2004: Um ano ainda mais desastroso
A maioria PSD-PP na Câmara Municipal de Lisboa apresentou agora os números relativos ao seu exercício e desempenho no ano passado. E confessa-se derrotada. Nem podia ser de outra maneira. Os números não a deixam mentir. Do que muitos não estariam à espera era que o desastre para a Cidade fosse tão grande. A maioria planificou um determinado tipo de acções para executar em 2004. Tem maioria absoluta. Tem todas as condições. Mas aconteceu o insonhado: por um lado não cumpriu o seu próprio programa, por outro confessa que não conseguiu suster a derrapagem muito preocupante das finanças municipais, com o défice e as dívidas a galoparem mês a mês, mas por fim a direita fez ainda pior: retirou do investimento para gastar em despesas correntes, a níveis que rondam a ilegalidade, hipotecando o futuro ao dia-a-dia, totalmente desorientada. De ano para ano, aliás, mais desorientada, como o próprio Relatório demonstra.
Os números apresentados são o retrato dessa desorientação financeira da direita e dessa incapacidade de cumprir o que ela mesma se tinha proposto.
Nota negativa
Se se tratasse de um exame para entrar numa faculdade, a direita estava irremediavelmente «chumbada», com estas «notas». Mas não é que alguém a tinha impedido de estudar. Tem maioria absoluta. E não é que as notas tenham sido dadas por um professor «embirrento». Não. Esta apreciação é feita pela própria direita: é uma auto-avaliação, uma confissão de impotência. «Não somos capazes de melhor», fica expresso nestes números.
Alguns exemplos dão uma imagem ainda que pálida da realidade – porque a realidade do dia-a-dia da Cidade de Lisboa é ainda pior do que o Relatório confessa.
Manuel Figueiredo, vereador do PCP, resumiu a situação, dizendo que fica demonstrada «a degradação da situação da cidade, que aliás é sentida pelos munícipes. 2004 foi o pior ano da actuação desta maioria de direita, a qual acentuou três vertentes, todas elas gravíssimas e muito preocupantes, e que são: o aumento do endividamento do Município; um claro agravamento das despesas de funcionamento, em detrimento das despesas de plano, o que igualmente se verifica na comparação entre despesas correntes e despesas de capital; uma taxa de execução a um nível tão baixo que seria inimaginável, demonstrativo da incapacidade desta maioria para governar a cidade».
Alguns números
Os números mais surpreendentes são os que se referem à taxa de execução em alguns sectores, como por exemplo: a reabilitação urbana que não passou dos 10% (dez!), ou os investimentos em infra-estruturas culturais com apenas 6,6% (seis por cento do que a própria direita se propusera executar, repare-se: 6% de si própria!).
Lamentável, sobretudo para a Cidade.
Mas há mais: Segurança dos cidadãos, com uma execução de 35%; Intervenção Social, 16%; Educação e Juventude 15%; equipamentos sociais, com 13,2%, etc..
Manuel Figueiredo analisou ainda outras questões.
«Em relação ao endividamento, comprova-se que as nossas preocupações eram fundadas, pois verifica-se que as dívidas a curto prazo atingem o valor de 253 milhões de euros. A dívida a fornecedores e outros credores mais do que duplicou de 2003 para 2004, passando de 100 para 210 milhões».
As despesas de funcionamento vêm subindo e as de investimento caem a pique, de ano para ano, tal como o cumprindo do Plano. Os números podem ser fastidiosos, mas vale a pena conhecer estas realidades.
Primeiro: de há três anos a esta parte, a própria direita fez aumentar de ano para ano as despesas correntes que passam de 52% em 2002 para 53 no ano seguinte e para 61% no ano passado.
Segundo: os níveis de cumprimento do Plano foram baixando: de 47% em 2002, passaram para 46% em 2003 e para 38,9% no ano passado.
Terceiro: as despesas correntes (364 milhões de euros em 2004!) situaram-se nos 70%; mas as de investimento não foram além de 30%.
Quarto: a execução também vem descendo de ano para ano, e de forma vertiginosa. Em 2001, a maioria de esquerda cumpriu os seus compromissos em 68,9%, de acordo com números oficiais. De então para cá, esses números caem perigosamente: 62% em 2002, 55% em 2003; 46% em 2004.
«Uma desgraça para a Cidade», sublinha a CDU.
Como será avaliado oficialmente o exercício de 2005, o ano presente, depois de a direita sofrer nas autárquicas a derrota que merece e espera?
E é bom não esquecer que o PS tem sido conivente com os aspectos essenciais desta gestão da direita.
Os números apresentados são o retrato dessa desorientação financeira da direita e dessa incapacidade de cumprir o que ela mesma se tinha proposto.
Nota negativa
Se se tratasse de um exame para entrar numa faculdade, a direita estava irremediavelmente «chumbada», com estas «notas». Mas não é que alguém a tinha impedido de estudar. Tem maioria absoluta. E não é que as notas tenham sido dadas por um professor «embirrento». Não. Esta apreciação é feita pela própria direita: é uma auto-avaliação, uma confissão de impotência. «Não somos capazes de melhor», fica expresso nestes números.
Alguns exemplos dão uma imagem ainda que pálida da realidade – porque a realidade do dia-a-dia da Cidade de Lisboa é ainda pior do que o Relatório confessa.
Manuel Figueiredo, vereador do PCP, resumiu a situação, dizendo que fica demonstrada «a degradação da situação da cidade, que aliás é sentida pelos munícipes. 2004 foi o pior ano da actuação desta maioria de direita, a qual acentuou três vertentes, todas elas gravíssimas e muito preocupantes, e que são: o aumento do endividamento do Município; um claro agravamento das despesas de funcionamento, em detrimento das despesas de plano, o que igualmente se verifica na comparação entre despesas correntes e despesas de capital; uma taxa de execução a um nível tão baixo que seria inimaginável, demonstrativo da incapacidade desta maioria para governar a cidade».
Alguns números
Os números mais surpreendentes são os que se referem à taxa de execução em alguns sectores, como por exemplo: a reabilitação urbana que não passou dos 10% (dez!), ou os investimentos em infra-estruturas culturais com apenas 6,6% (seis por cento do que a própria direita se propusera executar, repare-se: 6% de si própria!).
Lamentável, sobretudo para a Cidade.
Mas há mais: Segurança dos cidadãos, com uma execução de 35%; Intervenção Social, 16%; Educação e Juventude 15%; equipamentos sociais, com 13,2%, etc..
Manuel Figueiredo analisou ainda outras questões.
«Em relação ao endividamento, comprova-se que as nossas preocupações eram fundadas, pois verifica-se que as dívidas a curto prazo atingem o valor de 253 milhões de euros. A dívida a fornecedores e outros credores mais do que duplicou de 2003 para 2004, passando de 100 para 210 milhões».
As despesas de funcionamento vêm subindo e as de investimento caem a pique, de ano para ano, tal como o cumprindo do Plano. Os números podem ser fastidiosos, mas vale a pena conhecer estas realidades.
Primeiro: de há três anos a esta parte, a própria direita fez aumentar de ano para ano as despesas correntes que passam de 52% em 2002 para 53 no ano seguinte e para 61% no ano passado.
Segundo: os níveis de cumprimento do Plano foram baixando: de 47% em 2002, passaram para 46% em 2003 e para 38,9% no ano passado.
Terceiro: as despesas correntes (364 milhões de euros em 2004!) situaram-se nos 70%; mas as de investimento não foram além de 30%.
Quarto: a execução também vem descendo de ano para ano, e de forma vertiginosa. Em 2001, a maioria de esquerda cumpriu os seus compromissos em 68,9%, de acordo com números oficiais. De então para cá, esses números caem perigosamente: 62% em 2002, 55% em 2003; 46% em 2004.
«Uma desgraça para a Cidade», sublinha a CDU.
Como será avaliado oficialmente o exercício de 2005, o ano presente, depois de a direita sofrer nas autárquicas a derrota que merece e espera?
E é bom não esquecer que o PS tem sido conivente com os aspectos essenciais desta gestão da direita.