Eleições regionais da Madeira e Açores

Confiança no futuro

O PCP tornou-se a terceira força política mais votada no Funchal. Por seu lado, nos Açores, num quadro de campanha eleitoral fortemente bipolarizada, o resultado eleitoral dos comunistas ficou abaixo das expectativas.

Os resultados agora obtidos são uma sólida garantia do trabalho futuro

Num comentário aos primeiros resultados das eleições regionais, Carlos Carvalhas, secretário-geral do PCP, afirmou que na Madeira «a eleição de dois deputados e o significativo aumento da expressão eleitoral da CDU, traduzidos na passagem a terceira força no mais importante circulo eleitoral (Funchal), num quadro de conhecidas dificuldades e constrangimentos, constituirá uma importante afirmação do papel e da influência do PCP e da CDU nesta região».
«Os resultados agora obtidos são uma sólida garantia do trabalho futuro e representam um estímulo para a importante contribuição que o PCP e a CDU serão chamados a dar na defesa dos interesses das populações, dos direitos dos trabalhadores e dos interesses específicos desta região autónoma», continuou Carlos Carvalhas, sublinhando que, em relação aos restantes resultados, «a confirmação da maioria absoluta obtida pelo PSD na Madeira não constitui um facto positivo nem uma garantia da construção de um necessário e indispensável clima de normalidade democrática naquela região».
Em relação aos Açores, o secretário-geral do PCP considerou que a perda de representação parlamentar da CDU constitui «um factor marcadamente negativo para o desenvolvimento da vida política naquela região».
«Os resultados conhecidos nos Açores, em que a coligação de direita terá menos votos que a soma de expressão eleitoral dos dois partidos, não pode deixar de traduzir o descontentamento existente no país com a política da coligação PSD/CDS-PP. Neste quadro a forte bipolarização e discriminação em relação às outras forças políticas deverá ter permitido que o PS obtenha a maioria absoluta nos Açores o que também não pode ser considerado positivo», concluiu Carlos Carvalhas.
No final da sua intervenção, o secretário-geral do PCP saudou «calorosamente todos os candidatos e activistas que, nos Açores e na Madeira, em condições muito difíceis, desenvolveram uma importante campanha eleitoral na base de um intenso contacto com as populações que não deixará de ter repercussões favoráveis para o futuro».

Maiorias não são opção

Na últimas legislativas regionais, em 2000, a CDU obteve 4,8 por cento da votação nos Açores, elegendo dois deputados. Nas actuais eleições a coligação alcançou 2,8 por cento dos votos. Quanto à região da Madeira, a CDU, que em 2000 teve 4,64 por cento dos votos, conseguiu desta vez 5,5 por cento.
Em declarações à comunicação social, o dirigente da CDU/Madeira, Edgar Silva, destacou que este foi «o melhor resultado de sempre», ao conseguir passar a ser a terceira força política, mantendo os seus dois deputados na Assembleia Regional.
«A situação política na região confirma uma maioria absoluta do PSD/M e isso não é satisfatório para ninguém, porque nenhum partido no quadro das oposições pode dizer que ganhou», disse o candidato comunista. Segundo Edgar Silva, «esta maioria absoluta constitui um grande desafio, precisa de ser destronada, tem que terminar e para isso temos que adoptar medidas de excepção e extraordinárias, sendo este o grande desafio à oposição».
Por seu lado, o coordenador da CDU nos Açores, José Decq Mota afirmou que o desaparecimento de representação parlamentar da Coligação na Assembleia Regional significa «uma perda para a democracia». Decq Mota acrescentou ainda que acaba de desaparecer no Parlamento açoriano «uma voz que em todos os momentos se pronunciava, levantava questões e problemas» de interesse para os Açores.
O dirigente comunista responsabilizou, também, os dois órgãos públicos de comunicação social (RTP e RDP) pela construção de um cenário de bipolarização (PS-PSD/CDS-PP) que determinou que a CDU ficasse de fora na Assembleia Legislativa Regional.



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