Crimes de guerra no ataque a Fallujah
As tropas norte-americanas cometeram crimes de guerra sem precedentes na cidade iraquiana de Fallujah durante as duas primeiras semanas de Abril, denunciou no passado dia 30 o sítio digital Haaretz.com, citado pela Prensa Latina.
Nesses 15 dias, refere aquela fonte, as forças de ocupação mataram 600 civis, 450 dos quais eram mulheres e crianças.
«Só a cadeia de televisão do Qatar, Al Jazeera, mostrou as imagens impressionantes de crianças iraquianas decapitadas, fileiras de cadáveres de mulheres, e a panorâmica de um estádio de futebol transformado numa gigantesca sepultura», comenta o Haaretz.com.
O massacre foi testemunhado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), segunda a qual os marines ocuparam os hospitais, impedindo os feridos de receberem assistência médica, e colocando franco-atiradores em locais estratégicos para evitar que alguém se aproximasse dos centros de saúde.
«Foi uma operação de represália, levada a cabo pela Infantaria da Marinha, apoiada por aviões de combate F-16 e helicópteros de assalto, sob o nome de código “Vigilante Resolve”,
como vingança pela morte de quatro guardas de segurança norte-americanos no passado dia 31 de Março», refere a MSF.
Ao contrário do sucedido com a morte dos quatro mercenários, amplamente divulgada na imprensa norte-americana, os crimes de Fallujah mantêm-se praticamente como um segredo militar, refere o Haaretz.com.
Embora não haja dados seguros, de acordo com algumas fontes terão morrido já mais de 16 000 iraquianos desde o início da agressão, em Março de 2003, dos quais 10 000 civis, sobretudo mulheres e crianças.
Americanos divididos
Uma sondagem do Instituto Harris Interactive revela que mais de metade dos norte-americanos (55 por cento) discorda agora da política de Bush em relação ao Iraque, quando em Março o nível de desaprovação era de 49 por cento.
Na sondagem, realizada entre 13 e 18 de Abril e abrangendo um universo de 2415 adultos, cerca de 64 por cento dos inquiridos considera que a crise «se agrava» para as forças norte-americanas, mas apesar disso há ainda cerca de 49 por cento a considerar que a opção militar «é boa», contra 37 por cento que pensa o contrário.
Quanto ao número de baixas norte-americanas, 42 por cento dos inquiridos considera que é «uma desgraça, mas aceitável», enquanto 51 por cento o classifica de «inaceitável».
Um outro estudo do mesmo Instituto revela que mais de metade dos norte-americanos (52 por cento) é de opinião que a guerra no Iraque não contribuiu em nada para melhorar a segurança dos EUA, enquanto 43 por cento acredita o contrário.
Curiosamente, o que reúne maior consenso (63 por cento) é a convicção de que «ocupar o Iraque contribui para que mais terroristas islâmicos ataquem os EUA e os seus cidadãos».
Entretanto, na estatística da guerra, o mês de Abril apresenta-se como o mais mortífero para as forças norte-americanas, que registaram 140 baixas. O mês de Maio ameaça não ser melhor, pois só no domingo morreram mais 11 soldados, o que segundo os dados oficiais eleva para 754 o número de militares dos EUA mortos desde a invasão do Iraque.
Nesses 15 dias, refere aquela fonte, as forças de ocupação mataram 600 civis, 450 dos quais eram mulheres e crianças.
«Só a cadeia de televisão do Qatar, Al Jazeera, mostrou as imagens impressionantes de crianças iraquianas decapitadas, fileiras de cadáveres de mulheres, e a panorâmica de um estádio de futebol transformado numa gigantesca sepultura», comenta o Haaretz.com.
O massacre foi testemunhado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), segunda a qual os marines ocuparam os hospitais, impedindo os feridos de receberem assistência médica, e colocando franco-atiradores em locais estratégicos para evitar que alguém se aproximasse dos centros de saúde.
«Foi uma operação de represália, levada a cabo pela Infantaria da Marinha, apoiada por aviões de combate F-16 e helicópteros de assalto, sob o nome de código “Vigilante Resolve”,
como vingança pela morte de quatro guardas de segurança norte-americanos no passado dia 31 de Março», refere a MSF.
Ao contrário do sucedido com a morte dos quatro mercenários, amplamente divulgada na imprensa norte-americana, os crimes de Fallujah mantêm-se praticamente como um segredo militar, refere o Haaretz.com.
Embora não haja dados seguros, de acordo com algumas fontes terão morrido já mais de 16 000 iraquianos desde o início da agressão, em Março de 2003, dos quais 10 000 civis, sobretudo mulheres e crianças.
Americanos divididos
Uma sondagem do Instituto Harris Interactive revela que mais de metade dos norte-americanos (55 por cento) discorda agora da política de Bush em relação ao Iraque, quando em Março o nível de desaprovação era de 49 por cento.
Na sondagem, realizada entre 13 e 18 de Abril e abrangendo um universo de 2415 adultos, cerca de 64 por cento dos inquiridos considera que a crise «se agrava» para as forças norte-americanas, mas apesar disso há ainda cerca de 49 por cento a considerar que a opção militar «é boa», contra 37 por cento que pensa o contrário.
Quanto ao número de baixas norte-americanas, 42 por cento dos inquiridos considera que é «uma desgraça, mas aceitável», enquanto 51 por cento o classifica de «inaceitável».
Um outro estudo do mesmo Instituto revela que mais de metade dos norte-americanos (52 por cento) é de opinião que a guerra no Iraque não contribuiu em nada para melhorar a segurança dos EUA, enquanto 43 por cento acredita o contrário.
Curiosamente, o que reúne maior consenso (63 por cento) é a convicção de que «ocupar o Iraque contribui para que mais terroristas islâmicos ataquem os EUA e os seus cidadãos».
Entretanto, na estatística da guerra, o mês de Abril apresenta-se como o mais mortífero para as forças norte-americanas, que registaram 140 baixas. O mês de Maio ameaça não ser melhor, pois só no domingo morreram mais 11 soldados, o que segundo os dados oficiais eleva para 754 o número de militares dos EUA mortos desde a invasão do Iraque.