«Lusomundo Media» – o negócio
Ocorreu há dias a compra pela Olivedesportos (OD) da «holding» da PT-Multimedia (PTM) que detém 80,9% da Lusomundo Media (LM), que, entre outros, controla o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24 Horas e TSF. O negócio custou 300,4(!) milhões de Euros e ainda carece, nomeadamente, do aval da Alta Autoridade para a Comunicação Social, a quem compete verificar se estão em causa a «liberdade e pluralidade de expressão».
O negócio parece surpreendente, porque a OD não terá o «know how» indispensável e facturou em 2004 «só 95 milhões de Euros». O «músculo financeiro», diz-se, terá vindo do BCP – mas esta é uma matéria de que não se sabe toda a verdade.
Facto é que, há quatro meses, na decorrência do «caso M.R.Sousa» e do veto presidencial à Central de Comunicação de P.S.Lopes, resultou um quadro em que não é, nesta fase, «politicamente correcto» tornar evidente uma maior concentração da propriedade dos media, ou ostensiva a intromissão governamental nestes negócios.
Mas nem por isso Horta e Costa, Morais Sarmento e Luís Delgado deixaram de «trabalhar» e a «golden share» na PT e os meios do (ex) Governo - tudo o indica - prepararam rigorosamente este negócio.
Assim se explica que o BES, o maior accionista da PT, que controla 50% da Sport TV, de que a OD detém os outros 50%, organize o concurso da venda da LM, ou seja, decida «tecnicamente» em causa e proveito próprios.
Assim se explicam alusões da concorrência a que o «mercado entende», ao «processo não transparente» e a «conflitos de interesses», que, aliás, J.Oliveira da OD tentou evitar, saindo em Janeiro da Administração da PT.
Assim se explicam os protestos do BPI, enquanto a Cofina procura rentabilizar os seus 19% da LM e a Media Capital espera pelos canais da PT-TVCabo que estão prometidos à TVI.
Assim se pode inferir que não houve uma concentração de propriedade num qualquer «complexo empresarial-mediático», mas antes, provavelmente, uma concentração oculta num hipotético cartel BES/BCP/OD, em que apenas esta dá a cara.
E a questão é que para o PSD está «tudo normal» e para o PS, embora fale de «transparência» e «atenção dos reguladores», assume como objectivo a venda da PT-M. Estamos esclarecidos.
A nosso ver, a concentração da propriedade dos media é um elemento relevante do domínio do poder político pelo económico e, cada vez mais, um perigo crescente e inquietante para o regime democrático.
O negócio parece surpreendente, porque a OD não terá o «know how» indispensável e facturou em 2004 «só 95 milhões de Euros». O «músculo financeiro», diz-se, terá vindo do BCP – mas esta é uma matéria de que não se sabe toda a verdade.
Facto é que, há quatro meses, na decorrência do «caso M.R.Sousa» e do veto presidencial à Central de Comunicação de P.S.Lopes, resultou um quadro em que não é, nesta fase, «politicamente correcto» tornar evidente uma maior concentração da propriedade dos media, ou ostensiva a intromissão governamental nestes negócios.
Mas nem por isso Horta e Costa, Morais Sarmento e Luís Delgado deixaram de «trabalhar» e a «golden share» na PT e os meios do (ex) Governo - tudo o indica - prepararam rigorosamente este negócio.
Assim se explica que o BES, o maior accionista da PT, que controla 50% da Sport TV, de que a OD detém os outros 50%, organize o concurso da venda da LM, ou seja, decida «tecnicamente» em causa e proveito próprios.
Assim se explicam alusões da concorrência a que o «mercado entende», ao «processo não transparente» e a «conflitos de interesses», que, aliás, J.Oliveira da OD tentou evitar, saindo em Janeiro da Administração da PT.
Assim se explicam os protestos do BPI, enquanto a Cofina procura rentabilizar os seus 19% da LM e a Media Capital espera pelos canais da PT-TVCabo que estão prometidos à TVI.
Assim se pode inferir que não houve uma concentração de propriedade num qualquer «complexo empresarial-mediático», mas antes, provavelmente, uma concentração oculta num hipotético cartel BES/BCP/OD, em que apenas esta dá a cara.
E a questão é que para o PSD está «tudo normal» e para o PS, embora fale de «transparência» e «atenção dos reguladores», assume como objectivo a venda da PT-M. Estamos esclarecidos.
A nosso ver, a concentração da propriedade dos media é um elemento relevante do domínio do poder político pelo económico e, cada vez mais, um perigo crescente e inquietante para o regime democrático.