Impedir o encerramento
Por iniciativa dos deputados do PCP, uma delegação do Conselho Europeu de Empresa da «Bombardier» esteve na passada semana no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Os eurodeputados do PCP pediram o agendamento de um debate no PE
A delegação era integrada por trabalhadores da empresa na Grã-Bretanha, Alemanha e Suécia e por dois portugueses, Amadeu Moreira e Paulo Félix, que recordaram aos eurodeputados presentes de vários grupos políticos, o processo de expansão da Bombardier Transportation na Europa, concretizado em 2001 com o aval da Comissão Europeia.
Nesse ano, o grupo canadiano comprou todas as unidades no ramo dos caminhos-de-ferro do concorrente Adtranz, tomando assim uma forte posição no mercado europeu e o maior fabricante mundial de material circulante.
Com 35 fábricas espalhadas por 15 países, a Bombardier passou a empregar só na Europa 35 mil trabalhadores, aos quais exigiu dedicação e competência, prometendo-lhes um futuro próspero de crescimento contínuo.
Contudo, como afirmaram no debate os representantes portugueses, passados cerca de três anos, e depois de despedimentos maciços na divisão da indústria aeroespacial, a empresa anuncia uma drástica reestruturação no material circulante que implica a redução de 5700 postos de trabalho até 2005 e o encerramento de seis unidades de produção na Europa, designadamente, uma em Portugal (a única neste ramo), uma na Alemanha, duas no Reino Unido, uma na Suíça e outra na Suécia, alegando que as respectivas utilizações não ultrapassavam em média os 44 por cento.
Apelando à Comissão Europeia para que recorra de todos os meios ao seu dispor com vista a evitar ou minimizar as consequências desta decisão nos países afectados, os dois trabalhadores da ex-Sorefame lembraram ainda que a empresa canadiana nada trouxe para Portugal: «antes pelo contrário, sempre tentou retirar de lá trabalho, o que chegou a fazer, e quanto teve problemas de liquidez não hesitou em utilizar capital da unidade portuguesa para outros fins». Apesar disso, a fábrica da Amadora foi a sétima unidade europeia do grupo que no ano passado apresentou melhores resultados.
Atitudes condenáveis
O argumento de que a unidade não será rentável nos próximos três a cinco anos, evocado como razão para o encerramento, é igualmente contestado pelos trabalhadores que acusam a administração de ignorar «projectos a realizar a curto prazo apresentados em documento oficial do Ministérios dos Transportes».
Por outro lado, os trabalhadores consideram que as garantias exigidas pela Bombardier de vencer os próximos concursos internacionais de material circulante e a recusa de ceder as instalações fabris a outros investidores, que já manifestaram interesse em manter a unidade em funcionamento, constituem atitudes de legalidade duvidosa designadamente à luz da lei comunitária da concorrência.
Os participantes no debate foram da opinião de que a decisão de encerramento pode ser superada, com a intervenção e a pressão da Comissão Europeia e dos governos, dentro do actual quadro legal.
Na sessão parlamentar de 31 de Março, a deputada do PCP, Ilda Figueiredo, exigiu que a Comissão e o Conselho se comprometam a tomar medidas eficazes para travar o encerramento e as deslocalizações das multinacionais na busca do máximo lucro e reconhecer o direito de veto suspensivo às suas organizações de trabalhadores.
Sublinhou ainda a necessidade de relançar investimentos públicos e sociais, designadamente nas ferrovias, saúde, ambiente, educação e investigação e de intervir na defesa do emprego, da produção e da coesão económica e social.
Os deputados do PCP, solicitando o apoio de todos os deputados dos países ameaçados pelo encerramento de fábricas da Bombardier, irão, ainda, insistir no agendamento de um debate parlamentar sobre esta situação.
Nesse ano, o grupo canadiano comprou todas as unidades no ramo dos caminhos-de-ferro do concorrente Adtranz, tomando assim uma forte posição no mercado europeu e o maior fabricante mundial de material circulante.
Com 35 fábricas espalhadas por 15 países, a Bombardier passou a empregar só na Europa 35 mil trabalhadores, aos quais exigiu dedicação e competência, prometendo-lhes um futuro próspero de crescimento contínuo.
Contudo, como afirmaram no debate os representantes portugueses, passados cerca de três anos, e depois de despedimentos maciços na divisão da indústria aeroespacial, a empresa anuncia uma drástica reestruturação no material circulante que implica a redução de 5700 postos de trabalho até 2005 e o encerramento de seis unidades de produção na Europa, designadamente, uma em Portugal (a única neste ramo), uma na Alemanha, duas no Reino Unido, uma na Suíça e outra na Suécia, alegando que as respectivas utilizações não ultrapassavam em média os 44 por cento.
Apelando à Comissão Europeia para que recorra de todos os meios ao seu dispor com vista a evitar ou minimizar as consequências desta decisão nos países afectados, os dois trabalhadores da ex-Sorefame lembraram ainda que a empresa canadiana nada trouxe para Portugal: «antes pelo contrário, sempre tentou retirar de lá trabalho, o que chegou a fazer, e quanto teve problemas de liquidez não hesitou em utilizar capital da unidade portuguesa para outros fins». Apesar disso, a fábrica da Amadora foi a sétima unidade europeia do grupo que no ano passado apresentou melhores resultados.
Atitudes condenáveis
O argumento de que a unidade não será rentável nos próximos três a cinco anos, evocado como razão para o encerramento, é igualmente contestado pelos trabalhadores que acusam a administração de ignorar «projectos a realizar a curto prazo apresentados em documento oficial do Ministérios dos Transportes».
Por outro lado, os trabalhadores consideram que as garantias exigidas pela Bombardier de vencer os próximos concursos internacionais de material circulante e a recusa de ceder as instalações fabris a outros investidores, que já manifestaram interesse em manter a unidade em funcionamento, constituem atitudes de legalidade duvidosa designadamente à luz da lei comunitária da concorrência.
Os participantes no debate foram da opinião de que a decisão de encerramento pode ser superada, com a intervenção e a pressão da Comissão Europeia e dos governos, dentro do actual quadro legal.
Na sessão parlamentar de 31 de Março, a deputada do PCP, Ilda Figueiredo, exigiu que a Comissão e o Conselho se comprometam a tomar medidas eficazes para travar o encerramento e as deslocalizações das multinacionais na busca do máximo lucro e reconhecer o direito de veto suspensivo às suas organizações de trabalhadores.
Sublinhou ainda a necessidade de relançar investimentos públicos e sociais, designadamente nas ferrovias, saúde, ambiente, educação e investigação e de intervir na defesa do emprego, da produção e da coesão económica e social.
Os deputados do PCP, solicitando o apoio de todos os deputados dos países ameaçados pelo encerramento de fábricas da Bombardier, irão, ainda, insistir no agendamento de um debate parlamentar sobre esta situação.