Israel usa criança como escudo humano
Muhamad Badwan tem 13 anos e é palestiniano. No dia 22 de Abril foi amarrado a um jipe por soldados israelitas e usado como escudo humano na aldeia de Bido.
«É deprimente e muito triste ver que fazemos coisas como estas»
A denúncia, veiculada pela agência EFE, foi feita pelo grupo «Rabinos pelos Direitos Humanos» e testemunhada por um dos seus principais activistas, o rabino Arik Asherman, também ele usado como escudo humano após ter sido preso por tentar defender a criança palestiniana.
«É deprimente e muito triste ver que chegámos a uma situação em que (nós, os israelitas) fazemos coisas como estas», afirmou Asherman.
«Transformaram-no em escudo humano. Quase fiquei louco quando o vi em cima do todo-o-tereno. É uma imagem que não se pode imaginar. Estava a tremer de medo», conta Saeed Badwan, o pai de Muhamad.
A situação não é nova, mas o facto de ter sido registada em fotografia e denunciada por israelitas permitiu romper o muro de silêncio que envolve as atrocidades cometidas contra crianças e jovens nos territórios palestinianos ocupados.
Ainda em Novembro do ano passado a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que obriga Israel a proteger as crianças palestinianas nas suas acções militares. Apresentada pelo Egipto, a resolução obteve 86 votos a favor e 4 contra (EUA, Israel, Micronésia e Ilhas Marshall). Israel ignorou-a, como faz com todas as resoluções da ONU em que é posto em causa, e prossegue as suas práticas criminosas em total impunidade.
Crianças são alvos preferenciais
Dados recentes da organização Defence for Children International (DCI) - organização não-governamental que actua no Médio Oriente desde 1992 e funciona como órgão consultivo da ONU - revelam que desde Setembro de 2000, início da actual Intifada, e até 1 de Março de 2004, pelo menos 523 crianças palestinianas foram mortas pelas forças israelitas, 130 das quais só em 2003. A mesma fonte (mais informações em www.dci-pal.org) estima que no mesmo período foram presas pelo menos 550 crianças.
Segundo a DCI, o exército israelita não só não diferencia adultos e crianças nas suas incursões militares nos territórios ocupados como, a avaliar pelo elevado número de crianças mortas e feridas, é legítimo concluir que elas se tornaram alvos preferenciais.
A preocupação foi expressa por Pierre Poupard, enviado da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) à Palestina, que baseando-se em dados da DCI revelou em relatório recente que a maior parte dos menores mortos resulta de acções unilaterais das tropas de Israel. Poupard sublinhou ainda que a idade das vítimas não permite classificá-las como potenciais inimigos, como revela o facto de 43,2 por cento das crianças mortas em 2002 terem menos de 13 anos.
Política de genocídio
Ainda segundo dados da DCI (primeiro relatório de 2003), vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza cerca de 1,7 milhões de crianças palestinianas e a maioria já sofreu pelo menos um tipo de violação dos seus direitos. Desde o início da Intifada, refere o estudo, cerca de 10 mil sofreram ferimentos provocados pela violência israelita.
O impacto da ocupação e do estado de guerra permanente não se fica por aqui. De acordo com um estudo da Unicef, cerca de 75 por cento das crianças palestinianas dos territórios ocupados sofrem de distúrbios emocionais.
A par da violência militar, Israel - que objectivamente está a levar a cabo uma política de genocídio na Palestina - recorre à arma da fome para atacar os palestinianos (através dos bloqueios militares, embargos comerciais, destruição de culturas e expropriações), e mais uma vez as crianças são as primeiras vítimas: uma em cada três crianças passa fome, e 57,8 por cento das famílias da Cisjordânia e 84,6 por cento das de Gaza vivem com menos de dois dólares por dia.
No início deste ano, um relatório da Unicef dava conta de que meio milhão de crianças palestinianas dependia totalmente da ajuda humanitária.
«É deprimente e muito triste ver que chegámos a uma situação em que (nós, os israelitas) fazemos coisas como estas», afirmou Asherman.
«Transformaram-no em escudo humano. Quase fiquei louco quando o vi em cima do todo-o-tereno. É uma imagem que não se pode imaginar. Estava a tremer de medo», conta Saeed Badwan, o pai de Muhamad.
A situação não é nova, mas o facto de ter sido registada em fotografia e denunciada por israelitas permitiu romper o muro de silêncio que envolve as atrocidades cometidas contra crianças e jovens nos territórios palestinianos ocupados.
Ainda em Novembro do ano passado a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que obriga Israel a proteger as crianças palestinianas nas suas acções militares. Apresentada pelo Egipto, a resolução obteve 86 votos a favor e 4 contra (EUA, Israel, Micronésia e Ilhas Marshall). Israel ignorou-a, como faz com todas as resoluções da ONU em que é posto em causa, e prossegue as suas práticas criminosas em total impunidade.
Crianças são alvos preferenciais
Dados recentes da organização Defence for Children International (DCI) - organização não-governamental que actua no Médio Oriente desde 1992 e funciona como órgão consultivo da ONU - revelam que desde Setembro de 2000, início da actual Intifada, e até 1 de Março de 2004, pelo menos 523 crianças palestinianas foram mortas pelas forças israelitas, 130 das quais só em 2003. A mesma fonte (mais informações em www.dci-pal.org) estima que no mesmo período foram presas pelo menos 550 crianças.
Segundo a DCI, o exército israelita não só não diferencia adultos e crianças nas suas incursões militares nos territórios ocupados como, a avaliar pelo elevado número de crianças mortas e feridas, é legítimo concluir que elas se tornaram alvos preferenciais.
A preocupação foi expressa por Pierre Poupard, enviado da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) à Palestina, que baseando-se em dados da DCI revelou em relatório recente que a maior parte dos menores mortos resulta de acções unilaterais das tropas de Israel. Poupard sublinhou ainda que a idade das vítimas não permite classificá-las como potenciais inimigos, como revela o facto de 43,2 por cento das crianças mortas em 2002 terem menos de 13 anos.
Ainda segundo dados da DCI (primeiro relatório de 2003), vivem na Cisjordânia e na Faixa de Gaza cerca de 1,7 milhões de crianças palestinianas e a maioria já sofreu pelo menos um tipo de violação dos seus direitos. Desde o início da Intifada, refere o estudo, cerca de 10 mil sofreram ferimentos provocados pela violência israelita.
O impacto da ocupação e do estado de guerra permanente não se fica por aqui. De acordo com um estudo da Unicef, cerca de 75 por cento das crianças palestinianas dos territórios ocupados sofrem de distúrbios emocionais.
A par da violência militar, Israel - que objectivamente está a levar a cabo uma política de genocídio na Palestina - recorre à arma da fome para atacar os palestinianos (através dos bloqueios militares, embargos comerciais, destruição de culturas e expropriações), e mais uma vez as crianças são as primeiras vítimas: uma em cada três crianças passa fome, e 57,8 por cento das famílias da Cisjordânia e 84,6 por cento das de Gaza vivem com menos de dois dólares por dia.
No início deste ano, um relatório da Unicef dava conta de que meio milhão de crianças palestinianas dependia totalmente da ajuda humanitária.