FMI quer reformas mais radicais
O Fundo Monetário Internacional aplaude as reformas laborais na Europa, mas considera-as insuficientes, insistindo na necessidade de alongar a jornada de trabalho.
O FMI pressiona governos europeus a eliminar direitos sociais
Num relatório sobre a zona euro, divulgado terça-feira, 3, o departamento europeu do FMI preconiza mudanças radicais na política de emprego e elogia alguns gigantes económicos que recentemente impuseram o alargamento da jornada de trabalho em algumas unidades da Alemanha e França, sob a ameaça deslocalizarem as respectivas produções.
Fundamentando as suas propostas em meras previsões de crescimento, o responsável pelo relatório, Michel Deppler, afirmou que «há quatro anos, o crescimento potencial da zona euro situava-se nos 2,5 por cento. Hoje, estimamos que esteja nos dois por cento. Sem mudanças a nível do trabalho, o ritmo de crescimento potencial poderá cair para 1,5 por cento», sentenciou durante uma conferência de imprensa.
No entanto, o mesmo relatório constata que a produtividade europeia está ao mesmo nível dos Estados Unidos. Por outro lado, atribui à «moderação salarial» o feito de terem sido criados na Europa 12 milhões de empregos entre 1997 e 2002, contra apenas 10 milhões nos Estados Unidos.
Talvez por exclusão de partes, a organização chega à conclusão que o problema reside na «utilização do trabalho». A solução passa assim pela «aceleração das reformas estruturais», isto é, pelo aumento do trabalho, simultaneamente em termos de taxa de emprego e de horas trabalhadas por assalariado.
Neste sentido, o FMI anotou com interesse a decisão da Siemens, DaimlerChrysler ou da Bosch de revogar a jornada das 35 horas, considerando que «se tratou de uma reacção espontânea do sector privado para responder à competição da Europa de Leste. Foi uma boa resposta e os sindicatos também compreenderam que era a resposta apropriada», declarou o responsável do FMI.
Assinalando igualmente «os progressos concretos» em matéria de reformas dos mercados de trabalho e dos sistemas de protecção social, o Fundo manifesta «inquietação», considerando que os «esforços» feitos pelos governos europeus são «muito insuficientes face às reformas necessárias».
Entre outras medidas «estruturais», a organização aconselha o aumento da idade da reforma e uma aposta em esquemas privados de segurança social, através de alterações nos sistemas de benefícios fiscais. Tal deverá ser «um elemento chave na estratégia de reforço dos sistemas sociais da maioria dos Estados-membros», sublinha relatório do FMI.
Fundamentando as suas propostas em meras previsões de crescimento, o responsável pelo relatório, Michel Deppler, afirmou que «há quatro anos, o crescimento potencial da zona euro situava-se nos 2,5 por cento. Hoje, estimamos que esteja nos dois por cento. Sem mudanças a nível do trabalho, o ritmo de crescimento potencial poderá cair para 1,5 por cento», sentenciou durante uma conferência de imprensa.
No entanto, o mesmo relatório constata que a produtividade europeia está ao mesmo nível dos Estados Unidos. Por outro lado, atribui à «moderação salarial» o feito de terem sido criados na Europa 12 milhões de empregos entre 1997 e 2002, contra apenas 10 milhões nos Estados Unidos.
Talvez por exclusão de partes, a organização chega à conclusão que o problema reside na «utilização do trabalho». A solução passa assim pela «aceleração das reformas estruturais», isto é, pelo aumento do trabalho, simultaneamente em termos de taxa de emprego e de horas trabalhadas por assalariado.
Neste sentido, o FMI anotou com interesse a decisão da Siemens, DaimlerChrysler ou da Bosch de revogar a jornada das 35 horas, considerando que «se tratou de uma reacção espontânea do sector privado para responder à competição da Europa de Leste. Foi uma boa resposta e os sindicatos também compreenderam que era a resposta apropriada», declarou o responsável do FMI.
Assinalando igualmente «os progressos concretos» em matéria de reformas dos mercados de trabalho e dos sistemas de protecção social, o Fundo manifesta «inquietação», considerando que os «esforços» feitos pelos governos europeus são «muito insuficientes face às reformas necessárias».
Entre outras medidas «estruturais», a organização aconselha o aumento da idade da reforma e uma aposta em esquemas privados de segurança social, através de alterações nos sistemas de benefícios fiscais. Tal deverá ser «um elemento chave na estratégia de reforço dos sistemas sociais da maioria dos Estados-membros», sublinha relatório do FMI.