Desafiando o bloqueio a Cuba

Empresários dos EUA negoceiam em Havana

Apesar do bloqueio, as relações comerciais de Cuba com os EUA continuam a crescer. Em três anos, a compra de produtos ascendeu a 1058 milhões de dólares.

«Novos contratos assinados ascendem a 100 milhões de dólares»

Havana recebeu a semana passada 343 empresários norte-americanos de 166 companhias de 30 estados, mais Washington DC e Porto Rico, em mais uma ronda de negociações comerciais entre Cuba e os EUA. O encontro coincidiu com o terceiro aniversário do primeiro embarque de mercadorias norte-americanas para Cuba, que embora dificultado pelo embargo imposto pela Casa Branca está em expansão.
Segundo Pedro Álvarez Borrego, presidente de ALIMPORT, citado pela Prensa Latina, o complexo processo de pagamento dos produtos importados, através de bancos de países terceiros, dada a inexistência de relações bancárias directas, provocou a Cuba perdas financeiras de mais de 11 milhões de dólares, para além da demora de barcos e contentores em portos por as mercadorias não poderem ser expedidas directamente.
Apesar destas dificuldades, Cuba orgulha-se de ter as suas contas em dia com os empresários do país vizinho, com cujo apoio conta para melhorar as relações entre os dois países, designadamente na luta pela eliminação das actuais restrições ao comércio bilateral, às remessas dos emigrantes e às viagens de norte-americanos a Cuba.
Na ronda de negociações, em que foram assinados contratos comerciais, cartas de intenção e se deu a conhecer um documento oficial do governador do estado do Maine, John E. Baldacci, que proclama o dia 15 de Dezembro como o Dia do Comércio Maine-Cuba, estiveram presentes, entre outros, o senador por Montana, Max Baucus; Patty Judge, secretária da Agricultura de Iowa; Robert Spear, secretário da Agricultura do Maine; e Terry Coleman, porta-voz da Câmara de Representantes da Geórgia.
Os novos contratos assinados ascendem a 100 milhões de dólares em produtos alimentares e agrícolas, que deverão cobrir parte das necessidades de consumo da população cubana nos próximos meses.

Um país em crescimento

No final das negociações, os empresários norte-americanos reuniram-se com o presidente cubano, Fidel Castro, que se congratulou com os resultados alcançados e sublinhou que as relações entre os dois podem ser mutuamente vantajosas.
Lembrando o recente relatório da Comissão Económica para a América Latina (CEPAL), organismo das Nações Unidas, em que se reconhece que o crescimento económico de Cuba será este ano superior a 3%, apesar das adversidades climáticas registadas em 2004, ano marcado pelos furações, por uma intensa seca e pelo recrudescimento do bloqueio, Fidel Castro garantiu que Cuba está em melhores condições do que ninguém para aplicar o princípio da competência porque resolveu o problema do desemprego e não tem que manter produções que saem mais caras a produzir do que se forem importadas.
Cuba, sublinhou Fidel, é não só o país da América Latina com menos desnutridos como também o que conseguiu reduzir o desemprego para menos de dois por cento este ano, um índice que continua a diminuir.


Mais artigos de: Internacional

Governo de união nacional em Israel

Os partidos Likud e Trabalhista de Israel formam um governo de união nacional para levar a cabo o plano de Sharon de reduzir a Palestina a um bantustão.

Na mira dos EUA

O presidente Bush nomeou recentemente Victor Cha para o cargo de director da secção asiática no seio do Conselho de Segurança dos EUA. Conhecido como um «falcão» da política norte-americana, Cha pretende formar uma «coligação punitiva» contra a Coreia do Norte integrada por países da região. O pretexto é o mesmo que foi...

Defensor da tortura nomeado para a Justiça

A administração Bush nomeou Alberto González, antigo assessor da Casa Branca conhecido por defender a tortura de prisioneiros, como secretário da Justiça dos EUA, noticiou a 17 de Novembro o diário The New York Times.Enquanto assessor, González aprovou diversos relatórios onde se admite a prática de tortura contra os...

Militares dissidentes agitam o Pentágono

Um marinheiro, um soldado e um marine do exército norte-americano protagonizaram actos corajosos neste mês de Dezembro. Não mataram nenhum iraquiano. Não resgataram nenhum camarada de armas sob fogo. Mostraram um tipo de coragem diferente que os generais norte-americanos temem que se espalhe entre as cerradas fileiras...