E vão caindo, caindo...
O fenómeno não é novo, mas causa sempre uma certa impressão verificar como a soma das partes pode ser menor do que o todo, politicamente falando, quando o todo é a confrangedora demonstração da incompetência, da inépcia, da incongruência e da sandice.
A conferência de imprensa conjunta com que Santana Lopes e Paulo Portas brindaram anteontem o País para anunciar que estão juntos mas separados, e que embora separados estão cada vez mais juntos, agora e na hora da sua morte, amém, meteu num chinelo todos os argumentos de ópera bufa conhecidos e só com muito esforço perderá o seu lugar no top do despautério da vida política nacional.
A dupla SL/PP optou pela via do monólogo para o espectáculo com os média, que é como quem diz: chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se, sem responder a perguntas e sem prestar esclarecimentos, que o tempo é de sacudir a poeira de quatro meses antes de se fazer à estrada em nova corrida, nova viagem, com um discurso cheio de promessas de amanhãs que gorjeiam.
A maçada das explicações ficou para os peões da dupla, que agoniados com a espinhosa tarefa optaram por se agarrar como náufragos ao «argumento» de que o mal está em Belém e não em S. Bento, esgrimindo como prova - pasme-se - o facto de no mesmo período a Espanha ter tido quatro governos, quatro!, enquanto em Portugal já vamos em dezasseis.
Não se percebe bem se estamos perante uma defesa encapotada da monarquia - a agremiação virtual que dá pelo nome de PPM já pôs a cabecinha de fora oferecendo préstimos - ou se perante um caso sério de autismo político. É que, dos dezasseis governos que desgovernaram Portugal nos últimos 28 anos, mais de metade foram da responsabilidade dos partidos a que pertencem SL e PP, fosse a solo, coligados ou dando uma mãozinha, e os restantes do PS, igualmente a solo, acompanhado ou de muletas.
Como no ínterim os inquilinos de Belém foram mudando, como de resto as lideranças partidárias, sem que por isso a governação fosse menos desgovernada ou os governantes menos dados a fugas e quedas, forçoso se torna concluir que o epicentro do desconchavo deve estar noutro lado.
Sentados nos seus cadeirões de couro, como os juizes que julgaram Galileu, os responsáveis pela alternância proclamam que a sua competência passada e futura. E vão caindo, caindo, caindo sempre, mesmo quando se sentem seguros e fazem planos de eternidade. Um dia vão entrar em órbita e nem chegam a perceber porquê.
A conferência de imprensa conjunta com que Santana Lopes e Paulo Portas brindaram anteontem o País para anunciar que estão juntos mas separados, e que embora separados estão cada vez mais juntos, agora e na hora da sua morte, amém, meteu num chinelo todos os argumentos de ópera bufa conhecidos e só com muito esforço perderá o seu lugar no top do despautério da vida política nacional.
A dupla SL/PP optou pela via do monólogo para o espectáculo com os média, que é como quem diz: chegou e disse, tirou o chapéu e foi-se, sem responder a perguntas e sem prestar esclarecimentos, que o tempo é de sacudir a poeira de quatro meses antes de se fazer à estrada em nova corrida, nova viagem, com um discurso cheio de promessas de amanhãs que gorjeiam.
A maçada das explicações ficou para os peões da dupla, que agoniados com a espinhosa tarefa optaram por se agarrar como náufragos ao «argumento» de que o mal está em Belém e não em S. Bento, esgrimindo como prova - pasme-se - o facto de no mesmo período a Espanha ter tido quatro governos, quatro!, enquanto em Portugal já vamos em dezasseis.
Não se percebe bem se estamos perante uma defesa encapotada da monarquia - a agremiação virtual que dá pelo nome de PPM já pôs a cabecinha de fora oferecendo préstimos - ou se perante um caso sério de autismo político. É que, dos dezasseis governos que desgovernaram Portugal nos últimos 28 anos, mais de metade foram da responsabilidade dos partidos a que pertencem SL e PP, fosse a solo, coligados ou dando uma mãozinha, e os restantes do PS, igualmente a solo, acompanhado ou de muletas.
Como no ínterim os inquilinos de Belém foram mudando, como de resto as lideranças partidárias, sem que por isso a governação fosse menos desgovernada ou os governantes menos dados a fugas e quedas, forçoso se torna concluir que o epicentro do desconchavo deve estar noutro lado.
Sentados nos seus cadeirões de couro, como os juizes que julgaram Galileu, os responsáveis pela alternância proclamam que a sua competência passada e futura. E vão caindo, caindo, caindo sempre, mesmo quando se sentem seguros e fazem planos de eternidade. Um dia vão entrar em órbita e nem chegam a perceber porquê.