CGTP-IN rejeita instabilidade nas pensões

«Não é sério estar sempre a alterar as regras do jogo», afirmou dia 1 a CGTP-IN, reagindo «com perplexidade» às notícias sobre a intenção do Governo de alterar as regras de cálculo das pensões, para os trabalhadores do sector privado há menos anos no mercado de trabalho e que já cumpriram o período de garantia exigido para terem acesso à pensão de reforma. «Seria grave e revelador de pouca seriedade que esta pretensão fosse por diante», afirma-se no comunicado da central.
Para a CGTP, é inaceitável «que, em nome da sustentabilidade financeira do sistema, se reduzam os níveis de Segurança Social, contribuindo assim para um maior empobrecimento de largas camadas de trabalhadores e para minar a coesão social».
A CGTP-IN «reafirma a sua disponibilidade para discutir medidas que visem efectivamente reforçar o financiamento da Segurança Social, mas rejeita que sejam alteradas as regras de cálculo das pensões que constam do Acordo de 2001 e foram objecto de legislação».
Recorda a Intersindical Nacional que, ainda no tempo do Governo de António Guterres, era secretário de Estado da Segurança Social o actual ministro do Trabalho e Solidariedade Social, foi estabelecido um acordo, que levou mais de um ano a negociar. Foram então alteradas as regras de cálculo das pensões e ficou definido um vasto conjunto de medidas para um novo modelo de financiamento. Enquanto, «desde a primeira hora, a CGTP-IN tem vindo a bater-se pela aplicação dessas medidas», já o Governo PSD/PP «nunca quis fazê-lo, apesar da nossa insistência».Ao actual Governo, «logo que este tomou posse», a CGTP propôs discutir o assunto. A resposta chegou pela comunicação social, através da qual a Inter soube das intenções do executivo.
Do Governo exige-se que, «de imediato», avance com outras medidas, apontadas pela CGTP-IN:
- combater as escandalosas evasões e fraudes contributivas por parte de muitos patrões, e a subdeclaração de salários, que corresponde a 30 por cento dos salários praticados;
- cruzar dados da Segurança Social e do Fisco, como está previsto na lei;
- tornar verdadeiramente obrigatório para todos estar inscrito e pagar contribuição para a Segurança Social;
- racionalizar as taxas contributivas, pois é escandaloso que existam mais de 50 taxas bastante inferiores à taxa normal;
- combater a economia subterrânea.


Mais artigos de: Trabalhadores

<em>SCBO</em> quer encerrar

A Sociedade de Componentes Bobinados de Ovar (instalada no parque industrial da Philips, de cujo desmembramento resultou a SCBO) pretende encerrar a produção e libertar-se de todos os trabalhadores do sector produtivo.Os operários que recusam vender os postos de trabalho, apoiados pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas...

Greve nacional dia 15

Apesar das pressões e manobras de intimidação, a força do descontentamento cresce, nos dias de preparação da luta, que vai dar continuidade à grande manifestação de 17 de Junho.

Resistir à deslocalização

A multinacional norte-americana, que possui mais duas unidades em Portugal, anunciou a intenção de encerrar em Outubro a fábrica de cablagens na Póvoa de Lanhoso, com 800 trabalhadores.

Vitória justa

Após anos de luta, os trabalhadores voltam a ter a possibilidade de serem ressarcidos dos créditos após uma falência nebulosa.

Forte adesão às greves na <em>EMEF</em>, <em>Refer</em> e <em>STCP</em>

No dia 1, a greve na Sociedade de Transportes Colectivos do Porto teve a adesão de cerca de 80 por cento dos trabalhadores, de acordo com os sindicatos que convocaram a luta (Strun/CGTP-IN, SNM e Sitra). Em plenário, foram aprovadas greves, aprovadas em Junho, para todas as sextas-feiras, sábados e domingos, até 4 de...

Enfermeiros respondem ao ministro

Ao comentar a greve nacional dos enfermeiros, realizada a 29 de Junho, o ministro da Saúde, Correia de Campos, desvalorizou os argumentos que levaram à luta e reafirmou que toda o Governo pretende aumentar a idade de reforma em toda a Administração Pública. No caso dos profissionais de enfermagem, a idade de aposentação...

CESP incentiva à luta

«Os trabalhadores estão descontentes e sentem-se defraudados com este “embuste” do Governo, de fazer o contrário do que prometeu, repetindo “mais do mesmo”», pelo que «usam liberdades democráticas fundamentais para defender direitos legítimos, muitos deles adquiridos através de negociações de acordos livremente...