Sindicato propõe cooperativa
O Sindicato dos jornalistas propôs aos trabalhadores dos jornais O Comércio do Porto e A Capital a criação de uma cooperativa que permitisse manter ambas as publicações nas bancas.
Sindicato dos Jornalistas luta por uma solução alternativa
A proposta, apresentada em plenários realizados nos dois diários, na segunda-feira, recebeu o apoio de várias cooperativas portuguesas de diversos sectores. Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ), o objectivo é «resolver pela via da economia cooperativa social algo que a economia capitalista não conseguiu levar a bom porto».
Alfredo Maia, citado pela Agência Lusa, explicou que a proposta visa permitir que os dois jornais regressem «o mais rápido possível» às bancas, salvaguardando-se os postos de trabalho.
«Trata-se de uma proposta credível e exequível que conta já com os apoios necessários», havendo dois caminhos possíveis para a sua concretização: «uma cooperativa de produção constituída exclusivamente pelos trabalhadores, ou uma de carácter misto, onde entre um conjunto de cooperativas e outras organizações de carácter social».
«O sindicato não terá qualquer papel na futura solução, limitando-se a mobilizar as vontades, apresentar a proposta e dar apoio jurídico e económico se ela for por diante», acrescentou o dirigente sindical.
Alfredo Maia frisou ainda tratar-se de um projecto inédito na comunicação social portuguesa, no qual se «opõe a lógica da economia social à capitalista, que falhou a sua missão».
«É uma tentativa de manter de pé projectos com uma grande importância social, como são os dois jornais, contra a perspectiva do lucro pelo lucro. E permitiria criar um espaço de expressão própria ao sector cooperativo social, sistematicamente omitido ou mesmo hostilizado pelos media».
Ambas as redacções reagiram à proposta do SJ, pedindo esclarecimentos técnicos sobre a matéria, tendo sido agendadas para esta semana novos plenários com a presença do presidente do sindicato e de especialistas do movimento cooperativo.
O grupo espanhol Prensa Ibérica decidiu suspender a publicação dos dois títulos no passado domingo, dia 31, devido à contínua queda de vendas. Só nos três primeiros meses do ano, A Capital terá baixado as vendas em 8,8 por cento, para 3.422 exemplares diários.
A decisão afectou 150 jornalistas e outros trabalhadores, pondo fim ao mais antigo diário do continente, O Comércio do Porto, com 151 anos de publicação.
Prensa Ibérica recebeu Apoios do Governo
O Sindicato dos Trabalhadores da Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa considera que a situação de O Comércio do Porto exige uma intervenção governamental, recordando
que foi sob governação socialista, em 2000/2001, que o Ministério do Trabalho e da Segurança Social «autorizou e apoiou a solução que colocou» o diário «nas mãos dos espanhóis da Prensa Ibérica».
«Aquando do negócio com a sociedade Gildapress, criada para o efeito pela Lisgráfica, que levaria à aquisição de O Comércio do Porto pelo grupo editorial Prensa Ibérica, este foi considerado como “uma entidade idónea, responsável por inúmeras publicações em Espanha e Portugal” pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.»
A segurança social, prossegue o comunicado do Sindicato, «alienou por 60 mil contos à Gildapress os créditos que detinha sobre O Comércio do Porto, avaliados em «um milhão e 725 mil contos».
Na sua candidatura, a Gildapress declarou ter como objectivos «impedir o desaparecimento dum título com cerca de 150 anos de existência». «Esta responsabilidade», sublinha o Sindicato dos Gráficos, «passaria depois para o grupo Prensa Ibérica».
Neste contexto, o Sindicato apela «às autarquias, entidades e instituições do distrito ergam a sua voz em defesa de O Comércio do Porto e insistam e colaborem numa solução para o seu prosseguimento».
Alfredo Maia, citado pela Agência Lusa, explicou que a proposta visa permitir que os dois jornais regressem «o mais rápido possível» às bancas, salvaguardando-se os postos de trabalho.
«Trata-se de uma proposta credível e exequível que conta já com os apoios necessários», havendo dois caminhos possíveis para a sua concretização: «uma cooperativa de produção constituída exclusivamente pelos trabalhadores, ou uma de carácter misto, onde entre um conjunto de cooperativas e outras organizações de carácter social».
«O sindicato não terá qualquer papel na futura solução, limitando-se a mobilizar as vontades, apresentar a proposta e dar apoio jurídico e económico se ela for por diante», acrescentou o dirigente sindical.
Alfredo Maia frisou ainda tratar-se de um projecto inédito na comunicação social portuguesa, no qual se «opõe a lógica da economia social à capitalista, que falhou a sua missão».
«É uma tentativa de manter de pé projectos com uma grande importância social, como são os dois jornais, contra a perspectiva do lucro pelo lucro. E permitiria criar um espaço de expressão própria ao sector cooperativo social, sistematicamente omitido ou mesmo hostilizado pelos media».
Ambas as redacções reagiram à proposta do SJ, pedindo esclarecimentos técnicos sobre a matéria, tendo sido agendadas para esta semana novos plenários com a presença do presidente do sindicato e de especialistas do movimento cooperativo.
O grupo espanhol Prensa Ibérica decidiu suspender a publicação dos dois títulos no passado domingo, dia 31, devido à contínua queda de vendas. Só nos três primeiros meses do ano, A Capital terá baixado as vendas em 8,8 por cento, para 3.422 exemplares diários.
A decisão afectou 150 jornalistas e outros trabalhadores, pondo fim ao mais antigo diário do continente, O Comércio do Porto, com 151 anos de publicação.
Prensa Ibérica recebeu Apoios do Governo
O Sindicato dos Trabalhadores da Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa considera que a situação de O Comércio do Porto exige uma intervenção governamental, recordando
que foi sob governação socialista, em 2000/2001, que o Ministério do Trabalho e da Segurança Social «autorizou e apoiou a solução que colocou» o diário «nas mãos dos espanhóis da Prensa Ibérica».
«Aquando do negócio com a sociedade Gildapress, criada para o efeito pela Lisgráfica, que levaria à aquisição de O Comércio do Porto pelo grupo editorial Prensa Ibérica, este foi considerado como “uma entidade idónea, responsável por inúmeras publicações em Espanha e Portugal” pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.»
A segurança social, prossegue o comunicado do Sindicato, «alienou por 60 mil contos à Gildapress os créditos que detinha sobre O Comércio do Porto, avaliados em «um milhão e 725 mil contos».
Na sua candidatura, a Gildapress declarou ter como objectivos «impedir o desaparecimento dum título com cerca de 150 anos de existência». «Esta responsabilidade», sublinha o Sindicato dos Gráficos, «passaria depois para o grupo Prensa Ibérica».
Neste contexto, o Sindicato apela «às autarquias, entidades e instituições do distrito ergam a sua voz em defesa de O Comércio do Porto e insistam e colaborem numa solução para o seu prosseguimento».