Nos EUA

Defensor da tortura nomeado para a Justiça

A administração Bush nomeou Alberto González, antigo assessor da Casa Branca conhecido por defender a tortura de prisioneiros, como secretário da Justiça dos EUA, noticiou a 17 de Novembro o diário The New York Times.
Enquanto assessor, González aprovou diversos relatórios onde se admite a prática de tortura contra os presos no Afeganistão e os encarcerados na base naval de Guantanamo, bem como pareceres que excluem esses prisioneiros das normas de protecção consagradas na Convenção de Genebra ou de qualquer lei norte-americana ou internacional.
A nomeação de González para o cargo de secretário da Justiça suscitou de imediato duras críticas por parte de ex-advogados militares de alto nível, como é o caso do contra-almirante John D. Hutson, advogado da Armada entre 1997 e 2000, e actual decano do Centro Legal Franklin Pierce em Concord, New Hampshire. Segundo Hutson, citado pela Prensa Latina (PL), o indigitado secretário mostrou-se «tremendamente míope» nas áreas em que o militar é perito.
Também o brigadeiro James Cullen, refere a PL, acusou González de ignorar os conselhos de respeitáveis advogados, ao elaborar os seus pareceres, porque estava apostado em dar uma «justificação legal para uma conduta ilegal». Este tipo de política, afirma Cullen, pode virar-se contra os próprios soldados.
A polémica nomeação de González promete suscitar aceso debate no Senado, onde terá de comparecer obter confirmação. Os democratas já anunciaram que o vão questionar sobre as posições anteriormente defendidas, e o senador Patrick J. Leahy, membro do Comité de Justiça, anunciou que vai pedir ao antigo conselheiro de Bush que descreva o seu papel na interpretação das leis que «legitimaram» a tortura de prisioneiros de guerra.
Recorda-se que o escândalo das torturas veio a lume no início deste ano, quando a cadeia de televisão CBS divulgou fotos das sevícias cometidas por soldados norte-americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib. Desde então as denúncias sucederam-se, bem como as provas de que tais práticas eram do conhecimento das instâncias superiores.


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