Chávez ganha reconhecimento internacional
Como resultado de uma segunda auditoria aos resultados do referendo sobre Hugo Chávez, a Organização de Estados Americanos e o Centro Carter concluíram que os resultados «são compatíveis» com os informados inicialmente pelo Centro Nacional de Eleições.
A economia cresceu 23 por cento durante o primeiro semestre
Esta nova auditoria foi feita aleatoriamente sobre 150 mesas de um total de pouco mais de 12 mil. As duas organizações, observadores internacionais exigidos pela oposição venezuelana – que só a eles e não ao CNE declarou reconhecer –, informaram que esta auditoria foi feita sobre uma mostra escolhida por ambos e verificou os aspectos principais do processo eleitoral (transmissão da data e comparação dos resultados com os talões depositados nas urnas). A auditoria não foi presenciada pela oposição que, depois de a exigir, se negou a testemunhá-la.
«Na nossa perspectiva», acrescentou César Gaviria, secretário-geral da Organização de Estados Americano, «este controlo, somado (à auditoria das) actas de votação, à transmissão e totalização dos resultados, certifica aquilo de que já tínhamos a certeza». Em nome do CC, Jennifer McCoy manifestou que espera que «com estas conclusões o povo venezuelano possa ter confiança no seu sistema eleitoral» e «olhar o futuro com confiança».
Entre outras considerações, César Gaviria comentou que, num processo democrático, é importante que quem ganha saiba ganhar e quem perde saiba perder. Acrescentou ainda que se este referendo era visto como uma saída democrática para devolver o país a um clima de tranquilidade, mas que se a oposição não reconhecia o resultado, se não tinha uma confiança mínima no sistema eleitoral (não é esse o caso da OEA nem do CC, por certo, insuspeitos de bolivarianos), então não teve sentido nada do que se fez. Ambas as organizações utilizaram sempre «controlos próprios», que, juntamente com a auditoria, «não deixam dúvidas sobre os resultados».
Minutos depois da declaração conjunta da OEA e do CC, um porta-voz da oposição voltou a afirmar que tinha havido uma fraude gigantesca (Gaviria tinha dito antes que qualquer anomalia teria sido detectada na auditoria) e que não reconhecia o resultado eleitoral. Não reconhece, nem reconhecerá. Da mesma forma que ainda não levantou o lock out que iniciou em Dezembro de 2002 e se estendeu até Fevereiro de 2003.
Sectores da oposição
Chávez tem-se lamentado várias vezes por não ter oposição. A que existe – (des)articulada à voltada da Coordenadora Democrática (?) – não tem sentido do ridículo, ao ponto de pedir uma auditoria de votos e depois decidir não assistir para logo dizer que se trata de uma «autoauditoria», ainda que nela tenham participado a OEA e CC. Não tem sentido do ridículo, quando quer apresentar os seus exit polls como mais válidos que os resultados eleitorais, e isto porque, como comentou um jornalista, quer acreditar mais no prognóstico de bom tempo do que na chuvada que está a cair. É uma oposição sem estadistas. Sem programa de governo. Sem estratégia de futuro. Nela tudo se reduz a derrubar, de qualquer forma, o governo bolivariano.
Heinz Dieterich, professor da Universidade Nacional Autónoma de México caracterizou-a assim: há um primeiro sector que vai tomar as coisas com mais calma e vai chegar à conclusão de que só faltam dois anos para novas eleições presidenciais. Um segundo sector, onde há classe média e segmentos populares baixos, é absolutamente histérico, como resultado de uma campanha mediática fascistoide criadora de ódio a tudo o que seja bolivariano. Fica ainda um terceiro sector, propriamente o representante dos interesses oligárquicos, que nunca aceitará uma democracia real, participativa. Esta é a que aparece nos media a fazer declarações a torto e a direito e a do meio é a que faz o trabalho sujo de sair para a rua a perpetrar provocações e actos de violência fascista. Estes dois sectores devem ser os que tinham em mente Carter quando disse que havia uma oposição que só era capaz de aceitar um resultado eleitoral: a derrota de Chávez.
Entretanto, os dias passam, a vida vai voltando ao seu ritmo normal – por exemplo a economia cresceu 23 por cento durante o primeiro semestre deste ano – e o governo bolivariano ganha reconhecimento internacional.
«Na nossa perspectiva», acrescentou César Gaviria, secretário-geral da Organização de Estados Americano, «este controlo, somado (à auditoria das) actas de votação, à transmissão e totalização dos resultados, certifica aquilo de que já tínhamos a certeza». Em nome do CC, Jennifer McCoy manifestou que espera que «com estas conclusões o povo venezuelano possa ter confiança no seu sistema eleitoral» e «olhar o futuro com confiança».
Entre outras considerações, César Gaviria comentou que, num processo democrático, é importante que quem ganha saiba ganhar e quem perde saiba perder. Acrescentou ainda que se este referendo era visto como uma saída democrática para devolver o país a um clima de tranquilidade, mas que se a oposição não reconhecia o resultado, se não tinha uma confiança mínima no sistema eleitoral (não é esse o caso da OEA nem do CC, por certo, insuspeitos de bolivarianos), então não teve sentido nada do que se fez. Ambas as organizações utilizaram sempre «controlos próprios», que, juntamente com a auditoria, «não deixam dúvidas sobre os resultados».
Minutos depois da declaração conjunta da OEA e do CC, um porta-voz da oposição voltou a afirmar que tinha havido uma fraude gigantesca (Gaviria tinha dito antes que qualquer anomalia teria sido detectada na auditoria) e que não reconhecia o resultado eleitoral. Não reconhece, nem reconhecerá. Da mesma forma que ainda não levantou o lock out que iniciou em Dezembro de 2002 e se estendeu até Fevereiro de 2003.
Sectores da oposição
Chávez tem-se lamentado várias vezes por não ter oposição. A que existe – (des)articulada à voltada da Coordenadora Democrática (?) – não tem sentido do ridículo, ao ponto de pedir uma auditoria de votos e depois decidir não assistir para logo dizer que se trata de uma «autoauditoria», ainda que nela tenham participado a OEA e CC. Não tem sentido do ridículo, quando quer apresentar os seus exit polls como mais válidos que os resultados eleitorais, e isto porque, como comentou um jornalista, quer acreditar mais no prognóstico de bom tempo do que na chuvada que está a cair. É uma oposição sem estadistas. Sem programa de governo. Sem estratégia de futuro. Nela tudo se reduz a derrubar, de qualquer forma, o governo bolivariano.
Heinz Dieterich, professor da Universidade Nacional Autónoma de México caracterizou-a assim: há um primeiro sector que vai tomar as coisas com mais calma e vai chegar à conclusão de que só faltam dois anos para novas eleições presidenciais. Um segundo sector, onde há classe média e segmentos populares baixos, é absolutamente histérico, como resultado de uma campanha mediática fascistoide criadora de ódio a tudo o que seja bolivariano. Fica ainda um terceiro sector, propriamente o representante dos interesses oligárquicos, que nunca aceitará uma democracia real, participativa. Esta é a que aparece nos media a fazer declarações a torto e a direito e a do meio é a que faz o trabalho sujo de sair para a rua a perpetrar provocações e actos de violência fascista. Estes dois sectores devem ser os que tinham em mente Carter quando disse que havia uma oposição que só era capaz de aceitar um resultado eleitoral: a derrota de Chávez.
Entretanto, os dias passam, a vida vai voltando ao seu ritmo normal – por exemplo a economia cresceu 23 por cento durante o primeiro semestre deste ano – e o governo bolivariano ganha reconhecimento internacional.