Protesto dos professores

No que deveria ter sido o primeiro dia de aulas, mais de dois mil professores e educadores «apresentaram-se» frente ao Ministério da Educação. Este protesto, dia 16, foi promovido pela Fenprof, para reclamar «respeito pela profissão docente e pela Educação». Durante a concentração, uma delegação da federação foi recebida pela ministra, enquanto professores contratados, vindos de várias regiões do País, relataram publicamente aspectos da sua situação sócio-profissional, exigindo respeito e dignidade como trabalhadores e como cidadãos.
Os docentes «responsabilizam exclusivamente o ME por toda a perturbação que está associada ao início das actividades lectivas, bem como pelas consequências que dai advirão para o normal desenvolvimento do ano lectivo», afirma-se na moção aprovada na Avenida 5 de Outubro. São denunciados os «traços de incompetência, leviandade e desorientação que aparecem associados à manifesta incapacidade para realizar concursos de professores, que os dois últimos governos PSD/PP revelaram a todo o País».
Os professores e a federação salientam que «não pode haver normalidade» na abertura do ano escolar, já que «algumas dezenas de milhar de professores» estão por colocar, «actividades elementares e decisivas» estão por realizar, e ainda durante o mês de Outubro «centenas de milhar de alunos continuarão a não poder contar com todos os professores».
Depois de sucessivos adiamentos, anteontem à tarde ainda não eram conhecidas as listas oficiais de colocação de cerca de 50 mil docentes. O porta-voz da ministra admitia publicamente que será muito difícil que se viesse a cumprir o novo «primeiro dia de aulas», adiado para hoje. A própria ministra mandou anunciar que faria uma comunicação ao País, mantendo a afirmação de que não deixaria de tirar ilações política de todo este imbróglio.


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