Ioukos gera fortunas
O sobe e desce das acções da Ioukos, a maior petrolífera privada da Rússia, na bolsa de Moscovo está a levantar sérias suspeitas de manipulação especulativa.
Recentemente, a petrolífera foi condenada a pagar 3,4 mil milhões de dólares (2,77 mil milhões de euros), de dívidas fiscais relativas a 2000. Declarando-se incapaz de pagar tal soma, tanto mais que o fisco lhe exigia igual montante relativo a 2001, o grupo viu os seus activos congelados pela justiça e correndo o risco de ser obrigado a suspender as exportações de crude.
Na sexta-feira, dia em que foi anunciado que as contas continuariam congeladas, os títulos da Ioukos fecharam a perder 12 por cento. Estranhamente, já quase no final da sessão foram compradas mais de 300 mil acções por mais de um milhão de dólares. Mais tarde, era anunciada a decisão do Tribunal Arbitral de Moscovo de levantar o sequestro sobre as acções de uma das principais filiais do grupo, a Iugansknestegas.
Na segunda-feira, todos esperavam uma procura acentuada das acções, mas a euforia foi tal que, em poucos minutos, a Ioukos registou uma subida de 24 por cento, obrigando à suspensão das transacções durante uma hora, conforme determina o regulamento da bolsa sempre que ocorre uma valorização superior a 15 por cento ao resultado da sessão anterior.
Depois de uma correcção em baixa, os títulos fecharam a valer mais 17 por cento, em consequência de muitas transacções puramente especulativas já que a situação do grupo continua incerta, não havendo por parte das autoridades russas qualquer decisão sobre o seu futuro.
Segundo Vladimir Pribilovski, um analista citado pelo Le Monde, na edição de terça-feira, actualmente «trava-se uma luta entre grupos de influência no Kremlin para que a Ioukos passe para o domínio do Estado ou que seja entregue a outros privados».
Até lá, a instabilidade e as constantes mudanças de direcção por parte das autoridades «são um jogo para enriquecer os que têm acesso a informação privilegiada, os que tentam influenciar as decisões e sabem antecipadamente qual o momento para vender ou para comprar».
O analista afirma que «dezenas de pessoas próximas do poder duplicaram ou triplicaram as suas fortunas em poucas semanas graças a este jogo, no qual não é de excluir a participação da própria procuradoria-geral».
Contribuindo para o aumento da confusão, o Ministério da Justiça não tardou a protagonizar outra reviravolta no caso Ioukos, anunciando a renovação do embargo sobre as acções da filial Iugansknestegas.
O Ministério terá tentado aplicar a decisão da justiça de sexta-feira mas, «devido a novas circunstâncias relativas à insuficiência de fundos nas contas da Ioukos», decidiu congelar novamente os títulos», refere um comunicado oficial divulgado na noite da passada segunda-feira.
Recentemente, a petrolífera foi condenada a pagar 3,4 mil milhões de dólares (2,77 mil milhões de euros), de dívidas fiscais relativas a 2000. Declarando-se incapaz de pagar tal soma, tanto mais que o fisco lhe exigia igual montante relativo a 2001, o grupo viu os seus activos congelados pela justiça e correndo o risco de ser obrigado a suspender as exportações de crude.
Na sexta-feira, dia em que foi anunciado que as contas continuariam congeladas, os títulos da Ioukos fecharam a perder 12 por cento. Estranhamente, já quase no final da sessão foram compradas mais de 300 mil acções por mais de um milhão de dólares. Mais tarde, era anunciada a decisão do Tribunal Arbitral de Moscovo de levantar o sequestro sobre as acções de uma das principais filiais do grupo, a Iugansknestegas.
Na segunda-feira, todos esperavam uma procura acentuada das acções, mas a euforia foi tal que, em poucos minutos, a Ioukos registou uma subida de 24 por cento, obrigando à suspensão das transacções durante uma hora, conforme determina o regulamento da bolsa sempre que ocorre uma valorização superior a 15 por cento ao resultado da sessão anterior.
Depois de uma correcção em baixa, os títulos fecharam a valer mais 17 por cento, em consequência de muitas transacções puramente especulativas já que a situação do grupo continua incerta, não havendo por parte das autoridades russas qualquer decisão sobre o seu futuro.
Segundo Vladimir Pribilovski, um analista citado pelo Le Monde, na edição de terça-feira, actualmente «trava-se uma luta entre grupos de influência no Kremlin para que a Ioukos passe para o domínio do Estado ou que seja entregue a outros privados».
Até lá, a instabilidade e as constantes mudanças de direcção por parte das autoridades «são um jogo para enriquecer os que têm acesso a informação privilegiada, os que tentam influenciar as decisões e sabem antecipadamente qual o momento para vender ou para comprar».
O analista afirma que «dezenas de pessoas próximas do poder duplicaram ou triplicaram as suas fortunas em poucas semanas graças a este jogo, no qual não é de excluir a participação da própria procuradoria-geral».
Contribuindo para o aumento da confusão, o Ministério da Justiça não tardou a protagonizar outra reviravolta no caso Ioukos, anunciando a renovação do embargo sobre as acções da filial Iugansknestegas.
O Ministério terá tentado aplicar a decisão da justiça de sexta-feira mas, «devido a novas circunstâncias relativas à insuficiência de fundos nas contas da Ioukos», decidiu congelar novamente os títulos», refere um comunicado oficial divulgado na noite da passada segunda-feira.