O Ranking
Tal como nos últimos cinco anos, surgiu durante a última semana (publicado e apadrinhado pelos ditos jornais de referência) a publicação do «ranking das escolas» do ensino secundário no nosso país, ordenadas através da classificação média obtida pelos estudantes nos exames nacionais do 12º ano.
O «ranking das escolas», para que se saiba oficialmente não existe, mas para a imprensa em termos gerais tal facto é menor, aliás absolutamente negligenciado. O dito Ranking é sobretudo um excelente pretexto para verter em catadupa as teses da superioridade da gestão privada sobre a gestão pública, da liberdade de escolha de pais e alunos quanto ao estabelecimento de ensino, da superioridade pedagógica dos exames no processo de avaliação de conhecimentos, da responsabilização exclusiva dos professores e das escolas quanto aos resultados obtidos, da transparência e do rigor com que estes números estimulam a competitividade entre as escolas.
Para quem vê na educação não só uma boa como uma urgente oportunidade de negócio e tem como principal objectivo a formação das elites do nosso país, a imposição desta classificação às escolas e a divulgação deste estudo serve às mil maravilhas, nem que para isso se compare o incomparável, se perverta a realidade e se abuse da inteligência alheia. Nos extremos das 595 escolas, surge em primeiro lugar o Colégio Mira Rio (assumidamente ligado à Opus Dei) em Lisboa e onde as propinas rondam os 500€/mês, no último, encontra-se a Escola Básica Integrada de Pampilhosa da Serra (interior centro do país no distrito de Coimbra que quase desapareceu do mapa após os incêndios deste Verão) que por sinal repete pelo terceiro ano consecutivo a última posição da tabela.
A Ministra da Educação, acha «pouco interessante» os Rankings baseados num único parâmetro, sem no entanto por em causa a existência do mesmo, que é como quem diz, se fosse um pedacinho diferente até era o próprio Ministério que assumiria este encargo…a ver vamos.
Quanto ao que importa, isto é, quanto às condições materiais e humanas das escolas, à estabilidade do corpo docente, ao desenvolvimento de modelos pedagógicos que tenham por base a avaliação contínua, quanto a uma efectiva acção social escolar, quanto ao direito constitucional de um ensino público e gratuito, nem uma palavra.
E já agora, o primeiro país a introduzir o ranking nas escolas secundárias foi o Reino Unido. Esta semana, o Primeiro Ministro Tony Blair veio a público propor a gestão privada (por empresas seguramente especializadas) das escolas secundárias daquele país. Está-se a ver para onde nos querem levar.
O «ranking das escolas», para que se saiba oficialmente não existe, mas para a imprensa em termos gerais tal facto é menor, aliás absolutamente negligenciado. O dito Ranking é sobretudo um excelente pretexto para verter em catadupa as teses da superioridade da gestão privada sobre a gestão pública, da liberdade de escolha de pais e alunos quanto ao estabelecimento de ensino, da superioridade pedagógica dos exames no processo de avaliação de conhecimentos, da responsabilização exclusiva dos professores e das escolas quanto aos resultados obtidos, da transparência e do rigor com que estes números estimulam a competitividade entre as escolas.
Para quem vê na educação não só uma boa como uma urgente oportunidade de negócio e tem como principal objectivo a formação das elites do nosso país, a imposição desta classificação às escolas e a divulgação deste estudo serve às mil maravilhas, nem que para isso se compare o incomparável, se perverta a realidade e se abuse da inteligência alheia. Nos extremos das 595 escolas, surge em primeiro lugar o Colégio Mira Rio (assumidamente ligado à Opus Dei) em Lisboa e onde as propinas rondam os 500€/mês, no último, encontra-se a Escola Básica Integrada de Pampilhosa da Serra (interior centro do país no distrito de Coimbra que quase desapareceu do mapa após os incêndios deste Verão) que por sinal repete pelo terceiro ano consecutivo a última posição da tabela.
A Ministra da Educação, acha «pouco interessante» os Rankings baseados num único parâmetro, sem no entanto por em causa a existência do mesmo, que é como quem diz, se fosse um pedacinho diferente até era o próprio Ministério que assumiria este encargo…a ver vamos.
Quanto ao que importa, isto é, quanto às condições materiais e humanas das escolas, à estabilidade do corpo docente, ao desenvolvimento de modelos pedagógicos que tenham por base a avaliação contínua, quanto a uma efectiva acção social escolar, quanto ao direito constitucional de um ensino público e gratuito, nem uma palavra.
E já agora, o primeiro país a introduzir o ranking nas escolas secundárias foi o Reino Unido. Esta semana, o Primeiro Ministro Tony Blair veio a público propor a gestão privada (por empresas seguramente especializadas) das escolas secundárias daquele país. Está-se a ver para onde nos querem levar.