O ataque à bolsa dos trabalhadores
O Secretário-Geral do PCP considerou «uma inaceitável pressão ou ameaça» sobre o Presidente da República as palavras proferidas pelo Primeiro-Ministro, Santana Lopes, à saída da habitual audiência em Belém, desafiando Jorge Sampaio a «tirar consequências políticas».
Governo está a mais no Portugal de Abril
«Creio que o Presidente da República deve tirar consequências desta ameaça, e deve começar a pensar tirá-las antes do Verão, senão ainda vamos ter da parte de Santana uma frase similar à que Cavaco Silva dirigiu a Mário Soares: "tudo faremos para que o senhor Presidente da República acabe o seu mandato com dignidade"», afirmou Carlos Carvalhas, que falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura das jornadas parlamentares do PCP.
Recorde-se que Santana Lopes, à saída da audiência semanal com Jorge Sampaio, faz hoje oito dias, instado a pronunciar-se sobre a saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI - dois dias depois de o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, ter criticado o comentador político -, afirmou que «ou o caso é político e só tem uma consequência, ou não é e tem a ver com uma empresa».
Para além das declarações de Santana Lopes, também «as trapalhadas do Governo», como as caracterizou Carlos Carvalhas, demonstram que «o Governo está a mais no Portugal de Abril».
«Com as trapalhadas todas, com a abertura do ano escolar, com as pressões sobre os meios de Comunicação Social, creio que hoje é cada vez mais evidente quem tinha razão», referindo-se aos que defendiam, como o PCP, que Jorge Sampaio deveria ter convocado eleições legislativas depois da ida de Durão Barroso para Bruxelas.
No discurso de abertura das jornadas parlamentares, Carvalhas abordara já esta questão para criticar o Presidente da República pela opção tomada, em nome da «estabilidade governamental formal», por dar posse a um novo Governo do PSD/CDS-PP, em detrimento da «estabilidade social» e da «seriedade na resposta aos problemas».
E nada melhor do que estes dois meses e meios de governação, na linha de continuidade da política seguida pelo seu antecessor, para demonstrar o erro dessa opção. Os exemplos, esses, deu-os o dirigente comunista, denunciando o facto de o Governo ter em preparação, entre outros ataques à bolsa dos trabalhadores e das camadas médias, a não incorporação dos ganhos de produtividade nos aumentos dos trabalhadores da administração pública, o aumento dos combustíveis, a introdução de portagens na generalidade das auto-estradas, o pagamento dos serviços de saúde, ao aumento dos transportes públicos.
«Tudo em nome da justiça social, como se fossem os banqueiros e os grandes senhores do dinheiro aqueles que andam em transportes públicos, ou nas urgências hospitalares e consultas públicas, ou como se a declaração de rendimentos traduzisse alguma verdade fiscal, num país em que é generalizada a evasão fiscal, num país em que os bancos pagam de taxa efectiva de IRC 12 e 13%», denunciou o Secretário-Geral do PCP.
Verberada em tom muito duro foi também a alteração à lei do arrendamento, tendo Carlos Carvalhas feito notar que em vez da introdução de mais justiça relativa, como anuncia o Governo, o que está em causa, sim, é a «satisfação dos grandes interesses imobiliários e da banca, designadamente no assalto aos centros históricos das grandes cidades e a liberalização total das rendas».
Depois de denunciar a central de informação criada pelo Governo para «encobrir ou disfarçar esta desgraçada política» - embora sem sucesso, diga-se, tal a «infindável sequência de escândalos, trapalhadas e tiros no pé» - Carvalhas, respondendo aos que clamam por reformas, defendeu que aquilo a que temos vindo a assistir é ao incremento não de reformas mas sim de contra-reformas, como sejam, por exemplo, as alterações ao código laboral, a privatização de serviços públicos ou as privatizações de empresas básicas e estratégicas.
Reiterada por Carlos Carvalhas foi ainda a determinação do PCP em prosseguir a luta pelo «fim da medieval criminalização das mulheres que interrompem a gravidez».
Condenada com veemência foi, por último, a mais recente e brutal operação militar israelita contra os palestinianos na Faixa de Gaza, tendo o dirigente comunista manifestado a solidariedade ao massacrado povo da Palestina, à Alta Autoridade Palestiniana e a «todos aqueles que na Palestina e em Israel lutam por uma solução justa e de paz na base das resoluções da ONU há muito aprovadas».
Recorde-se que Santana Lopes, à saída da audiência semanal com Jorge Sampaio, faz hoje oito dias, instado a pronunciar-se sobre a saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI - dois dias depois de o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, ter criticado o comentador político -, afirmou que «ou o caso é político e só tem uma consequência, ou não é e tem a ver com uma empresa».
Para além das declarações de Santana Lopes, também «as trapalhadas do Governo», como as caracterizou Carlos Carvalhas, demonstram que «o Governo está a mais no Portugal de Abril».
«Com as trapalhadas todas, com a abertura do ano escolar, com as pressões sobre os meios de Comunicação Social, creio que hoje é cada vez mais evidente quem tinha razão», referindo-se aos que defendiam, como o PCP, que Jorge Sampaio deveria ter convocado eleições legislativas depois da ida de Durão Barroso para Bruxelas.
No discurso de abertura das jornadas parlamentares, Carvalhas abordara já esta questão para criticar o Presidente da República pela opção tomada, em nome da «estabilidade governamental formal», por dar posse a um novo Governo do PSD/CDS-PP, em detrimento da «estabilidade social» e da «seriedade na resposta aos problemas».
E nada melhor do que estes dois meses e meios de governação, na linha de continuidade da política seguida pelo seu antecessor, para demonstrar o erro dessa opção. Os exemplos, esses, deu-os o dirigente comunista, denunciando o facto de o Governo ter em preparação, entre outros ataques à bolsa dos trabalhadores e das camadas médias, a não incorporação dos ganhos de produtividade nos aumentos dos trabalhadores da administração pública, o aumento dos combustíveis, a introdução de portagens na generalidade das auto-estradas, o pagamento dos serviços de saúde, ao aumento dos transportes públicos.
«Tudo em nome da justiça social, como se fossem os banqueiros e os grandes senhores do dinheiro aqueles que andam em transportes públicos, ou nas urgências hospitalares e consultas públicas, ou como se a declaração de rendimentos traduzisse alguma verdade fiscal, num país em que é generalizada a evasão fiscal, num país em que os bancos pagam de taxa efectiva de IRC 12 e 13%», denunciou o Secretário-Geral do PCP.
Verberada em tom muito duro foi também a alteração à lei do arrendamento, tendo Carlos Carvalhas feito notar que em vez da introdução de mais justiça relativa, como anuncia o Governo, o que está em causa, sim, é a «satisfação dos grandes interesses imobiliários e da banca, designadamente no assalto aos centros históricos das grandes cidades e a liberalização total das rendas».
Depois de denunciar a central de informação criada pelo Governo para «encobrir ou disfarçar esta desgraçada política» - embora sem sucesso, diga-se, tal a «infindável sequência de escândalos, trapalhadas e tiros no pé» - Carvalhas, respondendo aos que clamam por reformas, defendeu que aquilo a que temos vindo a assistir é ao incremento não de reformas mas sim de contra-reformas, como sejam, por exemplo, as alterações ao código laboral, a privatização de serviços públicos ou as privatizações de empresas básicas e estratégicas.
Reiterada por Carlos Carvalhas foi ainda a determinação do PCP em prosseguir a luta pelo «fim da medieval criminalização das mulheres que interrompem a gravidez».
Condenada com veemência foi, por último, a mais recente e brutal operação militar israelita contra os palestinianos na Faixa de Gaza, tendo o dirigente comunista manifestado a solidariedade ao massacrado povo da Palestina, à Alta Autoridade Palestiniana e a «todos aqueles que na Palestina e em Israel lutam por uma solução justa e de paz na base das resoluções da ONU há muito aprovadas».