O recrudescer das lutas
Mais de 600 mil trabalhadores dos sectores público e privado participaram nas cerca de 120 manifestações realizadas, no sábado, dia 5, em toda a França contra as políticas sociais do governo de direita.
As 35 horas são um alvo a abater pela direita e o patronato francês
Convocados pelo conjunto das centrais sindicais, os protestos de sábado ultrapassaram largamente a dimensão das manifestações de 20 de Janeiro, limitadas ao universo dos trabalhadores da Administração Pública.
Em vésperas da aprovação, em primeira leitura, na Assembleia Nacional, de um projecto de alteração da lei que fixa o máximo de 35 horas semanais de trabalho, a defesa do horário foi o tema que congregou os trabalhadores das diferentes áreas de actividade.
À cabeça da manifestação em Paris, que juntou para cima de 90 mil pessoas, uma faixa reclamava: «35 horas, salários, emprego, código do trabalho: juntos, público e privado». A esta palavra de ordem, os assalariados dos privado juntaram uma outra: «Aumentem os salários, não os horários».
Ao contrário das lutas em 2004 contra a alteração dos sistema de pensões de reforma, os principais sindicatos formam agora uma frente unida contra a nova ofensiva da direita, factor que favorece a dinâmica mobilizadora e reforça a confiança na possibilidade de obrigar o governo a recuar.
Segundo o secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, a maior central sindical francesa, «o mal-estar social aumenta no nosso país e o sector privado está fortemente representado nos desfiles. O governo deveria não só ouvir, como diz que faz, mas também compreender».
Outro aspecto revelador da amplitude do descontentamento que não pode ser menosprezado é o apoio activo de conhecidos dirigentes e antigos ministros socialistas que, desta vez, incorporaram-se nas manifestações ao lado dos trabalhadores contra «o retrocesso social».
Na cidade de Lille, a autora da lei das 35 horas, a socialista Martine Aubry, juntou-se, com os seus colegas de partido Dominique Strauss-Kahn e Jack Lang, aos cerca de 15 mil manifestantes para «defender esta conquista social que é um bem para os assalariados».
Também o actual secretário-geral do PS francês, François Hollande desfilou na cidade de Rennes (fechando os olhos aos muitos manifestantes que seu lado apelavam ao «Não» no referendo sobre a constituição europeia). Contudo, durante a jornada, Hollande não hesitou em exigir ao governo que retire do debate «o texto actualmente em discussão no parlamento e abra negociações como os sindicatos sobre o tempo de trabalho».
Para além da manifestação de Paris, os maiores desfiles realizaram-se em Marselha (50 mil pessoas), em Bordéus (23 mil), Toulouse (20 mil), Lião (15 mil), Nantes (15 mil) Mans (15 mil), Montpellier (10 mil) Saint-Etienne (10 mil), Metz (6 mil), Estrasburgo (5 mil).
Reivindicar salários
Em preparação pela CGT está uma jornada pelos salários a realizar em breve, segundo revelou, no sábado, Jean- Christophe Le Duigou, secretário confederal da central sindical. «A França é o primeiro país do mundo em termos de produtividade horária do trabalho, mas é o 15.º em termos de custo salarial horário». Deste modo, acrescentou, «as empresas, sobretudo as maiores, registam um nível de lucros que lhes permitiria aumentar os salários». Basta ver os «35 mil milhões de euros pagos em dividendos» e «cerca de oito mil milhões» gastos na recuperação de acções pelas empresas do CAC 40, o índice bolsista de Paris.
Em vésperas da aprovação, em primeira leitura, na Assembleia Nacional, de um projecto de alteração da lei que fixa o máximo de 35 horas semanais de trabalho, a defesa do horário foi o tema que congregou os trabalhadores das diferentes áreas de actividade.
À cabeça da manifestação em Paris, que juntou para cima de 90 mil pessoas, uma faixa reclamava: «35 horas, salários, emprego, código do trabalho: juntos, público e privado». A esta palavra de ordem, os assalariados dos privado juntaram uma outra: «Aumentem os salários, não os horários».
Ao contrário das lutas em 2004 contra a alteração dos sistema de pensões de reforma, os principais sindicatos formam agora uma frente unida contra a nova ofensiva da direita, factor que favorece a dinâmica mobilizadora e reforça a confiança na possibilidade de obrigar o governo a recuar.
Segundo o secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, a maior central sindical francesa, «o mal-estar social aumenta no nosso país e o sector privado está fortemente representado nos desfiles. O governo deveria não só ouvir, como diz que faz, mas também compreender».
Outro aspecto revelador da amplitude do descontentamento que não pode ser menosprezado é o apoio activo de conhecidos dirigentes e antigos ministros socialistas que, desta vez, incorporaram-se nas manifestações ao lado dos trabalhadores contra «o retrocesso social».
Na cidade de Lille, a autora da lei das 35 horas, a socialista Martine Aubry, juntou-se, com os seus colegas de partido Dominique Strauss-Kahn e Jack Lang, aos cerca de 15 mil manifestantes para «defender esta conquista social que é um bem para os assalariados».
Também o actual secretário-geral do PS francês, François Hollande desfilou na cidade de Rennes (fechando os olhos aos muitos manifestantes que seu lado apelavam ao «Não» no referendo sobre a constituição europeia). Contudo, durante a jornada, Hollande não hesitou em exigir ao governo que retire do debate «o texto actualmente em discussão no parlamento e abra negociações como os sindicatos sobre o tempo de trabalho».
Para além da manifestação de Paris, os maiores desfiles realizaram-se em Marselha (50 mil pessoas), em Bordéus (23 mil), Toulouse (20 mil), Lião (15 mil), Nantes (15 mil) Mans (15 mil), Montpellier (10 mil) Saint-Etienne (10 mil), Metz (6 mil), Estrasburgo (5 mil).
Reivindicar salários
Em preparação pela CGT está uma jornada pelos salários a realizar em breve, segundo revelou, no sábado, Jean- Christophe Le Duigou, secretário confederal da central sindical. «A França é o primeiro país do mundo em termos de produtividade horária do trabalho, mas é o 15.º em termos de custo salarial horário». Deste modo, acrescentou, «as empresas, sobretudo as maiores, registam um nível de lucros que lhes permitiria aumentar os salários». Basta ver os «35 mil milhões de euros pagos em dividendos» e «cerca de oito mil milhões» gastos na recuperação de acções pelas empresas do CAC 40, o índice bolsista de Paris.