Militares podem «convergir» com a luta dos trabalhadores

Após a manifestação dos familiares, do Largo Camões até São Bento, e a reunião de militares de todo o País, no Mercado da Ribeira, ambas no dia 21 de Setembro, «decidimos agora respeitar o período eleitoral» – conforme informação divulgada no sítio Internet da Associação Nacional de Sargentos. De seguida, a ANS ressalva que «não iremos ficar parados», pois vão decorrer «contactos com entidades representativas dos agentes das Forças de Segurança, assim como dos demais agentes da Administração Pública, no sentido de analisar as possibilidades de convergência no combate às medidas propostas pelo Governo» e que retiram direitos nos regimes de reforma e de assistência na saúde.
Na manifestação, convocada por três mulheres de militares, foi expressamente proibida pelo Governo a participação de oficiais, sargentos ou praças no activo, contrariando o que na semana anterior tinham afirmado (os militares não podiam convocar manifestações, mas poderiam participar...). Esta proibição foi posta em contraste com a autorização dada à manifestação de extrema-direita, no sábado anterior.
Mantendo-se no cumprimento rigoroso da lei, das ordens e das decisões judiciais – «não porque concordemos com elas», mas porque se trata de «uma armadilha lançada aos nossos pés», para pôr em causa os actuais direitos associativos, como explica a ANS –, as associações de militares acataram a proibição. Para a mesma tarde, convocaram uma conferência de imprensa, na sede da Associação 25 de Abril, onde apelaram à acção fiscalizadora do Parlamento, relativamente às leis já promulgadas pelo PR. Enquanto Vasco Lourenço, presidente da associação anfitriã, adiantou que esta vai lançar «um profundo debate sobre direitos, liberdades e garantias dos militares», os dirigentes das associações de praças (APA), sargentos (ANS) e oficiais (AOFA) encaminharam-se para o Mercado da Ribeira.
A extensa informação publicada pela ANS dá nota de que «participaram mais de três mil cidadãos, familiares de militares, militares na reserva e reforma, deficientes das Forças Armadas» e «civis anónimos» na marcha silenciosa para a Assembleia da República. Notada foi também a presença de «agentes infiltrados a tirar fotografias».
Muitos daqueles dirigiram-se depois para o encontro de «mais de dois mil militares» no activo, no Mercado da Ribeira, onde foram entregar um ramo de 25 cravos, em sinal de solidariedade


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