Terror contra a humanidade

Rui Paz

A pri­va­ti­zação total da guerra ató­mica é hoje uma re­a­li­dade nos EUA

No Congresso Europeu da «Organização Internacional dos Médicos contra a Guerra Nuclear» (IPPNW), que decorreu em Berlim de 7 a 9 de Maio, foram revelados projectos de guerra global do imperialismo norte-americano que constituem verdadeiros planos de terror contra a humanidade. Com base em dois programas de armamento, «HAARP» e «Falcon», que ultrapassam tudo o que em matéria de destruição jamais existiu até aos nossos dias, os EUA propõem-se prosseguir a guerra mundial contra os povos, os estados e as economias que se atrevam a resistir ao saque imperialista. Esta estratégia de terror assenta em várias componentes, tais como, a produção de uma nova geração de armas nucleares para serem utilizadas em guerras convencionais, desencadeamento do «ataque atómico preventivo» e o projecto de militarização do espaço, também conhecido por «guerra das estrelas» ou «escudo antimíssil». Como sublinham as intervenções apresentadas em Berlim, os EUA prevêem num documento secreto intitulado «Nuclear Posture Review» elaborado pelo Pentágono e apresentado ao Senado pela administracao-Bush em 2002, o desencadear do ataque nuclear «preventivo» não só contra o chamado «eixo do mal» (Iraque, Irão, Líbia e Coreia do Norte) mas também contra a China e a Rússia.

Com efeito, apenas decorridas poucas semanas após a invasão do Iraque pelas tropas norte-americanas, o Senado deu luz verde para uma nova bomba nuclear, destinada a ser utilizada em guerras convencionais.
A 6 de Agosto de 2002, exactamente no dia em que passava o quinquagésimo oitavo aniversário do lançamento da bomba atómica sobre Hiroshima, efectuou-se no quartel general do comando central norte-americano, na base aérea de Nebraska, um encontro em que participaram dirigentes da indústria nuclear e do complexo militar-industrial. Cerca de 150 elementos que trabalham para a indústria de guerra norte-americana, cientistas e representantes governamentais discutiram planos para uma guerra nuclear de grandes proporções com o recurso a uma nova geração de armas atómicas. Uma semana antes do encontro a «Administração Nacional de Segurança Nuclear» dissolvera o seu Conselho Consultivo, organismo estatal responsável pelo controlo do arsenal nuclear, pelos testes e emprego das armas atómicas. Os grandes monopólios do armamento como Lockeed Martin, General Dynamics, Northrop, Raytheon e Boeing, não só ficam com as mãos livres para se apoderarem de uma parte substancial do orçamento de guerra norte-americano, obtendo lucros na ordem de muitos mil milhões de dólares, mas passam ainda a ter a possibilidade de determinar a agenda nuclear dos EUA. A privatização total da guerra atómica é hoje uma realidade nos EUA.
Com o plano «High Altitude Aural Research Program» (HAARP) os EUA estarão em condições de provocar inundações catastróficas, tempestades, tremores de terra. O objectivo é a destabilização dos sistemas agrícolas e ecológicos de regiões inteiras como instrumento de conquista, desarticulando a economia e condenando os povos à rendição pela fome como nos antigos cercos dos exércitos medievais. Por outro lado, com o programa «Falcon», o Pentágono estará em condições de atacar qualquer ponto do planeta a partir dos EUA e de executar operações militares relâmpago e actos de retaliação reforçando à escala planetária o seu papel de verdadeira mafia mundial, de máquina de chantagem sanguinária com esquadrões da morte e do terror.
A resistência dos povos contra a guerra e pelo desarmamento é no momento histórico que vivemos um acto de defesa face a um poder opressor e terrorista que assume cada vez mais os contornos de um monstro apocalíptico. É uma luta imprescindível para assegurar a sobrevivência da Humanidade.


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