Continuam a vir a lume novos casos que testemunham a contínua degradação do serviço público prestado pelos CTT. É cada vez mais claro que por trás desta prática que vem originando sérios prejuízos às populações está uma linha de orientação estratégica que visa a privatização da empresa.
Um dos exemplos mais recentes chega-nos do concelho de Almeida, distrito da Guarda, onde se avolumam os sinais sobre uma possível transferência dos CTT daquela localidade, bem como de Vilar Formoso, para os privados.
O que levou, inclusivamente, a Assembleia Municipal de Almeida a aprovar uma moção onde exprime a sua preocupação relativamente a «possíveis alterações no quadro de actuação dos CTT» no que diz respeito àquele concelho.
Moção esta que chegou também às mãos da bancada comunista, a quem foi dirigida, motivando um pedido de explicações ao Executivo PS por parte de Bernardino Soares. Em requerimento, o líder parlamentar comunista insta o Governo a esclarecer se confirma a intenção de os Correios transferirem as referidas estações para os privados, «com todas as consequências negativas que tal decisão poderá acarretar».
«Que justificação existe para essa decisão? Como ficarão assegurados os serviços até agora prestados pelos Correios à população destas freguesias?», pergunta o presidente da formação comunista, depois de considerar que esta política constitui um factor que agrava o «isolamento das populações», sobretudo, como é o caso, quando se trata de «regiões já penalizadas». O que não pode deixar de causar «uma forte diminuição da sua qualidade de vida», conclui Bernardino Soares.