As nomeações
As recentes nomeações para a direcção da Galp-Energia dão um retrato razoável da governação PS/José Sócrates.
O caso mais escarolado é o de Fernando Gomes, tendo por isso levantado algum burburinho nos jornais e, até, no seu correligionário João Cravinho - também deputado e ex-ministro PS das Obras Públicas, que «estranhou» a nomeação de Gomes para a Galp em vez de «outro tipo de profissionais» -, pela elementar razão de que ninguém conhece as qualificações que recomendarão o ex-presidente PS da câmara municipal do Porto para gerir todo o vasto sector de exploração petrolífera da Galp, incluindo as concessões de extracção de petróleo em Angola e no Brasil, a não ser uma admissível capacidade em consumir os três mil contos mensais (15 mil euros) que se propõem pagar-lhe, acrescentados de mais um conjunto de benesses «banais» nestes cargos de administrador-executivo: cartão de crédito à vara-larga, carro com motorista, chorudos «prémios de resultados» e etc. etc.
O que se sabe é que o ex-autarca portuense pouco tempo aqueceu o seu discreto lugar de deputado na Assembleia da República. Esta surpreendente nomeação transplantou-o, em exclusivo, para os aconchegos da Galp, o que, obviamente, se justifica no próprio rigor dos números: só em ordenados, espera-o pelo menos o quádruplo dos 700 contos que auferia na AR.
Mas há outros exemplos menos aparatosos e, nem por isso, menos significativos.
É o caso de Murteiro Nabo, agora «chairman» da Galp-Energia e a quem o PS há largos anos tem propiciado uma auspiciosa carreira.
Começou por ser «ministro-relâmpago» de um Governo de António Guterres, para de lá sair precipitadamente por causa de umas trapalhadas com o fisco e ser chorudamente instalado na Portugal-Telecom, de onde só seria «removido» em Maio de 2002 pelo Governo de Durão Barroso, que «precisava» do lugar para o «seu» Miguel Horta e Costa. Agora, com o regresso do PS a um absolutíssimo poder, regressa também Murteira Nabo, pois claro, ao topo das administrações.
E a coisa continua: Oliveira Fernandes, que foi secretário de Estado Adjunto durante os governos de António Guterres, foi repentinamente transformado num dos 14 vogais da gestão da Galp-Energia, José Marques Gonçalves transita da General Motors para presidente da comissão executiva da mesma Galp e Pina Moura, ex-comunista, ex-«cardeal» de António Guterres, ex-ministro da Economia e actual presidente da Iberdrola-Portugal foi reconduzido como um dos representantes «energéticos» na direcção da dita Galp-Energia.
Desgraçadamente, este «caso» da nova gestão da Galp-Energia é apenas um mero exemplo das infindáveis traficâncias de poder que se alojaram no nosso País pela mão dos «partidos do bloco central», o PS e o PSD, com cada um a cuidar da instalação das respectivas clientelas no aparelho de Estado e nos lugares de topo, tudo já com uma displicência que rasa o insulto político e social a todos os portugueses. Também apenas como mero exemplo, basta recordarmos a reforma obscena de Mira Amaral na CGD, a principesca instalação de Celeste Cardona na mesma CGD ou o «salto» de Armando Vara de funcionário de nível 7, ainda na CGD, a gestor de nível 16. No que diz respeito a prebendas e sinecuras, toca a todos. Desde que sejam do PS, do PSD ou mesmo do CDS, evidentemente.
Simultaneamente, o Governo de José Sócrates deu também um importante passo para cumprir a sua promessa eleitoral de «tirar 300 mil idosos do limiar da pobreza»: ordenou o agravamento significativo do IRS à generalidade dos pensionistas.
Viva o rigor «socialista»...
O caso mais escarolado é o de Fernando Gomes, tendo por isso levantado algum burburinho nos jornais e, até, no seu correligionário João Cravinho - também deputado e ex-ministro PS das Obras Públicas, que «estranhou» a nomeação de Gomes para a Galp em vez de «outro tipo de profissionais» -, pela elementar razão de que ninguém conhece as qualificações que recomendarão o ex-presidente PS da câmara municipal do Porto para gerir todo o vasto sector de exploração petrolífera da Galp, incluindo as concessões de extracção de petróleo em Angola e no Brasil, a não ser uma admissível capacidade em consumir os três mil contos mensais (15 mil euros) que se propõem pagar-lhe, acrescentados de mais um conjunto de benesses «banais» nestes cargos de administrador-executivo: cartão de crédito à vara-larga, carro com motorista, chorudos «prémios de resultados» e etc. etc.
O que se sabe é que o ex-autarca portuense pouco tempo aqueceu o seu discreto lugar de deputado na Assembleia da República. Esta surpreendente nomeação transplantou-o, em exclusivo, para os aconchegos da Galp, o que, obviamente, se justifica no próprio rigor dos números: só em ordenados, espera-o pelo menos o quádruplo dos 700 contos que auferia na AR.
Mas há outros exemplos menos aparatosos e, nem por isso, menos significativos.
É o caso de Murteiro Nabo, agora «chairman» da Galp-Energia e a quem o PS há largos anos tem propiciado uma auspiciosa carreira.
Começou por ser «ministro-relâmpago» de um Governo de António Guterres, para de lá sair precipitadamente por causa de umas trapalhadas com o fisco e ser chorudamente instalado na Portugal-Telecom, de onde só seria «removido» em Maio de 2002 pelo Governo de Durão Barroso, que «precisava» do lugar para o «seu» Miguel Horta e Costa. Agora, com o regresso do PS a um absolutíssimo poder, regressa também Murteira Nabo, pois claro, ao topo das administrações.
E a coisa continua: Oliveira Fernandes, que foi secretário de Estado Adjunto durante os governos de António Guterres, foi repentinamente transformado num dos 14 vogais da gestão da Galp-Energia, José Marques Gonçalves transita da General Motors para presidente da comissão executiva da mesma Galp e Pina Moura, ex-comunista, ex-«cardeal» de António Guterres, ex-ministro da Economia e actual presidente da Iberdrola-Portugal foi reconduzido como um dos representantes «energéticos» na direcção da dita Galp-Energia.
Desgraçadamente, este «caso» da nova gestão da Galp-Energia é apenas um mero exemplo das infindáveis traficâncias de poder que se alojaram no nosso País pela mão dos «partidos do bloco central», o PS e o PSD, com cada um a cuidar da instalação das respectivas clientelas no aparelho de Estado e nos lugares de topo, tudo já com uma displicência que rasa o insulto político e social a todos os portugueses. Também apenas como mero exemplo, basta recordarmos a reforma obscena de Mira Amaral na CGD, a principesca instalação de Celeste Cardona na mesma CGD ou o «salto» de Armando Vara de funcionário de nível 7, ainda na CGD, a gestor de nível 16. No que diz respeito a prebendas e sinecuras, toca a todos. Desde que sejam do PS, do PSD ou mesmo do CDS, evidentemente.
Simultaneamente, o Governo de José Sócrates deu também um importante passo para cumprir a sua promessa eleitoral de «tirar 300 mil idosos do limiar da pobreza»: ordenou o agravamento significativo do IRS à generalidade dos pensionistas.
Viva o rigor «socialista»...