

Os trabalhadores da recolha de lixo da Câmara do Porto efectuaram uma greve de três dias, de segunda a quarta-feira, em protesto contra a intenção da o Município de lhes retirar o prémio nocturno, que equivale a 20 por cento do seu salário (cerca de 115 euros mensais).
Os trabalhadores recordam que se trata de um subsídio consagrado que é pago há mais de 30 anos e foi institucionalizado em 1987, por unanimidade, na Assembleia Municipal do Porto.


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