Estados párias
Consumada a agressão ao Iraque, os EUA apressam a mudança de cenário no país. Sem que o fim da guerra tenha sido declarado, orquestra-se a funesta “pax americana”, que tratará de manter a ocupação e exploração do Iraque sob a aparência de uma “sociedade civil” de uso descartável. Obviamente, os media comerciais estão incumbidos de “popularizar” o feito num hino à democracia, antes de fazer desaparecer, de vez, o Iraque e as suas gentes do seu olhar peregrino. A resistência do povo iraquiano não consta, naturalmente, deste rosário.
Os contornos da nova (des)ordem global imperialista que os Estados Unidos, à proa do capitalismo mundial, impõem, já são conhecidos. Militarismo e intervencionismo armado, elevados a um novo patamar, articulam-se, na etapa contemporânea de espezinhar ostensivo da legalidade internacional, com a contínua desregulamentação e sabotagem económicas, e a infrene “guerra” política e mediática. O novo paradigma resultante do exercício da hegemonia planetária norte-americana é a disseminação de “estados párias” subservientes, caracterizados por um “cocktail” de retrocessos sociais, catástrofes humanitárias, economias manietadas, poder das mafias, políticos corruptos, esvaziamento dos atributos e da organização fundamental do estado (exceptuando o aparelho repressivo).
Os exemplos da Sérvia e Geórgia inserem-se neste quadro. Na Sérvia, o assassinato do primeiro-ministro Djindjic, poucos dias antes do início da agressão ao Iraque, serviu de pretexto à instauração de um clima de autêntica caça às bruxas. Durante 42 dias vigorou o estado de excepção, durante o qual milhares de pessoas foram encarceradas e privadas dos seus direitos jurídicos e a comunicação social foi censurada. O leitmotiv da onda repressiva, mais do que o proclamado combate aos clãs mafiosos que se confundem com o poder, foi a perseguição da oposição ao desacreditado regime títere suportado pelo Ocidente. Num país imerso na degradação social, o antigo primeiro ministro era uma figura em declínio. O condenável acto de terrorismo que constituiu a sua morte não apaga o percurso histórico do político que, funcionando como marioneta da NATO, permanentemente traiu o seu país, contribuindo para a liquidação do que restava da Jugoslávia e para a “anexação” da Sérvia. A intervenção concertada do Ocidente desmantelou a Jugoslávia e o seu modelo de coexistência nacional. O Kosovo, já só formalmente território sérvio, foi convertido em protectorado dos EUA e NATO. Aqui, o crime organizado grassa e a limpeza étnica da população não albanesa prossegue, mas nada disso interessa à “ordem mundial democrática”. A economia da Sérvia foi entregue ao grande capital e os Balcãs, na rota do petróleo e gás que jorram do Cáspio e Ásia Central, são hoje arena das disputas inter-capitalistas.
Outro país nas rotas do petróleo é a Geórgia do presidente Shevarnadze. O seu nome está associado ao sistema político-criminal que notabilizam o país. Shevarnadze permanece fiel aos interesses do imperialismo americano, na senda da sua prestação como ministro dos negócios estrangeiros da URSS. Recentemente, a Geórgia concluiu um acordo militar com Washington que abre as portas a uma presença militar praticamente ilimitada dos EUA no seu território, onde aliás já se encontram forças americanas (no âmbito da cooperação “anti-terrorista”). Por sinal, a Geórgia foi acusada pela Rússia de servir de retaguarda às forças separatistas na guerra da Tchethénia...
A via da hegemonia imperialista e da inevitável conflitualidade e rivalidade entre velhas e novas potências capitalistas conduziu a humanidade a uma profunda crise civilizacional que ameaça a sua sobrevivência. A esperança está na resistência, luta, solidariedade e emancipação dos povos!
Os contornos da nova (des)ordem global imperialista que os Estados Unidos, à proa do capitalismo mundial, impõem, já são conhecidos. Militarismo e intervencionismo armado, elevados a um novo patamar, articulam-se, na etapa contemporânea de espezinhar ostensivo da legalidade internacional, com a contínua desregulamentação e sabotagem económicas, e a infrene “guerra” política e mediática. O novo paradigma resultante do exercício da hegemonia planetária norte-americana é a disseminação de “estados párias” subservientes, caracterizados por um “cocktail” de retrocessos sociais, catástrofes humanitárias, economias manietadas, poder das mafias, políticos corruptos, esvaziamento dos atributos e da organização fundamental do estado (exceptuando o aparelho repressivo).
Os exemplos da Sérvia e Geórgia inserem-se neste quadro. Na Sérvia, o assassinato do primeiro-ministro Djindjic, poucos dias antes do início da agressão ao Iraque, serviu de pretexto à instauração de um clima de autêntica caça às bruxas. Durante 42 dias vigorou o estado de excepção, durante o qual milhares de pessoas foram encarceradas e privadas dos seus direitos jurídicos e a comunicação social foi censurada. O leitmotiv da onda repressiva, mais do que o proclamado combate aos clãs mafiosos que se confundem com o poder, foi a perseguição da oposição ao desacreditado regime títere suportado pelo Ocidente. Num país imerso na degradação social, o antigo primeiro ministro era uma figura em declínio. O condenável acto de terrorismo que constituiu a sua morte não apaga o percurso histórico do político que, funcionando como marioneta da NATO, permanentemente traiu o seu país, contribuindo para a liquidação do que restava da Jugoslávia e para a “anexação” da Sérvia. A intervenção concertada do Ocidente desmantelou a Jugoslávia e o seu modelo de coexistência nacional. O Kosovo, já só formalmente território sérvio, foi convertido em protectorado dos EUA e NATO. Aqui, o crime organizado grassa e a limpeza étnica da população não albanesa prossegue, mas nada disso interessa à “ordem mundial democrática”. A economia da Sérvia foi entregue ao grande capital e os Balcãs, na rota do petróleo e gás que jorram do Cáspio e Ásia Central, são hoje arena das disputas inter-capitalistas.
Outro país nas rotas do petróleo é a Geórgia do presidente Shevarnadze. O seu nome está associado ao sistema político-criminal que notabilizam o país. Shevarnadze permanece fiel aos interesses do imperialismo americano, na senda da sua prestação como ministro dos negócios estrangeiros da URSS. Recentemente, a Geórgia concluiu um acordo militar com Washington que abre as portas a uma presença militar praticamente ilimitada dos EUA no seu território, onde aliás já se encontram forças americanas (no âmbito da cooperação “anti-terrorista”). Por sinal, a Geórgia foi acusada pela Rússia de servir de retaguarda às forças separatistas na guerra da Tchethénia...
A via da hegemonia imperialista e da inevitável conflitualidade e rivalidade entre velhas e novas potências capitalistas conduziu a humanidade a uma profunda crise civilizacional que ameaça a sua sobrevivência. A esperança está na resistência, luta, solidariedade e emancipação dos povos!