Tribunal inglês condena lei antiterrorista

A lei antiterrorista britânica que permite deter, por tempo ilimitado, sem culpa formada, e sem julgamento, qualquer cidadão estrangeiro suspeito de terrorismo foi declarada ilegal pela Câmara de Lordes, instância judicial superior do país.
«A prisão de suspeitos no quadro da artigo 23» da lei antiterrorista «viola as obrigações legais do Reino Unido face à Convenção europeia dos Direitos Humanos», afirmaram os juízes na quinta-feira, 16.
Oito dos nove magistrados votaram contra as medidas adoptadas pela Grã-Bretanha após os atentados de 11 de Setembro de 2001, no âmbito de um recurso apresentado em Outubro, por muçulmanos detidos há quase três anos numa prisão londrina de alta segurança de Belmarsh, conhecida pelo «Guantanamo britânico».
Na altura, foram detidos 17 homens, 11 dos quais permanecem na prisão. Destes, nove obtiveram uma vitória a 30 de Julho de 2002, perante a Comissão Especial de Segunda Instância para os Assuntos de Imigração (SIAC). Contudo, a decisão foi anulada, em Outubro de 2002, pelo Tribunal de Segunda Instância de Londres, ao qual recorreu o Ministério do Interior.
Em Agosto passado, este mesmo tribunal recusou um pedido de libertação dos detidos que decidiram então recorrer para a Câmara dos Lordes. Em Outubro, um grupo psiquiatras tinha alertado para as perturbações mentais que sofriam os detidos causadas pela incerteza quanto ao seu futuro.
Embora represente um rude golpe para o governo de Tony Blair, a decisão dos Lordes não é vinculativa. Por isso, o novo ministro do Interior, Charles Clarke, excluiu de imediato qualquer possibilidade de libertação rápida. «Tenho boas razões para crer que eles constituem uma ameaça real para a nossa segurança», afirmou Clarke.


Mais artigos de: Europa

Mais protecção nos mares territoriais

O Parlamento Europeu aprovou na quinta-feira, 16, o relatório do deputado do PCP, Sérgio Ribeiro, relativo à protecção dos recifes de coral de profundidade nos mares dos Açores, Madeira e Canárias.

Coesão esquecida

O Parlamento Europeu aprovou na quinta-feira, 16, o Orçamento para 2005, que limita os recursos próprios da União em cerca de um por cento do PIB comunitário.

Estado persegue antifascistas

Vinte e três anos após o fim oficial da lei da Interdição Profissional (Berufsverbot) na Alemanha surge, agora, no estado de Baden-Würtenberg um novo caso.Michael Csaszkóczy, de 33 anos, terminou o curso e o estágio em alemão, história e arte com muito boas notas. O início da sua carreira como professor estava previsto...

Evitar o desastre

A poucos dias da eliminação total das quotas existentes no comércio internacional de têxteis e vestuário, a deputada Ilda Figueiredo alertou o Parlamento Europeu para as consequências desta liberalização para milhares de empresas que empregam mais de 2,5 milhões de trabalhadores, concentrados fundamentalmente em países...

Pedro Guerreiro substitui Sérgio Ribeiro

Em nota divulgada na sexta-feira, dia 17, o Secretariado do PCP informou que Sérgio Ribeiro, deputado no Parlamento Europeu, «conforme o estabelecido com a direcção do PCP», será substituído, a partir de meados de Janeiro, por Pedro Guerreiro, membro do Comité Central e quinto candidato nas listas da CDU às eleições...

Ir à raiz

Derrotado o Governo PSD/CDS de Durão/Santana/Portas, para o que foi determinante a resistência dos trabalhadores e das populações, coloca-se, uma vez mais, a necessidade de derrotar a sua política. Ou seja, procurar impedir que a política de direita continue no futuro, pela mão de um Governo do PS, tal como tem...