Faluja
A resistência à ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus lacaios é uma resistência nacional
O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas dos EUA, General Myers, declarou na passada 6ª- eira que a situação no Iraque «está, na realidade, a correr bastante bem» (AP, 23.4.04). Passadas 48 horas, o número de soldados americanos mortos no Iraque desde o início de Abril ascendia a 122 (www.repubblica.it, 25.4.04), numa média de quase 5 mortes por dia. No passado dia 16, o jornal italiano Repubblica dizia na Internet, às 20 horas e 36 minutos, que segundo o ministro da Defesa dos EUA, Rumsfeld, a «revolta de Moqtada al-Sadr falhou» Uma hora e 47 minutos mais tarde, a mesma fonte dizia que o mesmo ministro acabava de anunciar que 20 000 soldados americanos que deviam regressar a suas casas nos próximos dias, após cumprir a sua comissão de serviço no Iraque, iriam ter de permanecer naquele país.
As cada vez mais delirantes afirmações dos responsáveis norte-americanos sobre o decurso da guerra no Iraque evidenciam aquilo que o mundo inteiro já compreendeu: a resistência à ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus lacaios é uma resistência nacional, popular e de massas; e as forças agressoras e ocupantes – longe de serem todo-poderosas – são incapazes de controlar a situação, sofrendo um desgaste permanente que as lança para uma repressão cada vez mais assassina.
A estrutura de coordenação das ONGs activas no Iraque emitiu um comunicado conjunto – numa iniciativa inédita, quase completamente ignorada pela dócil comunicação social do regime e do patronato – denunciando «serem testemunhas da ocupação de hospitais pelas forças ocidentais, como aconteceu em Najaf e no Hospital Geral de Faluja, para aí posicionar franco-atiradores que disparam sobre civis. [...] Numerosas ambulâncias foram alvejadas pelos militares americanos, mesmo quando transportavam feridos a bordo» (www.unita.it, 14.4.04). Eis o «outro lado» da história dos franco-atiradores: «Especialistas dos Marines dizem que Faluja é um dos campos de batalha mais «rico em alvos» para os franco-atiradores desde a batalha por Estalinegrado, durante a II Guerra Mundial [...]. Os franco-atiradores dos Marines, cuja palavra de ordem é «um tiro, um morto» disparam dos tectos, em zonas densamente povoadas de Faluja [...]. Embora oficialmente seja política oficial desencorajar os Marines de contar o número de pessoas que mataram, continua a ser hábito fazê-lo. Em quase duas semanas de conflito aqui, um cabo duma cidade do Midwest destacou-se como o maior franco-atirador, com 24 mortes confirmadas. Como termo de comparação, o mais destacado franco-atirador do Corpo de Marines no Vietname matou 103 pessoas em 16 meses. [...] “Senti-me bem a fazer o meu trabalho, bem em eliminar uns gajos maus”» afirmou o democrático-ocidental cabo (Los Angeles Times, 17.4.04). É assim que se «pacifica» (nas palavras do Brig. Gen. Kimmit, CNN, 2.4.04) essa cidade de 300 000 habitantes. Onde, segundo fontes hospitalares locais, as tropas imperialistas já mataram mais de 600 iraquianos.
A barbárie destrutiva dos terroristas de Washington é também o resultado do dilema que enfrentam. Queimaram as hipóteses de recuo, ao tornar claro ao mundo inteiro que o seu objectivo último é a hegemonia planetária, também pela via militar. E, agora, o grande capital dos EUA compreende que uma derrota da sua aventura iraquiana teria consequências imprevisíveis, potencialmente revolucionárias. Não são os únicos com esse temor. Como disse o Comissário britânico da União Europeia, Chris Patten, «dizer que o Iraque se pode tornar num problema tão difícil como o Vietname é errado, pois penso que pode ser muito mais sério» (Reuters, 17.4.04). Daí que seja de particular importância a solidariedade dos trabalhadores e povos de todo o mundo com a heróica resistência do povo iraquiano. Para travar quaisquer crimes ainda maiores. E também para que a comparação do Los Angeles Times com Estalinegrado venha a ser bem mais profética do que esse jornal americano alguma vez pensou.
As cada vez mais delirantes afirmações dos responsáveis norte-americanos sobre o decurso da guerra no Iraque evidenciam aquilo que o mundo inteiro já compreendeu: a resistência à ocupação militar do Iraque pelos EUA e seus lacaios é uma resistência nacional, popular e de massas; e as forças agressoras e ocupantes – longe de serem todo-poderosas – são incapazes de controlar a situação, sofrendo um desgaste permanente que as lança para uma repressão cada vez mais assassina.
A estrutura de coordenação das ONGs activas no Iraque emitiu um comunicado conjunto – numa iniciativa inédita, quase completamente ignorada pela dócil comunicação social do regime e do patronato – denunciando «serem testemunhas da ocupação de hospitais pelas forças ocidentais, como aconteceu em Najaf e no Hospital Geral de Faluja, para aí posicionar franco-atiradores que disparam sobre civis. [...] Numerosas ambulâncias foram alvejadas pelos militares americanos, mesmo quando transportavam feridos a bordo» (www.unita.it, 14.4.04). Eis o «outro lado» da história dos franco-atiradores: «Especialistas dos Marines dizem que Faluja é um dos campos de batalha mais «rico em alvos» para os franco-atiradores desde a batalha por Estalinegrado, durante a II Guerra Mundial [...]. Os franco-atiradores dos Marines, cuja palavra de ordem é «um tiro, um morto» disparam dos tectos, em zonas densamente povoadas de Faluja [...]. Embora oficialmente seja política oficial desencorajar os Marines de contar o número de pessoas que mataram, continua a ser hábito fazê-lo. Em quase duas semanas de conflito aqui, um cabo duma cidade do Midwest destacou-se como o maior franco-atirador, com 24 mortes confirmadas. Como termo de comparação, o mais destacado franco-atirador do Corpo de Marines no Vietname matou 103 pessoas em 16 meses. [...] “Senti-me bem a fazer o meu trabalho, bem em eliminar uns gajos maus”» afirmou o democrático-ocidental cabo (Los Angeles Times, 17.4.04). É assim que se «pacifica» (nas palavras do Brig. Gen. Kimmit, CNN, 2.4.04) essa cidade de 300 000 habitantes. Onde, segundo fontes hospitalares locais, as tropas imperialistas já mataram mais de 600 iraquianos.
A barbárie destrutiva dos terroristas de Washington é também o resultado do dilema que enfrentam. Queimaram as hipóteses de recuo, ao tornar claro ao mundo inteiro que o seu objectivo último é a hegemonia planetária, também pela via militar. E, agora, o grande capital dos EUA compreende que uma derrota da sua aventura iraquiana teria consequências imprevisíveis, potencialmente revolucionárias. Não são os únicos com esse temor. Como disse o Comissário britânico da União Europeia, Chris Patten, «dizer que o Iraque se pode tornar num problema tão difícil como o Vietname é errado, pois penso que pode ser muito mais sério» (Reuters, 17.4.04). Daí que seja de particular importância a solidariedade dos trabalhadores e povos de todo o mundo com a heróica resistência do povo iraquiano. Para travar quaisquer crimes ainda maiores. E também para que a comparação do Los Angeles Times com Estalinegrado venha a ser bem mais profética do que esse jornal americano alguma vez pensou.