Prédio da Lanalgo vai hoje a leilão

Vitória justa

Após anos de luta, os trabalhadores voltam a ter a possibilidade de serem ressarcidos dos créditos após uma falência nebulosa.

Vale sempre a pena lutar

O imóvel da antiga Lanalgo, situado na esquina das ruas de Santa Justa e dos Correeiros, na baixa de Lisboa, vai hoje a leilão, permitindo o desbloqueamento das verbas necessárias para o pagamento de salários e indemnizações devidas aos antigos trabalhadores da empresa, informou o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
O CESP recorda que a transferência do mais valioso bem da Lanalgo foi um processo longo, «de luta quase diária pela reposição da legalidade e por justiça».
«Foram necessários dois anos para serem ultrapassadas meras questões burocráticas e fazer cumprir a decisão do Tribunal Central Administrativo que, em 2.ª instância, negou provimento ao recurso da off-shore Tayama Investmants Limited, confirmando assim a decisão do Tribunal Tributário de Lisboa», relembra a estrutura sindical.
Os interesses e lobies relacionados com o sector da especulação imobiliária foram desta feita derrotados, da mesma forma que se viram vencidos e descredibilizados «alguns dos responsáveis das Finanças de Lisboa, que desde o início do processo tiveram uma intervenção desastrosa cometendo inadmissíveis ilegalidades», congratula-se o sindicato.
O CESP conclui que o desfecho do processo não só repõe a mais elementar justiça, como pode ainda ser uma mensagem, para os trabalhadores e o povo, de que vale sempre a pena lutar.

Pagos créditos na Argibay

Também na Argibay, do sector naval, foi alcançado um pouco de justiça. Ao cabo de 12 anos após a falência, vão ser pagos cerca de 68 por cento dos créditos devidos aos antigos trabalhadores.
Apesar desta «pequena vitória», o Sindicato dos Metalúrgicos apela à vigilância e à continuação da luta travada pelos ex-funcionários da empresa, advertindo não só para o facto de subsistirem incertezas sobre o pagamento do restante montante em dívida, mas também porque existe «um grupo de trabalhadores que ainda não recebeu qualquer valor».
O caminho é, assim, a luta «até que o processo chegue ao fim e os trabalhadores recebam aquilo que falta e que têm direito», considerou o sindicato antes de recordar que também na Mevil e na Interaço, entre outras empresas, subsistem semelhantes injustiças.
De acordo com um balanço apurado pela USL/CGTP-IN, dado a conhecer no início do mês passado, as dívidas a trabalhadores, só no distrito de Lisboa, ultrapassam o montante global de 81 milhões de euros.


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