Política do ambiente

Servir os poderosos

O PCP acusou o ministro do Ambiente, Nobre Guedes, de «pouco fazer» para enfrentar os «interesses económicos dos poderosos», que, em sua opinião, estão a prejudicar a defesa do sector.
«O ministro do Ambiente tem uma intervenção que é do tipo «agarrem-me que eu mato-o», mas depois pouco faz. Aparece muito histriónico e estridente a anunciar relatórios e demolições, sem dúvida em questões sensíveis, mas depois, em questões como a dos
resíduos ou das emissões poluentes, prevemos que será muito mais fraco e menos interveniente», sublinhou Bernardino Soares, nas Jornadas Parlamentares, onde as questões ambientais assumiram um lugar de destaque. Referindo-se a um relatório da Comissão Europeia, conhecido no final da semana transacta, revelando que três empresas portuguesas lideram a lista das indústrias europeias que mais contaminam a água com certas
substâncias poluentes, o líder parlamentar comunista afirmou não estar surpreendido.
«Estamos a ultrapassar largamente aquilo em que nos
comprometemos em termos de emissões de poluentes», alertou, criticando «os sucessivos governos por não terem tomado medidas».
Esta é, aliás, apenas uma das faces da política de ambiente que, na opinião dos comunistas, merece uma «fraca consideração do Governo». A ilustrar bem essa realidade está o projecto de «Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável – 2005-2015», divulgado antes do Verão, documento onde a «pobreza e incoerência» dizem bem das «graves insuficiências» que caracterizam hoje a política de ambiente.
Exemplificando, no discurso que proferiu no encerramento das Jornadas, Bernardino Soares referiu a crescente carência de meios e capacidade de intervenção existentes na área da conservação da natureza, bem patente no facto de nas 27 áreas protegidas e parques naturais existentes apenas sete disporem do respectivo plano de ordenamento.


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