Más novas vindas de Espanha
De Espanha, chega-nos a notícia, triste, de que as Comissões Obreras e a UGT estão a levar a cabo uma campanha apelando aos trabalhadores para que votem sim à «Constituição Europeia». Os secretários gerais das duas organizações anunciaram a decisão numa conferência de imprensa conjunta, no decorrer da qual não se cansaram de elogiar a dita «Constituição», as perspectivas positivas, segundo eles, de que vem carregada, o seu conteúdo «social» – e todas as outras balelas que ao grande capital interessa que sejam ditas, tanto melhor se forem dirigentes sindicais a dizê-lo.
Deixemos de lado as declarações do homem da UGT – do qual, lá como cá, como em todo o lado onde existem ugêtês com esse ou outro nome, tudo é esperável em matéria de agradar ao grande patronato – e fixemo-nos em algumas das afirmações produzidas pelo secretário geral das Comissões Obreras, José Maria Fidalgo. Depois de, numa cavalgada épica, realçar aquilo a que chama «a aposta da Constituição em valores fortes como a paz mundial, a liberdade, a luta contra a exclusão social, o desenvolvimento sustentado», Fidalgo, ao que consta falando a sério, garante que «este texto europeu foi construído de forma participativa e transparente». Ora, os «fortes valores» enunciados por Fidalgo são exactamente o oposto daquilo em que a União Europeia do grande capital aposta. E quanto a participação e transparência só quem quiser ser cego é que não vê que se trata de conceitos totalmente arredados de todo o processo de construção desta União Europeia.
A verdade é que a dita «constituição» não é mais do que um passo em frente na construção de uma União Europeia feita à medida dos interesses dos grandes grupos económico-financeiros e das grandes potências – logo, contrária, oposta, aos interesses dos trabalhadores – desenhando um projecto de sociedade arredado de preocupações sociais, virado para a acentuação do federalismo, da militarização, da exploração, do domínio capitalista.
Há, infelizmente, muita gente que foi impedida de saber isto. E há também os que sabem mas fingem não saber.
Em todo o caso, é triste ver o secretário geral das Comissões Obreras – movimento com um notável passado de luta em defesa dos interesses dos trabalhadores espanhóis – vir a público defender tal monstro e, pior do que isso, apelar aos trabalhadores para que, contra os seus próprios interesse, legitimem tal monstruosidade.
Deixemos de lado as declarações do homem da UGT – do qual, lá como cá, como em todo o lado onde existem ugêtês com esse ou outro nome, tudo é esperável em matéria de agradar ao grande patronato – e fixemo-nos em algumas das afirmações produzidas pelo secretário geral das Comissões Obreras, José Maria Fidalgo. Depois de, numa cavalgada épica, realçar aquilo a que chama «a aposta da Constituição em valores fortes como a paz mundial, a liberdade, a luta contra a exclusão social, o desenvolvimento sustentado», Fidalgo, ao que consta falando a sério, garante que «este texto europeu foi construído de forma participativa e transparente». Ora, os «fortes valores» enunciados por Fidalgo são exactamente o oposto daquilo em que a União Europeia do grande capital aposta. E quanto a participação e transparência só quem quiser ser cego é que não vê que se trata de conceitos totalmente arredados de todo o processo de construção desta União Europeia.
A verdade é que a dita «constituição» não é mais do que um passo em frente na construção de uma União Europeia feita à medida dos interesses dos grandes grupos económico-financeiros e das grandes potências – logo, contrária, oposta, aos interesses dos trabalhadores – desenhando um projecto de sociedade arredado de preocupações sociais, virado para a acentuação do federalismo, da militarização, da exploração, do domínio capitalista.
Há, infelizmente, muita gente que foi impedida de saber isto. E há também os que sabem mas fingem não saber.
Em todo o caso, é triste ver o secretário geral das Comissões Obreras – movimento com um notável passado de luta em defesa dos interesses dos trabalhadores espanhóis – vir a público defender tal monstro e, pior do que isso, apelar aos trabalhadores para que, contra os seus próprios interesse, legitimem tal monstruosidade.