Rodoviária de Lisboa fez greve

Uma Grande Participação

Os trabalhadores da transportadora privada da periferia da capital, Rodoviária de Lisboa, efectuaram um dia de greve, na passada segunda-feira, que registou uma adesão de oitenta por cento, segundo dados da Festru/CGTP-IN.
De acordo com uma nota à imprensa da Federação dos Sindicatos de Transportes Rodoviários e Urbanos, a paralização realizou-se entre as 3 da manhã de dia 2, e a mesma hora do dia 3. Todas as estruturas sindicais aderiram ao protesto.
Em causa está o direito à Contratação Colectiva e a reivindicação por um aumento digno dos salários. Na Rodoviária de Lisboa, os salários são baixos. Este ano, a administração avançou através de um acto de gestão com uma correcção salarial – 2,5 por cento – que se traduz, na prática, em mais uma perda de poder de compra, à semelhança do ano passado em que os aumentos foram de 2 por cento e a inflação anunciada – não a real que é bem superior – foi de 3,3 por cento.
Além disto, a empresa tinha encerrado unilateralmente as negociações, atitude classificada pela Federação sindical como um evidente reflexo do actual comportamento do patronato, «apoiado pelo actual Governo», lê-se na nota.
Numa demonstração de profundo descontentamento perante a situação injusta que estão a viver, os trabalhadores da transportadora fazem saber, através da Festru, que caso a administração «não mostre disponibilidade negocial para resolver o conflito laboral acendendo às reivindicações dos trabalhadores, a luta vai continuar».
Segundo declarações à do coordenador da Festru, Vítor Pereira, os funcionários são também mal informados sobre os seus horários de trabalho que não respeitam os tempos de descanso.
No plenário realizado no mesmo dia, foi aprovada uma reunião para Setembro no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, e decidido regressarem à greve, caso não vejam satisfeitas, até lá, as suas reivindicações.
Sobre o serviço aos utentes, a Festru considera evidente a degradação progressiva da sua prestação, ao cortarem-se carreiras sem auscultar a opinião dos utentes e das Juntas de Freguesia.


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