Em nome do “pensamento único”
«Um bloco sintonizado, em aspectos fundamentais, com o imperialismo dos EUA»
É amanhã assinado o tratado constitucional da recentemente alargada União Europeia. Numa Europa a 25, traçada à medida das grandes potências capitalistas do Continente, e fruto do seu expansionismo, a designada “Constituição europeia” traz as respectivas marcas de classe. É prosseguida a via da consagração dos eixos estruturantes do federalismo, neoliberalismo e militarismo, indo ao encontro da construção dum bloco político, económico e militar imperialista europeu. Um bloco sintonizado, em aspectos fundamentais, com o imperialismo dos EUA, nomeadamente na qualidade de pilar europeu da NATO.
Os processos de expansão da NATO para Leste e de «integração europeia» sob a égide da UE apresentam-se entretecidos. Quando os EUA desenvolvem uma nova fase do «assalto» ao antigo espaço soviético, em que o isolamento da Rússia se afigura como um objectivo incontornável, a UE não só segue na sua esteira, como desempenha um papel insubstituível. No plano militar, assiste-se à paulatina instalação de forças da NATO junto às fronteiras russas, e os EUA, a pretexto do sempre oportuno «combate ao terrorismo», preparam a transferência de meios deslocados na Europa Ocidental para bases militares situadas mais a Leste. Simultaneamente, o imperialismo norte-americano tenta avançar na vertente europeia do seu projecto de escudo anti-míssil, após o abandono unilateral do tratado de defesa anti-míssil (ABM). Este projecto visa a «anulação» do actual potencial nuclear estratégico que a Rússia ainda possui, com os EUA, em «contrapartida», a prosseguirem a sua perigosa escalada belicista, despendendo verbas astronómicas na criação de novas armas de destruição maciça.
Enquanto, sob o aplauso das burguesias locais, a máquina de guerra imperialista assenta arraiais nas novas «possessões» e o capital monopolista absorve as respectivas economias, no lado oposto da actual linha de fractura europeia o imperialismo multiplica as ingerências e a pressão político-económica, como atestam os casos da Ucrânia e Bielorússia.
Com as presidenciais ucranianas de 31 de Outubro convertidas num circo, o Congresso dos EUA discute a aplicação de sanções à Ucrânia, caso as eleições não decorram de forma «livre e honesta» – leia-se, os EUA receiam a derrota do seu candidato títere. Embora o actual poder em Kiev tenha literalmente aberto as portas do país à NATO e enviado para o Iraque um contingente de 1600 homens, Washington optou pelo apoio à candidatura nacionalista do ex-primeiro-ministro, Iúchenko, claramente virada contra a influência russa. Num país devastado pelas chagas capitalistas, este neoliberal quimicamente puro foi transfigurado em porta-estandarte da luta contra o regime oligárquico-mafioso.
Já no tocante à Bielorússia, os EUA não esperaram pelo desfecho das eleições legislativas realizadas há pouco (juntamente com o referendo que permitiu ao presidente Lukachenko recandidatar-se): o Congresso já votou por unanimidade a implementação de sanções económicas contra a «última ditadura» europeia e a canalização de mais uns milhões para o financiamento da oposição bielorussa. O que realmente preocupa os EUA e UE neste país nada tem a ver com democracia, ou directamente com o estilo centralizador e autoritário do seu presidente, mas sim com o (mau) exemplo adveniente das opções claras do executivo bielorusso de oposição ao alargamento da NATO, não implementação dos pacotes do FMI e recusa do saque privatizador destruidor do tecido produtivo nacional (que merecem aliás o apoio do principal partido comunista existente, o PCB).
É por isso que aos olhos inquiridores da democracia burguesa contemporânea, e seus solícitos media passa despercebida, a situação na Letónia, país exemplar da «visão democrática» imperante na UE, onde os antigos membros da legião letã das SS, condenados por crimes contra a Humanidade, são hoje publicamente reabilitados, a comunidade eslava é vítima de um sistema discriminatório inspirado no apartheid, o partido comunista encontra-se proibido e os comunistas privados dos seus direitos políticos.
Os processos de expansão da NATO para Leste e de «integração europeia» sob a égide da UE apresentam-se entretecidos. Quando os EUA desenvolvem uma nova fase do «assalto» ao antigo espaço soviético, em que o isolamento da Rússia se afigura como um objectivo incontornável, a UE não só segue na sua esteira, como desempenha um papel insubstituível. No plano militar, assiste-se à paulatina instalação de forças da NATO junto às fronteiras russas, e os EUA, a pretexto do sempre oportuno «combate ao terrorismo», preparam a transferência de meios deslocados na Europa Ocidental para bases militares situadas mais a Leste. Simultaneamente, o imperialismo norte-americano tenta avançar na vertente europeia do seu projecto de escudo anti-míssil, após o abandono unilateral do tratado de defesa anti-míssil (ABM). Este projecto visa a «anulação» do actual potencial nuclear estratégico que a Rússia ainda possui, com os EUA, em «contrapartida», a prosseguirem a sua perigosa escalada belicista, despendendo verbas astronómicas na criação de novas armas de destruição maciça.
Enquanto, sob o aplauso das burguesias locais, a máquina de guerra imperialista assenta arraiais nas novas «possessões» e o capital monopolista absorve as respectivas economias, no lado oposto da actual linha de fractura europeia o imperialismo multiplica as ingerências e a pressão político-económica, como atestam os casos da Ucrânia e Bielorússia.
Com as presidenciais ucranianas de 31 de Outubro convertidas num circo, o Congresso dos EUA discute a aplicação de sanções à Ucrânia, caso as eleições não decorram de forma «livre e honesta» – leia-se, os EUA receiam a derrota do seu candidato títere. Embora o actual poder em Kiev tenha literalmente aberto as portas do país à NATO e enviado para o Iraque um contingente de 1600 homens, Washington optou pelo apoio à candidatura nacionalista do ex-primeiro-ministro, Iúchenko, claramente virada contra a influência russa. Num país devastado pelas chagas capitalistas, este neoliberal quimicamente puro foi transfigurado em porta-estandarte da luta contra o regime oligárquico-mafioso.
Já no tocante à Bielorússia, os EUA não esperaram pelo desfecho das eleições legislativas realizadas há pouco (juntamente com o referendo que permitiu ao presidente Lukachenko recandidatar-se): o Congresso já votou por unanimidade a implementação de sanções económicas contra a «última ditadura» europeia e a canalização de mais uns milhões para o financiamento da oposição bielorussa. O que realmente preocupa os EUA e UE neste país nada tem a ver com democracia, ou directamente com o estilo centralizador e autoritário do seu presidente, mas sim com o (mau) exemplo adveniente das opções claras do executivo bielorusso de oposição ao alargamento da NATO, não implementação dos pacotes do FMI e recusa do saque privatizador destruidor do tecido produtivo nacional (que merecem aliás o apoio do principal partido comunista existente, o PCB).
É por isso que aos olhos inquiridores da democracia burguesa contemporânea, e seus solícitos media passa despercebida, a situação na Letónia, país exemplar da «visão democrática» imperante na UE, onde os antigos membros da legião letã das SS, condenados por crimes contra a Humanidade, são hoje publicamente reabilitados, a comunidade eslava é vítima de um sistema discriminatório inspirado no apartheid, o partido comunista encontra-se proibido e os comunistas privados dos seus direitos políticos.