Profissionais das Forças de Segurança

Milhares pedem negação

No dia 22, milhares de polícias e guardas responderam ao apelo da Comissão Coordenadora Permanente das Forças e Serviços de Segurança e foram reclamar do PR para não promulgar as leis que lhes retiram direitos na saúde e na reforma.

Foi ma­ni­fes­tada es­pe­cial in­dig­nação pela imagem que o Go­verno dá destes pro­fis­si­o­nais

Os sindicatos e associações das forças e serviços de segurança – Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP PSP), Associação dos Profissionais da GNR (APG), Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF e Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional – contestam, nomeadamente, as novas regras de pré-aposentação, aposentação e passagem à reserva, assim como a equiparação dos serviços de saúde da PSP e GNR à ADSE (Assistência na Doença aos Servidores do Estado), pois estão em causa «regalias e direitos adquiridos». Protestam ainda contra o congelamento das progressões (diuturnidades) na Administração Pública.
Com os dirigentes associativos desfilaram, do Terreiro do Paço até Belém, num percurso de cerca de duas horas, o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Paulo Trindade, também membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, e o coordenador da Fesap/UGT, Nobre dos Santos, bem como o secretário-geral do Conselho Europeu dos Sindicatos de Polícia, Gérard Greneron.
Ao protesto juntaram-se guardas-florestais, mobilizados pela Federação Nacional de Sindicatos da Função Pública, e elementos de associações e sindicatos que não integram a Comissão Coordenadora Permanente.
Um oficial da PSP, citado pela Lusa, estimou em cinco mil o número de participantes nesta acção, mas os organizadores, citados pela agência, apontam para dez mil. A ASPP afirma terem ali estado oito mil polícias.
Alberto Torres, coordenador da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações das Forças e Serviços de Segurança, fez um discurso final em que afirmou que «o actual Governo ficará na história como o coveiro dos direitos dos polícias», porque «fez o maior ataque aos direitos dos profissionais das forças e serviços de segurança». «Com as medidas aprovadas, o Governo baixa o vencimento dos polícias nos próximos anos, retira direitos na assistência na saúde e prejudica gravemente todos os profissionais que futuramente pretendam passar à aposentação ou pré-aposentação», explicou.
«Temos obrigação de esclarecer os nossos familiares e os nossos amigos sobre quem são aqueles que nos têm tramado. Temos de mostrar a verdadeira obra de quem diz que nos governa. Não podemos alijar nenhum dos direitos que levámos tanto tempo a conquistar. E não poderemos impedir as pessoas que conhecem esta triste realidade de se pronunciarem democraticamente sobre as escolhas que devem fazer. Entendemos que devem ser penalizados todos aqueles que têm andado a tramar os profissionais das Forças e Serviços de Segurança.» - concluiu Alberto Torres.
«Sócrates, escuta, os polícias estão em luta», «Polícia motivada, segurança reforçada», «Diálogo sim, arrogância não», «Greve, greve», «Sim à aposentação, mas de muletas não», «Sócrates mentiroso», «Polícias unidos jamais serão vencidos» e «Sampaio, escuta, os polícias estão em luta» foram as palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes, que repetiram insistentemente «revogação, revogação».


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