Sunitas boicotam eleições
O Partido Islâmico Iraquiano (PII) não vai participar nas eleições de 30 de Janeiro, anunciou esta segunda-feira em Bagdad o seu presidente, Mohsen Abdel Hamid, que justificou a decisão com o facto de o escrutínio não poder ser realizado «de forma completamente limpa» no estado de insegurança que se vive no país.
A retirada do principal grupo sunita, até agora o único a participar no «governo de transição» instalado pelos Estados Unidos após o derrube de Saddam Hussein, constitui um sério revés para a política norte-americana no Iraque.
Em conferência de imprensa, Abdel Hamid explicou que o seu partido sempre defendeu que «as eleições são necessárias» para dotar o país com um governo eleito e um parlamento com legitimidade para decidir os destinos do Iraque, e designadamente para «definir uma data para a saída das tropas de ocupação». Segundo Hamid, o boicote às eleições fica a dever-se ao facto de o governo interino do primeiro-ministro Iyad Allawi ter rejeitado o seu pedido de adiar as eleições e «se ter recusado a debater a situação da segurança» no país.
O PII havia pedido um adiamento por seis meses para preparar convenientemente o processo eleitoral, argumentando que o povo iraquiano «não tem a informação completa» para participar no processo eleitoral, e que há pelo menos cinco ou seis províncias iraquianas onde não chegaram os formulários necessários ao recenseamento eleitoral.
O PII junta-se aos mais de 70 grupos e entidades políticas sunitas - entre os quais se conta o Comité de Ulemas (sacerdotes) Muçulmanos, a instituição mais importante para os sunitas do Iraque - que já anteriormente haviam anunciado que boicotarão as eleições pelos mesmos motivos.
EUA enviam mais tropas
A comissão eleitoral iraquiana, dizendo lamentar a decisão do PII, considerou que a decisão dos sunitas «faz parte do jogo político democrático no Iraque». Sem refutar os argumentos apontados pelo PII nem apresentar soluções para as anomalias registadas no recenseamento, a comissão insiste em cumprir os prazos fixados por Washington. «Trabalharemos para que as eleições sejam realizadas em 30 de Janeiro conforme a Constituição provisória e as resoluções da ONU» sobre o Iraque, disse o porta-voz da comissão, Farid Ayar.
A insegurança é no entanto tão grande que o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Hoshiar Zebari, foi forçado a reconhecer que as eleições podem não se realizar em certas zonas do país. «As eleições em regiões perigosas como Mossul e nos arredores de Bagdad deveriam ser adiadas para que possamos concentrar nossos efectivos de segurança em destruir a capacidade dos opositores para atacar e intimidar as pessoas», disse Zebari.
A questão que se coloca é a de saber se há no Iraque regiões que possam ser consideradas suficientemente seguras para a realização de eleições em condições de normalidade. Tudo indica que não. Desde os ataques às pretensamente seguras instalações das forças norte-americanas até aos atentados diários registados nos principais centros, incluindo a capital, o cenário é de guerrilha generalizada. A comprová-lo está o facto de, no início da semana, os EUA terem anunciado que vão enviar mais seis mil a oito mil soldados para Mossul.
Desde Novembro, o Pentágono já reforçou o seu contingente no Iraque com cerca de mais 20 000 soldados, estimando-se que tenha actualmente no terreno 150 000 efectivos.
A retirada do principal grupo sunita, até agora o único a participar no «governo de transição» instalado pelos Estados Unidos após o derrube de Saddam Hussein, constitui um sério revés para a política norte-americana no Iraque.
Em conferência de imprensa, Abdel Hamid explicou que o seu partido sempre defendeu que «as eleições são necessárias» para dotar o país com um governo eleito e um parlamento com legitimidade para decidir os destinos do Iraque, e designadamente para «definir uma data para a saída das tropas de ocupação». Segundo Hamid, o boicote às eleições fica a dever-se ao facto de o governo interino do primeiro-ministro Iyad Allawi ter rejeitado o seu pedido de adiar as eleições e «se ter recusado a debater a situação da segurança» no país.
O PII havia pedido um adiamento por seis meses para preparar convenientemente o processo eleitoral, argumentando que o povo iraquiano «não tem a informação completa» para participar no processo eleitoral, e que há pelo menos cinco ou seis províncias iraquianas onde não chegaram os formulários necessários ao recenseamento eleitoral.
O PII junta-se aos mais de 70 grupos e entidades políticas sunitas - entre os quais se conta o Comité de Ulemas (sacerdotes) Muçulmanos, a instituição mais importante para os sunitas do Iraque - que já anteriormente haviam anunciado que boicotarão as eleições pelos mesmos motivos.
EUA enviam mais tropas
A comissão eleitoral iraquiana, dizendo lamentar a decisão do PII, considerou que a decisão dos sunitas «faz parte do jogo político democrático no Iraque». Sem refutar os argumentos apontados pelo PII nem apresentar soluções para as anomalias registadas no recenseamento, a comissão insiste em cumprir os prazos fixados por Washington. «Trabalharemos para que as eleições sejam realizadas em 30 de Janeiro conforme a Constituição provisória e as resoluções da ONU» sobre o Iraque, disse o porta-voz da comissão, Farid Ayar.
A insegurança é no entanto tão grande que o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Hoshiar Zebari, foi forçado a reconhecer que as eleições podem não se realizar em certas zonas do país. «As eleições em regiões perigosas como Mossul e nos arredores de Bagdad deveriam ser adiadas para que possamos concentrar nossos efectivos de segurança em destruir a capacidade dos opositores para atacar e intimidar as pessoas», disse Zebari.
A questão que se coloca é a de saber se há no Iraque regiões que possam ser consideradas suficientemente seguras para a realização de eleições em condições de normalidade. Tudo indica que não. Desde os ataques às pretensamente seguras instalações das forças norte-americanas até aos atentados diários registados nos principais centros, incluindo a capital, o cenário é de guerrilha generalizada. A comprová-lo está o facto de, no início da semana, os EUA terem anunciado que vão enviar mais seis mil a oito mil soldados para Mossul.
Desde Novembro, o Pentágono já reforçou o seu contingente no Iraque com cerca de mais 20 000 soldados, estimando-se que tenha actualmente no terreno 150 000 efectivos.